Começa hoje, sábado, 8, intensa programação com a participação de pelo menos seis coletivos culturais para celebração dos 24 anos de existência da Companhia Ortaet de Teatro. As apresentações acontecem no Galpão PAC/Ortaet, no Centro de Iguatu, e a entrada é gratuita.
Importante as pessoas ficarem atentas às redes sociais da companhia para acompanhar as atrações e garantir o espaço no teatro. A data oficial do aniversário é no próximo dia 18. Serão 15 espetáculos. Nesses 24 anos, a companhia, que é uma referência cultural, tem em seu repertório a realização de diversos projetos como O Olaria, Caleidoscópio Um Olhar Teatro, Atuação, e o Galpão das Artes, espaço de resistência artística na Região Centro-Sul cearense, entre outras ações que promovem a fruição artístico-cultural em Iguatu, em especial o teatro.
Diante de tantas ações, segundo a direção da companhia, em celebração a mais de duas décadas, a companhia vai além e realiza mais um audacioso projeto: a Mostra Ortaet de Teatro do Interior: ‘MOTIN’, que vai contar com a participação de seis coletivos convidados ‘Coletivo Dama Vermelha, Grupo Ninho de Teatro, ambos do Crato, OFICARTE de Russas, Cia Artes Cênicas, de Tauá, Trupe Motim da cidade de Quixeré e o Núcleo de Teatro do Sesc Petrolina, bem como da própria Cia Ortaet. “A mostra ocorrerá durante os finais de semana de abril sempre às 19h30 no Galpão PAC/Ortaet e em algumas localidades da zona rural de Iguatu através do Projeto Neci no meio do Mundo também realizado pela Cia Ortaet”, confirmou a presidente da companhia, Aldenir Martins.
Toda a programação será gratuita. A mostra conta com o apoio do Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri, Sesc Ceará e Projeto Arte Criança – PAC. “Celebrar os 24 anos da Cia Ortaet é celebrar o tempo da resistência, embora a luta para mantermos atuante seja intensa. Estamos extremamente felizes por conseguirmos provocar através do teatro as chagas de uma sociedade alheia às condições humanas de sua sobrevivência. Comemoramos esta data com uma programação o mês inteiro. Acompanhe-nos em nossas redes. Viva a companhia Ortaet! Viva seu público! Viva Iguatu!” , disse Aldenir Martins, que é atriz, encenadora, dramaturga e arte educadora, uma das fundadoras da Cia Ortaet de Teatro.
Resistir para existir
A realização dessa mostra de teatro é vista por fazedores da cultura como relembranças do tempo em que Iguatu realizou grandes mostras e competições de teatro, reacendendo assim um sentimento maior ao fazer a arte teatral. É o que pensa também o ator, dramaturgo, encenador e pesquisador teatral, Cleilson Queiroz. “A MOTIN, além de comemorar o aniversário da Companhia Ortaet de Teatro, alimenta um desejo de fomentar o teatro nos interiores, privilegiando grupos do interior do Ceará, Paraíba e Pernambuco. A mostra busca a equidade de oportunidades para os grupos circularem com seus espetáculos, incentivando a fruição artística e formação de plateia na cidade de Iguatu e região. É um marco histórico para a região, conquistado pelo trabalho da companhia com o apoio graças aos parceiros CCBNB, Sesc e a Secult do Ceará”.
Para José Filho, ator, encenador, produtor, arte educador e articulador cultural na cidade de Iguatu e região, também um dos fundadores da Cia Ortaet de Teatro, a palavra que representa bem a companhia é a resistência. “Resistir para existir esse tem sido o lema e um mantra constante nessas 24 primaveras as quais a Cia completa esse ano. Nadamos contra a maré do descaso, indiferença e invisibilidade que a arte iguatuense vive, porém continuamos resilientes, assim como o bambu que se dobra, enverga com o vento e intempéries até tocar o chão, mas que ao passar a tormenta, volta ao topo, se eleva ainda mais forte, teimosa e convicta do seu grande papel a exercer. Somos referência de luta e constância no teatro de grupo realizado no interior cearense, porque não dizer do estado do Ceará”, disse.
História e memória
Estarão representadas na MOTIN as regiões Centro-Sul, Cariri, Inhamuns e Vale do Jaguaribe do interior cearense e Vale do São Francisco do interior do vizinho Estado de Pernambuco. “Fazer parte da Cia Ortaet para mim é um privilégio, pois a Cia é um exemplo de persistência, resistência, pois há 24 anos que resiste para que essa arte tão bonita que é o teatro não morra no nosso município. Me orgulho dessa Cia, pois seus trabalhos sempre levam a sociedade uma reflexão com sua arte desenvolvida, como Silêncio por um minuto, Neci e Chorume, que levam a sociedade a uma reflexão do que acontece nos dias atuais. Temos que comemorar. São 24 anos de muitas lutas”, ressaltou a atriz Betânia Lopes, que circula com o espetáculo Neci.
A companhia é vista com grande importância para a cena cultural de Iguatu e região, como enfatiza Yuri Guedes, supervisor de Cultura do Sesc Iguatu. “A companhia representa além do que os números apresentam, com destaque para o trabalho ininterrupto e a perenidade na criação e fruição artística, formação de atores e atrizes e de plateia e, sobretudo, o fortalecimento da cena cultural no Ceará, além da nossa região. A história e a memória construídas a várias mãos, suor e luzes de sementes germinadas trazem frutos de gerações de artistas, fazedores culturais, instituições culturais e público que criaram uma rede da valorização artística no interior cearense”.
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