Carlê Rodrigues: a menina que conta histórias

10/07/2021

Carleziana Rodrigues, mais conhecida por Carlê Rodrigues, produtora cultura e contadora de histórias, iniciou suas práticas artísticas em 2006 por meio da Associação Ortaet de Teatro, companhia iguatuense, e, logo de cara, passou por várias funções, dentre elas a produção cultural do Galpão de Artes Cia Ortaet, já participou de coletivos culturais nas regiões Centro-Sul e Cariri, mas também é conhecida pela seu dom: a arte de contar histórias.

Carlê trabalha com narração de histórias hà 8 anos. “Atualmente, meu jeito de contar historias é totalmente de como contava antigamente, quando comecei de forma amadora em 2010. Desde que passei por formações me vejo como outra pessoa. O contador de histórias é um difusor da oralidade, através da narrativa ele levar a palavra. Ao contrário do que se pensa a contação de histórias abrange vários ramos. A gente preza a palavra. O narrador tem esse papel”, ressaltou Carlê, que já passou por várias formações na Escola de Narradores do Cariri, além de ser a única iguatuense que integra a Rede de Contadores de Histórias do Ceará e do Narradores Cariri. “Há dois anos que entrei na rede. É uma articulação que foi criada para fortalecer esse trabalho debatendo políticas públicas. A rede é um grande intercâmbio, onde os narradores fazem esse trabalho em rede, aqui no Ceará. Isso foi muito fortalecido nesse período de pandemia com os trabalhos virtuais. ”.

Valorização e reconhecimento

Dentro dessa cadeia cultural, o narrador de história que cumpre esse importante papel cultural, ainda tem seu trabalho, sua arte pouco valorizada e também não reconhecida. “Uma das pautas que a gente pleiteia através da rede é uma cadeira dentro do Conselho Estadual de Cultura, onde o contador de histórias pra ser inserido ou é da área de literatura, ou ator ou atriz, teatro… nossa luta é que haja esse reconhecimento, que seja conhecido o narrador de histórias em nossa estado. Já que desde 2017 foi tentando criar a categoria profissional de contador de histórias, mas foi criado um projeto ‘meio tosco’, e foi engavetado. Desde então, infelizmente, não mais se discutiu um projeto que contemplasse todas as categorias de contadores. Pra se ter uma ideia pra gente se inscrever no MEI (Micro Empreendedor Individual), não tem a categoria Contador de História, a gente ou se inscreve, por exemplo, como humorista, e para se ter uma DRT, é preciso ter a formação de ator ou atriz. Quer dizer, não há uma valorização e nem reconhecimento pela nossa arte”, complementou.

Servidora municipal concursada, Carlê Rodrigues trabalha na Biblioteca Municipal Matos Peixoto onde desenvolve vários projetos voltados para o incentivo à leitura. “Só que nesse período de pandemia foi impossível fazer alguma coisa. A biblioteca continua fechada. Mas, a partir de agosto vamos fazer uma programação virtual, vamos retornar com alguns projetos”, destacou.

Fomento

A Rede de Contadores de Histórias do Ceará, criada em 2017, conta com mais de 80 membros. Atualmente está com o projeto ‘História de quem conta histórias’, idealizado e articulado pelos narradores. “O propósito é fomentar a arte do narrador de histórias a partir de sua própria trajetória como narrador, seja ligado ao campo da arte, educação e demais espaços que essa arte possa estar inserida. Os narradores dentro desse projeto têm sua trajetória apresentada durante todo esse ano. A programação acontece aos domingos, às 18h, no Instagram através do perfil da @rede.contadoreshistoriasdo_ce.

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