Em Irapuã Pinheiro, município do Sertão Central Cearense, o cultivo de alface através do sistema hidropônico foi uma das apostas do agricultor Leidisvan Maciel. A atividade vem se desenvolvendo bem e garantindo boa produção e lucro para o produtor.
O sistema, que utiliza a água como meio de nutrição e desenvolvimento das folhas, também apresenta menor consumo de água, além da redução de gastos com agrotóxicos e a utilização de uma área pequena de produção. O cultivo da alface foi implantado numa área coberta, estufa, na propriedade do agricultor no sítio Santana, no Distrito de Baixio, a 12 km da sede de Irapuã Pinheiro. O projeto de hidroponia ocupando uma área de 430m2.
Diferente do plantio convencional, em que a alface é plantada no chão, o cultivo é feito em canos de PVC, normalmente são utilizados canos de 50 e de 75 polegadas. Os canteiros ficam suspensos em uma estrutura de madeira. O desenvolvimento é dividido por fases, nos primeiros 15 dias, a alface é cultivada em canos mais finos, chamado de berçário. A partir do 20º dia, a folhagem é transferida para canos maiores, onde permanece até a colheita. “O período do cultivo das sementes no substrato esponjoso até a colheita da hortaliça varia em torno de 35 a 40 dias”, explica Leidisvan Maciel.
São várias vantagens também desse cultivo hidropônico que requer baixo custo com a mão de obra. Leidisvan cuida praticamente sozinho de todo processo produtivo. Mas o manejo requer cuidado principalmente com a água. “Basta algum problema de nutrição e PH na água o cultivo todo, porque as plantas são alimentadas diretamente através da água. Por isso são necessários alguns conhecimentos técnicos”, destaca o produtor que também é técnico agrícola.
Sem agrotóxico
Para manter o cultivo de alface utiliza 6 mil litros de água por semana. Outra vantagem desse tipo de cultivo protegido na estufa é que evita o ataque de pragas. Com isso, o produtor consegue maior produção com folhas mais saudáveis, sem o uso de agrotóxicos. O projeto tem capacidade produtiva de 4 mil pés de alface por mês. De acordo com Leidisvan, a produção abastece o mercado local e outra parte é comercializada para Iguatu. “Em média, a unidade, vendo a R$ 1,60. Isso comprando em grande quantidade, poucas unidades, vendo a R$ 2,00, comprando aqui direto na estufa. Segundo o produtor, o faturamento ainda é pouco, mas o suficiente para pagar os investimentos da montagem da estrutura da hidroponia, que chegaram a R$ 40 mil, recurso conseguido através de linha de crédito do Governo Federal.
Sistema Piloto
Para conhecer esse tipo de cultivo diferenciado que tem atraído pequenos produtores, técnicos agrícolas e até secretário municipais de cidade da região, uma comitiva técnica formada pelo secretário de Agricultura de Iguatu, Edmilson Rodrigues, com a participação de técnico agrícolas, engenheiros agrônomos e servidores da pasta visitaram a unidade produtiva de Irapuã Pinheiro.
A visita aconteceu na terça-feira, 02. “Realmente fiquei admirado e entusiasmado com o que vi aqui. A gente vê uma área pequena, mas bastante produtiva. Viemos conhecer e buscar implantar um sistema piloto em Iguatu, para que sirva de exemplo e principalmente como fonte de renda para famílias de agricultores como alternativa produtiva e de renda. O mais interessante é que com pouca água o produtor tem uma produção grande”, comentou.
Segundo o engenheiro agrônomo José Teixeira Neto, o uso da tecnologia é fundamental para o desenvolvimento de qualquer cultura principalmente quando se trata da utilização de pouca água, como é comum na região Nordeste tão castigada pela seca. “Como podemos ver, a hidroponia é um bom negócio. Bastante viável, por conta da utilização de pouca água, mas o produtor tem de conhecer as técnicas necessárias para uma condução do sistema e manejo correto para conseguir manter a hortaliça e consequente o lucro. Vale ressaltar que outras folhagens podem ser cultivadas através da hidroponia.
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