A rua Luzia Moreira no Bairro Veneza, na cidade de Iguatu, nos últimos tempos vinha perdendo sua intensidade de circulação. O vai e vem de alunos decrescia a cada ano. Na quinta-feira, 24, o sentimento nostálgico e melancólico de quase um ‘novo luto’ veio à tona por quem circulava na via onde se situa o patrimônio educacional do município. A maioria lamentava a decisão do encerramento das atividades do Centro Educacional Ruy Barbosa, em 2020, após 58 anos de contribuição.
O anúncio veio por meio da mantenedora do Centro Educacional Ruy Barbosa. A Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), através de ofício enviado, no último dia 21 de outubro, aos pais dos alunos, comunicou o encerramento das atividades educacionais da referida escola. O documento chegou ao conhecimento da imprensa três dias depois. A notícia ganhou ampla repercussão nas redes sociais. Em choque com a informação, ex-alunos usaram das mídias para lamentar a decisão.
Início e fim
Fundado no início dos anos 60, o colégio Ruy Barbosa foi pioneiro no ensino privado com mensalidades acessíveis, atendendo alunos de diversas cidades do interior do Ceará. Após o falecimento do diretor Dr. Edson Gouvêa, educador referência de ensino e de disciplina, que esteve à frente da gestão por mais de 40 anos, o colégio sofreu com a perda de alunos que agora culmina na interrupção dos serviços educacionais.
A CNEC alega que a decisão é uma consequência da análise minuciosa de fatores internos e externos que se tornaram inoportunos à manutenção do bom atendimento da comunidade local com a qualidade e eficiência características da marca.
A nota diz ainda que o principal motivo para o fechamento da escola é a própria inviabilidade financeira, devido aos preços praticados pela concorrência no mercado privado educacional, na relação entre número de alunos, corpo técnico pedagógico e administrativos e segmentos ofertados, e na inadimplência acumulada ao longo dos últimos três anos marcada ainda por desligamentos de professores e direção decanas do Ruy Barbosa.
Ruy Barbosa se une ao triste quadro de colégios que finalizaram suas atividades na cidade por variados motivos: Colégio Diocesano, Colégio São José, Escola Brasil e Geo.
Manifesto
Ex-alunos prometem realizar um ato na frente do colégio no dia de hoje, no intuito que o CNEC reavalie o posicionamento. O grupo também exige que o patrimônio e acervo sejam protegidos como material fotográfico, bibliotecário e troféus. Grupos de Trabalho da mobilização em prol do colégio agendam um encontro para traçar estratégias na preservação do legado patrimonial o qual muitos defendem como pertencente da sociedade iguatuense.
A instituição ajudou na formação de médicos, juízes, delegados e em novos professores que retornaram ao colégio como educadores nos mesmos muros e salas que os cercaram como discentes. Uma marca característica era sua valorização às práticas esportivas. O sentimento de todos é como se houvesse uma segunda perda comparada a de 11 anos quando partiu o doutor que impunha e exigia respeito.
Recebi, com muita tristeza, a notícia do fim das atividades do Centro Educacional Ruy Barbosa. Para cada ex-aluno, aquela casa foi uma escola de vida e para a vida. Representou o acesso à educação de qualidade para os filhos das famílias da comunidade. Aí me incluo. Da 6ª série fundamental ao 3° ano do ensino médio, aprendi em um modelo de educação austera, em que se destaca a figura de Dr. Edson Gouvêa, com a dedicação de mestres exemplares e o convívio de colegas que trago para sempre no coração. Às vésperas de celebrarmos os 60 anos do Ruy, o fechamento de suas portas encerra sonhos de novas gerações, nossos filhos, que, nos tempos desafiadores que se descortinam, não terão a oportunidade de, como nós, usufruírem de uma Educação de valores, acessível a todos, firme, que só o Ruy Barbosa nos proporcionou, para várias gerações do nosso Iguatu e de toda a região. Dos afetos, da significação para a vida, só quem passou por lá, sabe! Tanto sei, que sinto muito. O Ruy Barbosa permanecerá para sempre em nossas mentes e no nosso coração. José Ivo Ferreira de Souza, ex-aluno (1995-2000) – Docente do Curso de Direito, Diretor URCA/Iguatu (2008-2019).
