Carinho, acolhimento e respeito são algumas das palavras que definem o trabalho que é executado pela Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais – Apae de Iguatu, por meio da Casa Lar Juvenal e Arlinda Nogueira, que há sete anos acolhe pessoas idosas com deficiência intelectual.
Depois de mais de um ano e meio sem poder receber seus principais frequentadores, por conta da pandemia da Covid-19, o espaço que funciona no Bairro Bugi está novamente de portas abertas. “A gente estava com saudades de ter esse contato com eles. De sentir o carinho que eles repassam pra gente, a alegria que transmitem. Ficamos muito tempo trabalhando de forma remota. Mas não tem sensação melhor do que estar com eles aqui”, ressaltou a professora Cristina Gonçalves, uma das integrantes da equipe multidisciplinar que trabalha no local.
Lúcia do Nascimento tem 53 anos. É uma das 12 pessoas atendidas pela casa. Atleta da instituição, ela falou com alegria de rever os colegas. “É bom estar aqui. Eu gosto dos meus amigos, das tias, de todo mundo. A gente conversa, brinca, estuda, come, dorme. Eu sou atleta. Gosto de correr e nadar”, disse.
A Casa Lar passou a funcionar há sete anos, graças à iniciativa da família do casal Juvenal e Arlinda Nogueira, que cedeu o local para a instituição social. Nesse curto período, o local já passou por reforma, ganhou novos espaços com piscinas que são usadas para atividades físicas e um ginásio poliesportivo. O atendimento, que é integral, acontece das 7h às 16h30, de segunda a sexta-feira. Os idosos participam de várias atividades voltadas para educação, cultura, arte e psicomotora. “Era um momento muito esperado por todos nós. A gente vê a alegria que eles repassam pra gente. Foi emocionante o primeiro dia receber eles aqui de novo. Foi muito lindo!”, comentou a coordenadora da Casa Lar, Terezinha Alencar.
Acolhimento
A Apae de Iguatu atende 230 pessoas, entre crianças, jovens, adultos e idosos com deficiência intelectual e múltiplas. Desse total, 56 são adultos e idosos, além dos 12 idosos assistidos pela casa. Dados do IBGE apontam que entre 10% a 12% da população tem algum tipo de deficiência. A Apae tem sentido um aumento pela procura dos serviços prestados pela instituição em torno de 40% a 50%, nestes últimos meses. “Aumentou muito a procura das famílias pela Apae, até mesmo de outras cidades que têm sede da instituição, mas infelizmente não podemos acolher todos que nos procuram. Temos que fazer triagem”, disse Iêda Couras, diretora da Apae, afirmando que é grande desafio manter e dar continuidades aos serviços que a Apae executa, por isso necessita cada vez mais do apoio da sociedade e parceiros para continuar funcionando.
“A nossa intenção é transformar a Casa Lar em uma residência permanente, porque infelizmente algumas pessoas não têm mais aquele vínculo familiar. Já perderam os pais, parentes mais próximos. E aqui a gente pensa em estar com eles cuidando ainda mais, mas dependemos de recursos, de apoio financeiro para cuidar ainda mais deles”, complementou Iêda Couras.
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