Começa colheita de arroz nas várzeas do açude Orós

Nas áreas de vazantes do açude Orós, na zona rural de Iguatu, a máquina trabalha a todo vapor colhendo arroz. “Tá no ponto e no tempo certo de colheita. O nosso sol forte ajuda a secar os grãos, depois é só ensacar. Até parece ouro”, disse animado o agricultor Fabiano Brito, admirado, mostrando o grande monte do cereal

13/11/2021

Esta semana começou a colheita da safra de arroz irrigado. Em Iguatu, a expectativa de produção é de quase 6 mil toneladas do grão. Safra que não se via há muito tempo. “É bonito de se ver o campo cheio de arroz, a máquina trabalhando. A gente investe muito pra continuar nessa luta. Este ano foi bom para a produção porque ainda teve água no rio, invernos ajudou e não precisamos tirar água dos poços. Mas, por outro lado, tem a energia que pesa e a venda que desanima”, apontou o agricultor André do Carmo.

Neste ano, a expectativa de produção do cereal é de 56 mil quilos, 40% a mais do que no ano passado, quando foram colhidos 40 mil quilos. De acordo com produtores, safra também superior a 2019, que foi de apenas 176 toneladas, por causa da seca, que afetou a produção. “É uma satisfação muito grande a gente ver uma produção dessa. É muito bonita a produtividade do arroz. O grão, a palha, tem bastante. É uma riqueza grande esse açude pra gente”, acrescentou André, que plantou o cereal numa área de 26 tarefas de terra arrendada.

Preço baixo, energia alta

Apesar da boa colheita, os produtores reclamam da queda de preço do grão em 35% em relação ao mesmo período de 2020. A saca de 60 quilos era vendida na roça por R$ 110,00, mas agora caiu para R$ 70,00. “Tem ainda o custo de energia elétrica, que está com bandeira vermelha, os insumos para produzir o arroz, a mão de obra. A gente paga R$ 60,00 a diária. A gente sofre pra produzir, mas infelizmente não é valorizado na hora da comercialização”, lamentou André.

O plantio do arroz irrigado nas vazantes do açude Orós acontece entre julho e agosto, e a colheita começou em novembro e se estende em muitas propriedades até dezembro. A produtividade média alcançada é de 7 mil quilos do grão por hectare. A melhoria genética das sementes e as mudanças no modelo de plantio resultaram no aumento da produtividade. Mas a luta dos produtores é a busca cada vez mais pela melhoria da produção do cereal.

Produtividade

“Cultivar arroz requer do produtor alguns investimentos, os insumos, custo de irrigação pelo uso da energia elétrica, o preparo e o uso do maquinário. Nós damos suporte, através do preparo de terra, e o produtor entra com o restante do trabalho. A gente observa também o melhoramento da genética que aumenta a produtividade. No passado, essas áreas de arroz produziam uma média de 2 mil quilos de arroz por hectare. Atualmente, a média é de 7, 8 mil quilos por hectare. Houve uma evolução, mesmo com a dificuldade de ter uma semente de qualidade, eles ainda conseguiram uma boa para fazer o plantio esse ano, o que favoreceu o melhoramento da produtividade. Nós estamos satisfeitos em ver que mais de 2 mil tarefas, que correspondem a 800 hectares plantados, nas áreas irrigadas do Orós. Mas é uma luta dos produtores que implantem no programa Hora de Plantar a distribuição de sementes de arroz de qualidade pelo Governo do Estado”, explicou Venâncio Vieira, secretário do Desenvolvimento Agrário de Iguatu, comemorando a boa produtividade do cereal no município.

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