“Quando se fala da inclusão, todos nós estamos incluídos, mas quando se dá acessibilidade para as pessoas com deficiência, então fazemos não só a inclusão, mas a participação de todos na sociedade. E o que precisamos é participação, não só de inclusão”, essa fala é de Franciélio Silva, cadeirante coordenador da Central de Interpretação e Audiodescrição de Iguatu, CIADI, durante a aula inaugural do Curso de Audiodescrição, que está sendo ministrado pela própria Central em parceria com a secretaria de gabinete da prefeitura de Iguatu juntamente com o IFCE. A aula inaugural aconteceu na segunda-feira, 03, na sala de multimeios do Campus Humberto Teixeira.

A solenidade de lançamento contou com a participação do prefeito interino Ronald Bezerra, representantes das secretarias de Gabinete, Educação, Assistência Social e IFCE. Ronald Bezerra destacou a importância do Centro de Audiodescrição de Iguatu que tem contribuído com a acessibilidade para os mais diversos públicos. A unidade já ministrou capacitação em audiodescrição para mais de mil servidores públicos das mais diversas atuações, principalmente os profissionais que lidam diretamente com o público. O prefeito anunciou ainda que está estudando a criação de uma secretaria voltada para atender especialmente às demandas de acessibilidade e inclusão.

Referência

Durante o evento foram expostas a importância do curso e a escolha dos comunicadores nessa fase do curso. “A gente forma os profissionais, os servidores do município. Vocês que trabalham com a imprensa, com comunicação em nosso município, a gente tem o papel de passar essas formações para vocês. A central de audiodescrição nossa é uma referência, pioneira não só a nível de estado, mas também nível de Brasil. A gente não conhece uma central que tenha uma central de audiodescrição e interpretação, então nós temos. Iguatu está na frente nesse sentido. Iguatu torna-se pioneiro não só atender a comunidade, mas também por formar os profissionais. Com essas ações a gente amplia e dá acesso a pessoas com deficiência”, destacou Franciélio Silva.

Objetivos

O curso acontece em parceria com o IFCE. Ricardo Mota, que é cego, destacou a importância do curso para comunicadores. “Um dos objetivos da Central de Audiodescrição e de todos que trabalham nessa área é universalizar ações como audiodescrição, Libras, tornar isso algo cultural. Então objetivos como esses são metas a curto e longo prazos e a gente promove essas parcerias para tentar alcançar o máximo de pessoas possíveis. Vocês são um público privilegiado por terem um longo alcance através da comunicação que fazem”, disse.

Durante a solenidade foi destacada a importância da Central de Audiodescrição, que foi criada durante a pandemia da Covid-19, como forma de auxiliar pessoas com deficiência visual e outras necessidades. “A Central de Audiodescrição foi criada durante a pandemia, mas já tem feito um trabalho enorme na vida de muitas pessoas. A matéria que cada um de vocês faz tem uma dimensão muito grande na vida das pessoas, da sociedade. Então a gente já formou atendentes, agentes de saúde, professores do AEE, agentes do Demutran. A gente começou pelas portas dos órgãos públicos para que aquela pessoa saiba tratar com respeito e inclusão aquela pessoa. Com o pessoal da imprensa, o objetivo é que a gente consiga atingir também quem está em casa”, ressaltou a chefe de gabinete Keylane Thurley Brasil.

Com carga horária de 40horas, o curso tem como objetivo capacitar os profissionais para realizarem autodescrição e audiodescrição nos mais variados contextos. Durante as aulas que serão ministradas às segunda-feira, a partir das 13h, na sala de multimeios do Campus Humberto Teixeira, serão abordadas orientações práticas para o trabalho; além de aplicações e práticas; audiodescrição em eventos culturais; audiodescrição ao vivo e gravada; e audiodescrição na web, entre outras ações em que podem ser feitas audiodescrição. “Vocês estão sendo os primeiros profissionais a receberem capacitação com certificação de 40 horas/aulas através dessa formação que está sendo feita pelo CIADI”, pontuou Francielio Silva.

Direitos

Euda Marques, técnica de Educação Inclusiva da Secretaria de Educação do município, pontuou algumas ações desde a criação da CIADI em Iguatu. “Vale ressaltar a atuação do prefeito Ronald Bezerra com a educação inclusiva. Nós temos equipamentos que estão implantando e funcionando bem em nosso município, que atende 200 crianças e suas famílias. Dentro dessas ações, e unindo forças, nós criamos a Central de Interpretação e Audiodescrição de Iguatu – CIADI. Esse equipamento foi criado no período da pandemia para ajudar as pessoas surdas e cegas que estavam em casa para que tivessem acesso à informação. Hoje é referência no Brasil. Vocês vão ver a importância desse curso. Inclusão está em todos os lugares”, declarou.

Alexandra Queiroga, secretária da Assistência Social, também destacou o trabalho em parceria com a CIADI. “A gente coloca nossa pasta para justamente firmar essas parcerias. E o trabalho que é feito pela Central de Audiodescrição é um trabalho incrível. É importante a gente conhecer para termos noção dessa realidade e assim garantir os direitos da pessoa com necessidade especial. Aproveitem bastante o curso”.

Saiba mais

A Central de Interpretação e Audiodescrição de Iguatu – CIADI foi criada através de projeto de lei 017/2021 de autoria do Executivo. O equipamento integra o programa municipal Iguatu pela vida, que entre um dos objetivos é promover a acessibilidade, assegurando o atendimento a pessoas surdas, cegas ou com baixa visão nos órgãos públicos municipais.

A audiodescrição é um recurso de acessibilidade que amplia a compreensão e a participação não só das pessoas com deficiência visual, mas autistas, baixa visão, TDAH, e que consiste na tradução das imagens em palavras, por meio de uma descrição objetiva que, em conjunto com as falas originais, permite a compreensão integral do conteúdo. A audiodescrição é muito utilizada nos meios de comunicação visual, como vídeos, televisão, cinema, teatro, entre outros.