
A possibilidade para o centro-sul é de inverno abaixo da média
A tão esperada temporada de chuvas está chegando, mas diante dos últimos anos de seca, quando a escassez hídrica prejudicou a produção agrícola principalmente na Região Centro-Sul cearense, o cenário apresentado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEME, na quarta-feira, 20, não é muito animador.
A tendência é de chuvas abaixo da média histórica para esta região. “O ano passado foi muito bom pra gente, depois de muito tempo sem ter água. A gente viu pasto pros bichos, água nos barreiros e nos açudes. Eu tenho fé em Deus, aquele lá de cima, Ele vai mandar chuva pra gente, sim. Vamos ter um bom inverno”, mostrou-se confiante o agricultor José Lopes de Araújo, morador do sítio Cosmo Leão, na zona rural de Cedro.
Na distribuição pelo Ceará, os modelos de previsão climática indicam a presença de um gradiente de chuvas sul-norte. Com isso, a maior preocupação é no Centro-Sul do Estado, onde há maior tendência de chuvas abaixo da média histórica. O prognóstico aponta que o Ceará tem 50% de chance de chuvas abaixo da média histórica nos três primeiros meses: fevereiro, março e abril. Meses mais esperados pelas chuvas e que historicamente concentram maior parte das precipitações no Estado. Ainda de acordo com a FUNCEME, há 40% de chances de chuvas em torno da média e ainda apenas 10% de possibilidade de as chuvas ficarem acima da média histórica.
Quadra chuvosa
Já na região Norte do Estado, que abrange a Serra da Ibiapaba, a tendência é de chuvas acima da média histórica. O Sertão Central e o Sul do Estado tendem a ter um cenário mais crítico, também com chance de redução nas precipitações. A média histórica de chuvas no Ceará de acordo com a FUNCEME é de: fevereiro: 118,6mm; março: 203,4mm; abril: 188mm; e maio: 90,6mm, período chamado de ‘quadra chuvosa’.
A região tem o segundo maior reservatório do Estado, o açude Orós, que está com 20,16% da capacidade de armazenamento. Iguatu tem o açude Dr. Carlos Roberto Costa, (Trussu) com 19,06%, o Lima Campos em Icó, 10,45%, e o Ubaldinho, em Cedro, que apresenta melhor aporte hídrico com 70,80%.
“Apesar do nosso açude está com bom aporte ainda, isso resultado do inverno passado, quando chegou quase a sangrar, a situação preocupa, porque temos regiões que sofrem com escassez de água. Nos últimos anos o município tem investido na perfuração de poços, construção e aquisição de cisternas, além de ofertar sistema de abastecimento para localidades com mais de 60km de distância através de adutora, além de assistência por meio de carros-pipas. Mas temos confiança que esse quadro mude e volte a ter um bom inverno”, espera confiante Marcus Pitombeira, chefe de gabinete da Prefeitura de Cedro.
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