Companhia Foco de Dança conquista premiações em Mossoró-RN

29/10/2022

Com o trabalho “Pluar” sobre direção e coreografia de Nayane Rodrigues, a bailarina Raicy Kelly, representando a Companhia Foco de Dança, conquistou premiações e bolsas de estudos e cursos durante a sétima edição do Festival Sete e Oito, que acontece na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Raicy ganhou o primeiro lugar na categoria ‘Solo Contemporâneo Avançado’, melhor bailarina do festival, além de bolsas de estudos na Petite Danse, do Rio de Janeiro, bolsa para o Curso Contemporâneo no Festival 2023 do CBDD, de Fortaleza. A companhia também ganhou a medalha de Mérito e Reconhecimento da Diretora/Coreógrafa, para a bailarina e diretora da companhia Nayane Rodrigues. O evento aconteceu entre os dias 22 a 24 deste mês, no teatro Lauro Monte.

Depois de dois anos, por conta da pandemia da Covid-19, o evento voltou a acontecer e contou com a participação de mais de 170 trabalhos coreográficos na mostra competitiva, com cerca de 250 bailarinos envolvidos. “Mais um momento da minha vida que tenho boas experiências, tenho que agradecer muito a Deus por tudo e principalmente por ter ao meu lado uma professora que acredita, busca e tem uma história de vida inspiradora”, contou Raicy Kelly, bailarina destaque do festival.

 

Dificuldades, apoio e parceria

Raicy ressaltou as dificuldades que sempre encontrou na sua formação. “Nunca foi fácil, até já pensei que não iria conseguir, por ver pessoas que começaram antes de mim, nem estarem mais dançando ou terem vou realidade na dança. Além que nunca tive condições e nem minha família de investir financeiramente na minha carreira com a dança ou outros sonhos, até porque a dança é minha vida”, disse.

A bailarina contou que aprendeu com todas as dificuldades ser resistente. “Uma coisa que aprendi é que desistir é um fato de escolha, então sempre irei escolher seguir focada, por mais que eu tenha que mudar minha direção ou me reinventar. Quando for necessário mudar, saberei que será por algo melhor. Hoje vejo minha história e tudo que passei para chegar aqui, não teria conseguido sozinha. Nayane sempre fez de tudo por todos do projeto. Hoje eu vivo algo tão grande que fico sem acreditar e sei que algo maior ainda está por vir”, contou a bailarina que no festival conquistou o maior prêmio de qualquer festival ‘Melhor Bailarina’.

“Nessa na hora fiquei parada olhando para minha professora. Sabe, ganhar esse título é muito importante, é único dentro dos festivais de grande porte. Passa um resumo de tudo. Muitas pessoas projetam tantas coisas para desistirmos. Só que ter alguém, que luta sozinha por você e te ver ir mesmo que não tem condições financeiras tão longe, é tão forte que nessa hora sabemos o porquê de tudo”, declarou, reconhecendo e agradecendo o apoio e parceria com a professora Nayane Rodrigues.

“Todas as premiações que ganhei não fui sozinha. E levarei por toda vida cada caminho percorrido. Minha professora sempre ensinou a olharmos de onde saímos até onde estamos, pé no chão e voar sempre alto. Sempre quem ganha melhor bailarina no festival, são bailarinas clássicas, por muitas vezes. E competir na categoria solo contemporânea avançando, com o trabalho “Pluar”, não esperava”, ressaltou.

Meu mundo, minha vida

A jovem bailarina afirmou que com o pouco que ganha com a arte, já conseguiu ajudar a mãe dela. “Esse prêmio vai para minha mãe, para um tratamento de saúde dela. Fazer algo que amo, ter alguém que luta por mim e no final pela primeira fez ajudar financeiramente minha mãe por meio da dança é algo muito gratificante”, contou, afirmando que tem muitos projetos com a dança para continuar seguindo em frente. “Eu nem sei o que falar, porque é uma história cheia de lições de vida, conquistas e desafios. Mas sou muito grata por tudo, é bem cansativo e tenho que fazer escolhas que me deixam longe da família, amigos, uma vida social para me dedicar à dança. Mas não posso mentir é meu mundo, minha vida. Não iria conseguir sem ela comigo, minha professora”.

Fazendo história

Orgulhosa do talento lapidado, Nayane Rodrigues falou de mais uma participação em festival, em que a companhia levou o nome de Iguatu para fora. “A dança já teve muitas evoluções aqui no município. Vejo que algo maior ainda pode acontecer. Com o projeto social de dança, essa semente que plantei aqui no município, tentei fazer um trabalho diferente. Raicy é aluna do projeto social de dança, que se tornou uma bailarina da Companhia Foco de Dança. Participar do Festival Sete, Oito, em Mossoró, no Rio grande do Norte, para a gente foi mais um momento de reflexão. A cada projeto que eu escrevo como diretora para um festival, a gente para depois dependendo do resultado para analisar, corrigir onde houve erro, se acertou, continuar melhorando”, ponderou a diretora, afirmando que a companhia já trabalha novos projetos para o próximo ano.

Raicy Kelly é atualmente uma das maiores bailarinas e faz história com a dança no município. “Eu tenho orgulho de dizer que eu também sou uma das bailarinas e comecei a fazer história aqui com a dança, mas lembrando sempre da primeira que veio fazer história, a minha professora Glébia Alexa, que fez o início de tudo isso, a história da dança, e eu me espelhei nela. Ela me abraçou e foi esse abraço que eu quis levar para toda minha vida, e hoje temos Raicy. Nós ainda estamos em estado de choque o “Pluar”, foi um trabalho que saiu classificado do Festival Internacional em Joinville, Santa Catarina, apresentamos no Festival Sete, Oito. Estamos sem acreditar! Nós ficamos encantadas com toda a experiência, fizemos cursos conhecemos professores de referência, conhecemos outras escolas de dança, outras pessoas conheceram a gente e já vieram trazendo a lembrança da gente no Festival de Joinville. São momentos inesquecíveis”, contou, destacando também que é muito difícil continuar levando o nome da cidade para outros estados, competições sem apoio financeiro.

Saiba mais

O festival é promovido pelo Núcleo de Dança Nylson Torres e tem como intuito promover a competição entre os mais diversos grupos e bailarinos independentes, e incentivar a continuidade da formação dos participantes através de prêmios em dinheiro, vouchers, brindes, bolsas de estudos e isenções em festivais virtuais e presenciais que acontecerão pelo Brasil. “O Sete, Oito foi criado visando ampliar e contribuir com o desenvolvimento sociocultural da cidade e do Estado divulgando a cultura e a valorização da dança em Mossoró e região, proporcionando às escolas, grupos, bailarinos independentes e Cias de dança semiprofissionais e profissionais, professores e diretores a geração de um intercâmbio de conhecimentos para expor os seus trabalhos e experiências. Hoje, nossa área de abrangência se estende por todo o país, contando com a participação de candidatos das diversas regiões do Brasil”, disse, agradecendo o sucesso do evento, a direção do festival.

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