Nesta sexta-feira, 17, empresários e representantes de classe debateram estratégias no ponto de vista político e prático a fim que a região centro-sul não seja tão somente uma área de “território de passagem”, ou “corredor de exportação” da ferrovia. O projeto da ferrovia Transnordestina tende a favorecer a ampliação da concentração econômica de Iguatu. Caso se confirmem as ações pensadas pela pasta de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo do município, a cidade se tornará como ponto estratégico na logística de transporte.
No auditório da CDL de Iguatu, os empresários dos mais variados setores econômicos do município se mostraram favoráveis a apoiar a iniciativa de que Iguatu tenha uma área de ‘carga e descarga’ da produção da região. “Não queremos que o trem trafegue em alta velocidade, sem deixar riqueza no semiárido, e interligando apenas os portos e centros industrializados”, resumiu Sá Vilarouca, titular da pasta de desenvolvimento econômico.
A estrada de ferro em Iguatu tangencia em três pontos: Distrito de José de Alencar, CE-060 (próximo à sede da Polícia Rodoviária Estadual) e Suassurana. Os técnicos da secretaria fazem um levantamento de áreas da região que possam servir de fluxo da produção. É ensaiada que a definição do lugar esteja prevista nos próximos meses na nova reformulação do plano diretor.
Os representantes políticos da cidade vêm mostrando interesse e apresentando as reuniões que colocam a cidade de Iguatu com assento no ‘G51’ e ‘G5’ composto por municípios com potencial de desenvolvimento no país, e no próprio estado do Ceará, respectivamente. “Iguatu é sim estratégico. Somos uma cidade polo que tem que se colocar como referência no setor econômico. Acredito que se houver boa vontade de nossos representantes e a força do segmento empresarial vamos garantir a vinda desses equipamentos”, afirmou Elenilton Lopes, empresário.
Porto Seco
Com efetivação de um ponto de carga e descarga na cidade, como meta seguinte é articulada a instalação de um ‘Porto Seco’, que seria um terminal intermodal interno diretamente conectado com o centro de transbordo de carga e matéria prima de produção. Meta apontada como mais distante, porém viável, caso se concretize será a primeira do estado. O projeto ferroviário prevê a construção de um porto no Ceará e outro em Pernambuco.
Saiba mais
As obras da ferrovia foram iniciadas em 2006, com orçamento de R$ 4,5 bilhões. Mas, em 2019, após várias paralisações, o projeto foi recalculado e passaria a custar R$ 12,6 bilhões. Já foram gastos mais de R$ 6 bilhões no empreendimento. A Transnordestina é uma ferrovia de 1.742 km, que parte de Eliseu Martins-PI e segue até a cidade de Salgueiro-PE. Lá, a ferrovia se divide em dois ramais: um com destino ao Porto do Pecém, no Ceará, e outro com destino ao porto de Suape, em Pernambuco. No território cearense são 526 km de estrada de ferro.
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