Uma verdadeira família, sempre trabalhou para nos fornecer educação qualificada. O cuidado da equipe com todos os estudantes, demonstrando dar importância à formação completa de cada um, sempre foi uma marca do Ruy Barbosa, capitaneado pelo eterno Dr. Edson. Lembranças de excelentes momentos, com a certeza plena de uma contribuição ímpar para a sociedade iguatuense e de toda a região. Obrigado a todos que, de alguma forma, fizeram ou fazem parte do meu querido Ruy Barbosa. Ricardo Alexandre, Juiz do TJCE, ex-aluno.
Tive a oportunidade de estudar no colégio Ruy Barbosa, no qual desfrutei do privilégio de vivenciar e observar a grande dedicação de Dr. Edson e toda sua equipe, para que essa escola fosse uma referência em Educação não apenas do nosso município como de todo o Nordeste. Recordo-me de toda dedicação do saudoso Dr. Edson, desde a construção da escola até o seu funcionamento. Tive a honra de receber uma comenda das suas mãos enquanto eu desempenhava a função de Presidente da Câmara Municipal, momento ímpar na minha vida política, pois um dia estive lá como aluno e nesta ocasião me encontrava como um amigo da escola. Portanto, é lamentável a postura da CNEC em pôr um fim numa história de extrema importância e de exemplo para toda uma região. Aderilo Alcântara, ex-prefeito de Iguatu, ex-aluno.
Imensa tristeza receber essa notícia. Gerações e gerações de alunos fizeram do Centro Educacional Ruy Barbosa uma referência em educação no Centro-Sul do Ceará. Não só grandes personalidades, que são incontáveis, mas toda a sociedade esteve representada ali, nasceu e se desenvolveu educacionalmente nessa instituição tão amada. Formaram-se sobretudo discípulos do eterno Dr. Edson Luiz Cavalcante de Gouveia, numa época em que a tradicional educação e respeito há muito tempo deixa saudades e prejuízos à sociedade, hoje tão ávida por uma liberdade e libertinagem tão prejudiciais a atual geração. Ali construíram-se homens e mulheres comprometidos com o social, o profissional e sobretudo, uma prática embasada num respeito institucional eterno e que nos faz experimentar literalmente um aperto no coração por ter que presenciar tudo isso. Vamos ficar parados?! Roberto Mendonça, médico, ex-aluno.
Fiz parte da primeira turma formada no curso ginasial do Ruy Barbosa, em 1963. Fiquei surpreso e triste com a notícia do fechamento do Colégio que eu sempre considerei um marco na educação em Iguatu e região Centro-Sul do Ceará. Pra mim, o encerramento das atividades do Ruy Barbosa é uma demonstração de que o setor educacional não ė prioritário em nosso país, como deveria ser. Edmilson Araújo Júnior, bancário, agrônomo, aposentado, ex-aluno.
Quando vemos grandes instituições fecharem suas portas é sempre lastimável, mas enxergar templos ruírem, torna-se incurável. O Centro Educacional Ruy Barbosa (CERB) me fez doar parte da minha vida durante mais de três décadas e lá pude construir minha história pessoal, profissional e cidadã. Contribuir para que jovens e adolescentes descobrissem o amor pelo esporte, trilhassem seus caminhos e dividissem com os iguatuenses a alegria de ser um eterno cenecista foram alguns objetivos que consegui alcançar dentro das salas, dos pátios e das quadras. Nós, que ajudamos a erguer uma das escolas com maior referência em Educação no Estado do Ceará, ficamos muito tristes com as últimas notícias, mas o brilhante serviço que o CERB continua fazendo durante esses 60 longos anos não é qualquer estabelecimento de ensino que faz. Diretores, professores, colaboradores, alunos fizeram e fazem tudo para que a História daquele templo sagrado não se apague, porque a atmosfera lá é completamente diferente de qualquer outra no mundo. Como também não lembrar de um dos maiores baluartes da Educação brasileira, o mestre Dr. Edson Luiz Cavalcante de Gouvêa, que de forma aguerrida e abnegada se tornou exemplo para cada pessoa que passou em sua vida. De fato, ele colocou a escola em patamares antes nunca vistos em escolas do interior do Nordeste. Embora tenha hoje o dissabor de ouvir que não haverá mais funcionamento em mais um ano letivo, ficará meu eterno agradecimento por tudo que a escola pôde ter feito por mim. João Hamilton, ex-professor do Ruy Barbosa.
