Visando capacitar a população das comunidades mais distantes a prevenir incêndios florestais, militares do Corpo de Bombeiros de Iguatu realizaram trabalho de orientação para 25 moradores das comunidades rurais do distrito de José de Alencar no último final de semana, na sede da associação de moradores.
No ano passado, principalmente no segundo semestre, os incêndios em vegetação se intensificaram. O aumento de focos de incêndio nas regiões de serra deixou moradores do distrito de José de Alencar em estado de alerta na época. Além do período de seca e baixa umidade do ar, houve muitos relatos de práticas de incêndios criminosos. “Registramos incêndios nos sítios Estrada e Aroeiras, na região do Alencar. O fogo consumiu grandes áreas de vegetação nativa”, relembrou Ivano Silva “Voninho”, presidente da Associação dos Moradores, Produtores e Agricultores de José de Alencar.
O trabalho com os moradores foi de orientação com a população sobre como debelar os incêndios florestais, as suas formas de combate, como se propaga sem controle as chamas e o uso dos materiais de combate a incêndio. “Os incêndios florestais ocorrem, geralmente, por causa humana. O combate é evitado com a prevenção”, afirmou o tenente-coronel Mendes Júnior, comandante do grupamento local.
O fogo já causou prejuízos para agricultores e produtores rurais com a destruição de pastagem, sistema de irrigação, cercas, provocando também danos à saúde de moradores, além da destruição da fauna e da flora nativa. Os incêndios em vegetação ocorrem não só em Iguatu, mas em outros municípios que são atendidos pela Corporação dos Bombeiros em Iguatu. “Os bombeiros atendem uma área de quase 20 municípios além de Iguatu. Isso dificulta o trabalho de combate”, disse Voninho.
Brigada
Ambientalistas e profissionais de segurança acreditam que a proposta mais eficaz para prevenir e combater incêndios florestais e realizar ações de recuperação de áreas atingidas seria a criação de uma brigada.
Na Câmara Municipal de Iguatu (CMI), no final do ano passado, ambientalistas do movimento ecológico SOS Bastiana apresentaram o projeto de lei de criação da Brigada de Combate a Incêndios Florestais do Município de Iguatu. “Prejuízo econômico a produtores e criadores de animais e de apicultores. Prejuízo social, pela diminuição ou impossibilidade de manutenção das pessoas no campo, gerando êxodo rural e das pessoas da cidade que sofreram com o fogo próximo das casas e pela fuligem e fumaça no ar, além do aumento da temperatura e diminuição da umidade do ar, que tem afetado gravemente a condição de vida e o bem-estar da população”, disse Dauyzio, participante do movimento.
O projeto não teve avanço na casa. Por se tratar de um projeto de iniciativa popular, faz-se necessária a assinatura de 5% da população. Mas a proposta pode ser apresentada por um dos 16 vereadores ou até mesmo pelo Poder Executivo. Os ambientalistas fazem pressão e o trabalho de articulação para o início de tramitação da pauta.
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