Os comerciantes da tradicional feira de fogos que funciona na Avenida Fransquinha Dantas, próximo ao Centro de Iguatu, desde o início deste mês iniciaram a venda artefatos explosivos. Eles aproveitam o período para ganhar uma renda extra, apesar das vendas ainda pouca, estão otimistas que a situação melhore nos próximos dias.
“Esses primeiros dias é só um ‘pinga’. Passa o dia todo sem vender nada, quando no final da tarde aumenta mais a procura. Mas a gente espera que a partir do dia 15 em diante comece a vender. Santo Antônio não é tão comemorado assim com fogueiras quanto São João e São Pedro, quando a gente vende mais”, explica a vendedora Samara Arraes.
E como estratégia para atrair os consumidores, principalmente a criançada, as barracas estão enfeitadas com bandeirinhas, balões, chapéus, e lotadas com uma grande variedade de estalinhos e fogos artifícios. “Temos que inovar e fazer a coisa diferente. Temos que chamar atenção das pessoas porque é um período curto de vendas. Temos que aproveitar. Além das muitas novidades voltadas principalmente para o público infantil, com estalinhos e candelas bem coloridas”, comenta Fernando Moura.
Pagar promessa
A agricultora Rosa Ferreira aproveitou a passagem pela feirinha para comprar uma caixa de fogos. “Isso é pra meu marido pagar uma promessa. Ele só vivia doente. A mãe dele fez uma promessa pra São João. Prometeu que se ele ficasse bom, ele ia soltar uma dúzia de fogos na noite do dia 23, na fogueira de São João. Aproveitei pra comprar logo, já que não moro aqui, moro no sítio, em Jucás”, disse.
Além da promessa, esse período junino é o tempo preferido para muitas pessoas que gostam de manter a tradição, fazer fogueira e muitas brincadeiras e diversão. “Eu já tenho mais de 60 anos, mas ainda hoje brinco todo esse período de fogueira. Desde criança que sempre a gente gostava. Fui criada no sítio fazendo fogueira, assando milho, carne, comendo bolo de milho nos terreiros de casa. Era bom demais. Hoje está bem diferente, mas mesmo assim toda fogueira de São João vou para o sítio. Não deixo de levar bombinha pra distribuir pra meninada e também soltar”, comenta a aposentada Criselite de Oliveira.
Já a aposentada Maria Neide disse que não gosta do barulho das bombas, mas mesmo assim não deixa de comprar uns estalinhos para a neta dela. “Eu não gosto. Acho perigosos aqueles fogos, bombas que têm estouro forte. Mas compro esses estalinhos pra minha neta. Ela brinca e se diverte muito”.
Otimismo
A variedade de produtos à disposição é grande, de estalinhos a caixas de fogos e bombas mais potentes. Os produtos variam de preço de acordo com a quantidade partindo de R$ 1,00 os estalinhos; a caixa de fogos de artifício comercializada em média a R$ 15,00.
De acordo com o vendedor Ivan Araújo, este ano, além dos festejos juninos, os vendedores estão mais otimistas com festival de quadrilha que vai ser realizado pelo município, a partir do dia 12. Além da Copa do Mundo de Futebol Feminino e a Copa América. “Tendo esses eventos, a gente espera vender mais um pouco. Durante os jogos, tem os torcedores mais fanáticos que soltam fogos para comemorar os gols e a vitória do time”.
Prevenção
Nesse período o Corpo de Bombeiros intensifica a fiscalização e realiza ações preventivas para evitar acidentes nos locais de venda. De acordo com o tenente Jackson Moura, bombeiro militar, os comerciantes precisam estar habilitados para informar e repassar com segurança os produtos que vendem. “Desde 2014, quando foi firmado um termo de ajustamento de conduta, entre os vendedores, bombeiros, ministério público e prefeitura, quando as vendas passaram para a avenida Fransquinha Dantas, os vendedores recebem essas orientações. Eles são veteranos e sabem direitinho como devem proceder”, explica.
Ele afirma que além disso em cada barraca é obrigatória a colocação de extintores contra incêndio, placas de advertência e de orientação para os consumidores. A orientação ainda é que as pessoas denunciem a venda, estocagem e produção de bombas de forma clandestina para a Polícia ou para os Bombeiros pelo número 193.
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