‘‘Assim, ser conservador é preferir o familiar ao desconhecido, preferir o tentado ao não tentado, o facto ao mistério, o real ao possível, o limitado ao ilimitado, o próximo ao distante, o suficiente ao superabundante, o conveniente ao perfeito, a felicidade presente à utópica. As relações e lealdades familiares serão preferíveis ao fascínio de vínculos mais proveitosos; comprar e expandir será menos importante que conservar, cultivar e desfrutar; a dor da perda será maior que a excitação da novidade ou da promessa.’’ – Michael Oakeshott
“É impossível estimar a perda que resulta da supressão dos antigos costumes e regras de vida. A partir desse momento não há bússola que nos guie, nem temos meios de saber a qual porto nos dirigimos. A Europa, considerada em seu conjunto, estava sem dúvida em uma situação florescente quando a Revolução Francesa foi consumada. Quanto daquela prosperidade não se deveu ao espírito de nossos costumes e opiniões antigas não é fácil dizer; mas, como tais causas não podem ter sido indiferentes a seus efeitos, deve-se presumir que, no todo, tiveram uma ação benfazeja.” – Edmund Burke
Michael Oakeshott e Edmund Burke são dois dos principais pensadores conservadores da história. Embora tenham vivido em épocas diferentes, suas ideias compartilham uma preocupação com a preservação da ordem social e política estabelecida.
Edmund Burke (1729-1797) foi um filósofo e político irlandês que é considerado o pai do conservadorismo moderno. Em sua obra mais famosa, “Reflexões sobre a Revolução Francesa” (1790), Burke critica a Revolução Francesa e defende a monarquia e a aristocracia como instituições essenciais para a estabilidade e a ordem social. Ele argumenta que a razão humana é limitada e que a sabedoria das gerações passadas deve ser respeitada e preservada.
Michael Oakeshott (1901-1990) foi um filósofo e historiador britânico que desenvolveu uma teoria política conservadora baseada na ideia de que a política é uma atividade prática que deve ser guiada pela experiência e pela tradição. Em sua obra “Rationalism in Politics” (1947), Oakeshott critica o racionalismo político e defende a importância da tradição e da autoridade na política. Ele argumenta que a política deve ser uma atividade de “navegação” em vez de “engenharia”, ou seja, deve ser guiada pela experiência e pela intuição em vez de pela razão abstrata.
Ambos os autores compartilham uma preocupação com a preservação da ordem social e política estabelecida e defendem a importância da tradição e da autoridade na política. No entanto, enquanto Burke é mais conhecido por sua crítica à Revolução Francesa e sua defesa da monarquia e da aristocracia, Oakeshott é mais conhecido por sua teoria política conservadora baseada na ideia de que a política é uma atividade prática que deve ser guiada pela experiência e pela tradição.
Em resumo, como podemos conceber, Michael Oakeshott e Edmund Burke são dois dos principais pensadores conservadores da história, que compartilham uma preocupação com a preservação da ordem social e política estabelecida e defendem a importância da tradição e da autoridade na política.
Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História
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