Resistência e resiliência, são dois sentimentos que pautam a trajetória, da Companhia Ortaet de Teatro, criada há 20 anos em Iguatu, é uma referência no interior cearense pelo trabalho que faz, ao longo dessas duas décadas. “Fazer teatro no interior esse tempo todo nos alimenta naquilo que acreditamos que é a arte e seu poder transgressor. Iguatu talvez não tenha dimensão do quanto é valioso ter uma companhia de teatro que leva a sério seu fazer. É bem verdade, que ao longo do tempo muitas pessoas credibilizaram nosso trabalho, hoje reconhecem a Cia como possibilidade de um lazer cultural. Onde a reflexão e a sensibilização aguça o público a se reconhecerem enquanto atores sociais. O grupo sempre busca uma consciência de executar seu papel dentro desse espaço como contribuição de socialização na interface da sociedade e seus desafios.” declara Aldenir Martins, atriz e diretora da companhia.
A Ortaet é um coletivo formado por atores e atrizes bastante conhecidos do público iguatuense. Durante esse período tem se firmado como um dos coletivos teatrais mais antigos em atuação no Estado do Ceará. Em Iguatu atua de forma efetiva na criação e apresentação de espetáculos, formação de novos artistas, promoção de oficinas, workshops, produção de mostras e ações destinadas ao fomento do fazer artístico e cultural, principalmente as artes cênicas, intentando a democratização e o acesso a população a arte.
“Em duas décadas de existência, uma palavra que pode resumir nossa atuação enquanto coletivo teatral é resistência. Apesar das dificuldades do caminho, a Ortaet sempre se manteve atuante no cenário artístico cultural em nossa cidade e região. A nossa intensão sempre foi de disseminar a cultura que a arte teatral promove através da formação de plateia em nossa cidade e região”, destaca Marcos Bandeira, ator e presidente da Cia Ortaet, afirmando que comemorar esses vinte anos tem um significado que vai além da questão cronológica. “É reafirmar, de maneira categórica, que a arte e a cultura tem voz e vez em nossa cidade, a pesar de todos os desestímulos promovidos pelo governo brasileiro nestes setores”.
E para comemorar com mais determinação, a companhia estreia com nova programação para inaugurar também o novo espaço da Cia, chamado de Galpão das Artes, que passa a funcionar no mesmo prédio do Projeto Arte Criança, no centro. “Dessa forma, Iguatu é contemplada com este novo espaço que fomenta, de maneira expressiva, o despertar de novas consciências a partir das manifestações artístico culturais promovidas pelas facetas que a arte teatral possui”, acrescenta Bandeira.
O papel do grupo na história do teatro local e regional é promover oportunidades de acesso à arte e cultura aos cidadãos, que, muitas vezes, desconhecem o ambiente teatral e o seu papel de questionador perante as mais diversas questões sociais existentes. Como a abertura do espaço estamos com os ânimos renovados no tocante à intensificação das ações voltadas à promoção da arte e cultura em nossa cidade de Iguatu”, disse Marcos Bandeira, ressaltando a continuidade dos projetos e criação de novos projeto da companhia, “Vamos dar continuidade ao projeto ‘A TU, ACÃO’, promovido através de Edital aprovado pelo Governo do Estado do Ceará, nutrindo sempre expectativas de, cada vez mais, estabelecer parcerias com outras entidades para fortalecer ações que possibilitem o acesso da população às mais diferentes manifestações artístico culturais em nossa região”afirma.
Para celebrar essa data, a companhia desde ontem, sexta-feira, 17, começou uma programação alusiva a essa data festiva. O novo espaço de atuação, foi inaugurado, ontem, sexta-feira, 17 e prossegue até amanhã, dia 19. O novo endereço da fica, no Galpão das Artes, na rua Dr. João Pessoa com Coronel Mendonça, sede do Projeto Arte Criança.
Fazendo parte das comemorações será lançado o Projeto ATUAÇÃO, voltado para a formação teatral destinado aos integrantes da Cia Ortaet e a comunidade em geral. Também tem estreia. Betânia Lopes, apresenta, NECI o mais novo espetáculo da Cia. “A direção é minha, a dramaturgia e assistência de direção é de Aldenir Martins e o espetáculo é com ela Betânia Lopes.
A palavra aquece, transgride no corpo de NECI. São histórias do povo que são embaladas, assadas e comidas. NECI prepara dentro de um tempo satirizado causos, ora sexualizado, ora politizado. Esses causos da vida depois de moídos seguem seu destino, vão para o forno e sem pressa a deglutição acontece. Se firma o grande encontro da personagem com seu tempo memória e o um tempo presente de quem lhe assiste”, comenta José Filho, diretor do espetáculo.
Serviço: O Galpão das Artes, funciona na sede do Projeto Arte Criança, no centro. Hoje tem apresentação do espetáculo Neci, a partir das 20h. Entrada R$10,00 Classificação: 16 anos. Amanhã domingo, tem apresentação da peça: Veredas D’um Sertanejo.
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