“Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.”
1 Coríntios 13:11
É perfeitamente natural que os jovens sejam, em sua grande maioria, “revolucionários”. Que encham os olhos de esperança e sentimento de justiça a cada página lida do Manifesto do Partido Comunista. Essa fase inocente da vida é propriamente justificável, afinal, estão apenas “saindo da casca do ovo”. Ainda não têm consciência do mundo real, e o fantasioso e utópico mundo representativo da igualdade lhe parece plenamente realizável se se esforçarem para a derrocada do capitalismo malvado, opressor, machista, patriarcal etc, etc, etc…
Mormente, os jovens são rebeldes em busca de uma “nova era”! – com a diferença de que, os de hoje, são sensíveis demais para lutar verdadeiramente por um ideal; ladram e choramingam demasiadamente, diferentemente dos jovens das décadas de 1970 e 1980, por exemplo… a propósito, que saudade desses tempos em que homens eram homens. Segundamente, o ativismo nosso de cada dia está embebido em tolices das mais diversificadas possíveis, pois a gama de pessoas que servem para a manobra aumentou consideravelmente. E os que estão na linha de frente perceberam que o combate puramente político não seria suficiente para a tomada de poder. Era preciso galvanizar os jovens. Eis aí o grande lance! Em uma sociedade na qual não conseguem sequer decidir sobre o que são sexualmente, sobre quem são, manobrar a massa ignóbil é mais fácil do que dar tapa em bêbado!
Estou descrevendo o cenário. Perceba, caro leitor, que a juventude inevitavelmente se deixou levar pela onda que assolou a nossa geração. Graças a isso, o politicamente correto patrulha cada passo da liberdade de expressão do cidadão comum. O adolescente, coitado, entusiasmado pela militância revolucionária, sequer se dá conta de que está sendo usado como um títere.
Quando se é adulto, quando se torna consciente de que o mundo de contos de fadas, gnomos e Karl Marx não serve para qualquer bem que seja, abandona-se as coisas de menino e toma-se o rumo do mundo real, dos homens. Mas não apedrejemos as tolices das crianças mediante julgamentos adultos. Tenhamos paciência, pois os que realmente se interessam pelo conhecimento verdadeiro, sairão dessa armadilha pérfida. Agora, encontrar homens feitos defendendo tais bobagens, é vergonhosamente deprimente.
O amadurecimento intelectual político é precisamente o abandono das fantasias de criança. Michael Oakshott, um grande conservador, nos traz indícios dessas escolhas quando aponta que devemos preferir o familiar ao desconhecido, preferir o tentado ao não tentado, o facto ao mistério, o real ao possível, o limitado ao ilimitado, o próximo ao distante, o suficiente ao superabundante, o conveniente ao perfeito, a felicidade presente à utópica. A temperança, o bom senso, a prudência são elementos sumamente norteadores da conduta de uma mentalidade que se separa e não se deixa dominar por essa horda de socialistas e comunistas.
Deixemos pra trás essas coisas de menino…
Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História
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