O comitê da Bacia do Alto Jaguaribe se reuniu na quinta-feira, 05, no Campus Humberto Teixeira. Alocação dos reservatórios, boletim avaliativo, apresentação sobre a situação dos poços nos municípios da bacia, e dos reparos na estrutura do açude Trussu, estiveram na pauta de discussões dos membros.
Dos 24 reservatórios que compreendem a bacia, 11 deles têm até o momento o volume acima da cata registrada em 01 de janeiro desse ano. O número já é satisfatório e comparado a igual período do ano passado. “Considero os dados bons. Esses primeiros meses de chuvas refletiram em aporte para a maioria deles. Em 2019, só obtivemos aportes no final de março”, disse Anatarino Torres, gerente da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (COGERH-Iguatu).
Dos 12 Comitês de Bacias Hidrográficas do Ceará, a local vem por oito anos consecutivos apresentando as piores recargas. Até o momento o único reservatório da bacia que apresentou sangria foi o Caldeirões na cidade de Saboeiro. Há expectativa que o Trici da cidade de Tauá seja o próximo. Em todo o estado o recorte também vem sendo animador, até aqui, 90 reservatórios ganharam recarga de 33 milhões de m³ no Ceará e 17 açudes estão sangrando.
Trussu
Quando o panorama é trazido para um cenário local, a situação pede atenção. Passado o primeiro mês de quadra chuvosa e somado os acumulados de pré-estação acabaram não se revertendo em aporte para o açude Carlos Roberto Costa – Trussu. O aporte comparado ao do primeiro dia do ano é inferior 19 centímetros do seu nível abaixo e ainda com 1,33 % da capacidade total. “Tivemos um acréscimo de 5cm, mas ainda não superou a cota inicial. Chuvas nem sempre quer dizer aporte. Elas devem se concentrar na metade final do rio ou no próprio reservatório”, explicou Anatarino.
A barragem passou a apresentar problemas na parede decorrentes da falta de manutenção, nos últimos anos. Fissuras e crateras assustam quem passa por lá. Em meio ao medo do possível rompimento da parede, a população mobilizou diversas manifestações solicitando uma intervenção rápida no local. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – (DNOCS) interviu após abrir processo licitatório junto a uma empresa que deu início aos reparos. Entre pausas e retorno, as obras seguem no local que estava configurada na fase intermediária (Grau II) de risco.
Engenheiros que acompanham a obra afirmam que o processo está em fase de finalização. “Pensamos que na segunda quinzena de março, ela chegue a sua conclusão”, afirmou Jean Saraiva, engenheiro civil do DNOCS, que fiscaliza a obra. Ele afirma ainda que o período chuvoso não põe em risco o trabalho. “Não era para acontecer no período chuvoso, mas diante da demanda alta tivemos que nos adequar. Estamos no ritmo bom. É preciso mais atenção, mas não atrapalha”, disse.
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