Ciência com Café

15/11/2019

Se cheguei até aqui foi porque me apoiei no ombro dos gigantes“. Issac Newton

Crônica

Escrevo o texto desta edição durante um voo para Atlanta, EUA (capital mundial da Coca-Cola), em visita a um grande amigo fruto de meu intercâmbio na Coreia do Sul. Como engenheiro, acredito fielmente na engenharia aeronáutica, bem como acredito na imensurável capacidade do piloto em obedecer ao princípio de Arquimedes para manter a aeronave em plena sustentação. Devo ressaltar também que uma oração a Nossa Senhora de Loreto, Padroeira dos aviadores e da aviação, é sempre importante pra reforçar. Mesmo sendo o segundo meio de transporte mais seguro, ficando atrás apenas do elevador, quem não tem medo de avião? “Dolorosa interrogação”. Bom, vamos ao que interessa! Ciência com Café irá tratar sobre uma inovação silenciosa, a Identificação por Radiofrequência (Radio-Frequency IDentification), ou simplesmente RFID, um ramo das telecomunicações presente em uma gama de utilidades em diversos segmentos comerciais. Como funciona um sistema RFID?

Um sistema RFID automaticamente identifica objetos e coleta dados, dados estes transferidos para computadores com a mínima ou nenhuma intervenção humana. Consiste de três principais componentes: uma etiqueta RFID, um leitor RFID e uma antena. As etiquetas RFID em cada objeto coletam informações e as transferem através de uma antena para o leitor RFID. Por sua vez, o leitor RFID converte as ondas eletromagnéticas (Maxwell e suas astúcias) recebidas em dados digitais e os armazenam em um banco de dados para serem analisados a posteriori.

RFID na luta contra à doença de Parkinson

No ramo das aplicações médicas, RFID não ficaria de fora – verificar movimentos impensados e involuntários do corpo humano que apresentam tendência genética à doença de Parkinson – essa solução permite a identificação de tais movimentos através de etiquetas RFID maleáveis, sensíveis e adaptadas ao tecido humano, dando a possibilidade de iniciar o tratamento contra à doença, antes mesmo que ela se manifeste de forma acentuada no indivíduo.

A “Mesóclise” da Agricultura

“Saco vazio não fica em pé” é o que as mães dizem para obrigar os filhos a se alimentarem. Se há alimento, é fato que houve uma produção por trás daquela verdura, daquela fruta saborosa e de todo o arranjo montado para a refeição. Por sua vez, sabe-se claramente que a base de tudo isso é a agricultura, seja ela familiar ou industrial. Porém, a agricultura brasileira por estar em uma região tropical, sofre bastante com fatores incertos, como condições climáticas e infestações de pragas. Assim sendo, a análise de dados através de sistemas RFID apresenta-se como uma possível solução, pois faz com que os agricultores possam reunir em um só lugar os indicadores da propriedade – e ajudá-los a ter certeza na hora de tomar decisões e promover melhores práticas sobre a lavoura, tornando-a mais sustentável e tecnológica. “Trocando em miúdos”, o leitor RFID recebe das etiquetas distribuídas ao longo da propriedade, estimativa de umidade, disponibilidade total de água do solo, pH e demais taxas, processa-os e os dispõe em rede de internet.

Post Scriptum

Não falo pelo que ouvi dizer. Falo pela minha experiência projetando sistemas RFID. Mas a Identificação por Radiofrequência, visto seus benefícios na parte operacional e econômica, vem ganhando força e anuncia uma revolução silenciosa aumentando seu leque de aplicabilidade cada vez mais ampliado. Deparo-me diariamente com diversas aplicações de sistemas RFID, tais como: controle de área restrita, identificação de bagagens, gerenciamento de produtos, etc. O que acha de utilizar uma etiqueta RFID no seu smartphone e o localizar quando não o encontrar? Por que não na sua carteira pessoal? Caro (a) Leitor (a), este “sujeito oculto” poderia ocupar seu sábado inteiro (com vários lanços de xícara de café) sugerindo aplicações utilizando RFID.

Iguatuense, formação em Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica pela UFCG e Yonsei University, Coreia do Sul – Engenheiro Eletrônico da Freehand Engineering, EUA

MAIS Notícias
Ciência com Café
Ciência com Café

"Eu proponho a seguinte pergunta: máquinas podem pensar?" Alan Turing Assistentes Virtuais Alexa! Hey Siri! Hey Google! O que essas palavras têm em comum? Para quem desconhece, todas esses nomes são de assistentes virtuais com o objetivo de facilitar as nossas vidas...

Ciência com Café
Ciência com Café

"Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito". Albert Einstein “Mistério” Quântico A busca incansável da Ciência por estruturas nanométricas, isto é, de tamanho comparável ao dos átomos, traz à luz o desenvolvimento de nanorobôs na luta...

Ciência com Café
Ciência com Café

"Os investimentos em conhecimento geram os melhores dividendos". Benjamin Franklin Quando se determina o fim de uma pandemia? A pandemia da COVID-19 nos tirou a paz, a relação social, o bem-estar e até mesmo o que temos de mais precioso: a vida. A primeira pandemia do...

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *