“Um incêndio destruiu o celeiro / Agora posso ver a lua“.
Mizuta Masahide (Poeta Japonês do Século XVII)

“Mundo Pós-Pandemia”

É inquestionável que a natureza é neutra, o homem que dá sentido a ela. Antes mesmo que grandes nomes da Ciência, como Newton, Einstein, Maxwell e muitos outros formulassem e interpretassem os fenômenos físicos, a natureza por si só, já era alicerçada por tais maravilhas.

Olhando para sua característica neutra, em um recente artigo publicado pela Nature Magazine – uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo – ratifica que a origem do novo coronavírus (COVID-19) que causou a primeira pandemia do século XXI foi uma mutação natural e não um “acidente” de laboratório. Porém, pandemias passam… E o que haverá após o surto do COVID-19 for controlado? Ciência com Café traz alguns pontos que são importantes a ser destacados em relação ao “mundo pós-pandemia”.

Período de Alegria e Felicidade

Há três fatores que aceleram a História: guerra, revolução e epidemia, o que faz colocar mais combustível em processos que já estavam em curso. Essa é uma mudança irreversível! No espectro histórico, depois de um período de recolhimento e morte, há uma grande explosão de vida. É o caso do Renascimento após a Peste Negra. Depois da Revolução Francesa, a moda em Paris se tornou internacionalmente famosa. Haverá uma tendência a uma explosão de sociabilidade em um primeiro momento. É até interessante as mudanças… Há três meses, se alguém visse pessoas entrarem de máscara no prédio, seriam detidas por tentativa de assalto.

Hoje, quem não está de máscara é visto como infrator e agente direto da cadeia de transmissão do COVID-19.

Desigualdades: Mitos e Verdades!

No nosso Brasil, as famílias encaram de maneira diferente a pandemia, de acordo com o poder financeiro. Na verdade, “trocando em miúdos”, não existe uma elite brasileira, existem várias e diferentes elites. O que realmente a epidemia trouxe à tona, de forma cristalina, é uma desigualdade tão brutal, evidente, que até para a morte somos distintos. As classes média e alta envolvem um debate sobre como lidar com o tédio e com as crianças (ou até mesmo com o maridão) em casa. Já a classe mais baixa, sofrida e pisoteada, pensa em sobreviver, como ser aprovado para os míseros 600 reais do governo e como driblar o risco de perder o emprego.

O tempo da Ciência não é o tempo das redes sociais!

Caro (a) Leitor (a), estamos pesquisando há 40 anos (com investimentos até generosos) uma vacina para o vírus HIV e ainda não a temos. O tempo da Ciência não é o tempo das redes sociais, muito menos o tempo dos “profissionais” formados pelo WhatsApp. Uma vacina efetiva contra o COVID-19 talvez ocorra no ano que vem, com alguma sorte, com muito investimento.

Não é uma atividade fácil, principalmente porque o vírus já vem sofrendo mutação, ou seja, fazendo download de sua nova versão. Falta uma forte iniciativa política para acreditar e investir na Ciência como sinônimo de soberania Nacional. Eu vejo um “terraplanista” como alguém simpático, como um unicórnio lilás ou alguém que fumou alguma coisa que não deveria.

Todavia, aquele que nega a Ciência e/ou até mesmo uma pandemia, deveria ser interpelado judicialmente, pois soa como um discurso homicida.

Elton Brasil – Iguatuense, formação em Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica pela UFCG e Yonsei University, Coreia do Sul – Engenheiro Eletrônico da Freehand Engineering, EUA