É com grande emoção, que procuro, com algumas palavras, expressar o que significa o Colégio Ruy Barbosa para mim. Em 1965, ingressei nessa renomada escola, onde cursei o ginasial e o curso pedagógico. Em 1972, fui convidada para assumir o setor financeiro dessa casa educacional. Foi com muito amor e dedicação que ali fiquei durante 36 anos ao lado do nosso querido e inesquecível Dr. Edson. Construímos nossa sede própria com a participação dos iguatuenses, principalmente os pais dos alunos que não mediam esforços para nos ajudar. Todos os funcionários participavam dessa luta. Foi uma grande luta, mas, graças ao nosso Pai maior, na década de 80, conseguimos que a escola funcionasse na sua sede própria. A luta continuou. Cada ano uma mudança até que chegamos a essa grande escola que ela hoje é. A tristeza hoje toma conta da comunidade iguatuense com a notícia de que fecharão as portas de um grande Estabelecimento de Ensino de Iguatu. Dói muito. O meu coração está apertadinho. O que podemos fazer? Dr. Edson, descanse em paz. Da sua história temos muitos resultados positivos. Um grande abraço aos meus irmãos do Centro Educacional Ruy Barbosa. Francisca Paulino, Fransquinha, ex-tesoureira do Ruy Barbosa.
Quando fiquei sabendo do fechamento do Colégio Ruy Barbosa, o sentimento que me veio foi a tristeza. Tive a oportunidade de estudar por 14 anos da minha vida naquela escola. Desde o antigo Jardim I até o 3º ano do ensino médio. Fiz grandes amizades que conservo até hoje. Tive a oportunidade de ser aluno de grandes professores/educadores que fizeram história na Educação do Município de Iguatu/CE. Dentre todos os professores que tive a honra de ser aluno e de receber os valiosos ensinamentos, o que mais me marcou foi o grande Dr. Edson. Posso afirmar com absoluta convicção que ele foi um grande mestre para mim e para inúmeros jovens de Iguatu e região. O Colégio Ruy Barbosa foi minha segunda casa. Foi naquela escola onde recebi lições e ensinamentos que guardarei por toda minha vida e, se Deus me permitir, irei repassá-los para meus filhos. Lições como ética, moral, bons costumes, respeito e dignidade, entre outros valores, foram repassados para diversos jovens, os quais se tornaram verdadeiros cidadãos que hoje atuam em diversas áreas do saber pelo mundo a fora. Para finalizar, deixo meu sincero agradecimento ao Colégio Ruy Barbosa, bem como a todos os professores e demais colaboradores que fizeram parte dessa história, em especial, ao grande Dr. Edson! Muito obrigado por tudo! Weslley Alves de Araújo, delegado de Polícia Civil e ex-aluno.
Foram tempos memoráveis de juventude que ficaram no coração. Casa de amigos. Casa do saudoso e dedicado Dr. Edson. Ali uma verdadeira extensão da nossa casa onde se complementava o respeito aos professores, as boas amizades nunca esquecidas e que perduram até os dias atuais. Iguatu perde muito com o fechamento desse que já foi um dos maiores ícones da educação iguatuense. Tempos memoráveis. Vilson Bezerra Castro, coronel da PM e ex-aluno.
Quando a crise chega à educação, aí vale o que Caetano diz em uma música sua: “Alguma coisa está fora da ordem”! O colégio Ruy Barbosa está se calando. Não, não, escola nunca devia se acabar. Passar por crises e agonizar eu até aceito, é natural em vários setores do País, mas acabar, não! Lamentei muito receber essa notícia de um lugar que além de me ter dado educação, conhecimento e formação, deu-me grandes amigos colegas e professores que até hoje fazem parte do meu convívio, sem falar que foi onde comecei meu relacionamento com minha esposa Sandra. Ao mestre Dr. Edson por sua dedicação à educação em Iguatu e região pelo forte sistema de ensino que não dividia classes sociais, aos professores pela paixão e dedicação de ensinar ali, meu muito obrigado. Para o Ruy Barbosa, termino com outra frase de uma música, dessa vez de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito: “Tire seu sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor”. José Germano Leite Araújo, ex-aluno.
Eu estudei no colégio Ruy Barbosa quando ele ainda era no chamado Anexo, atrás do CRI e perto da rotatória do INSS. Estudava no período da tarde, e o prédio pegava toda a incidência solar, tornando o ambiente muito quente e as salas somente possuíam ventiladores. Mas era um ambiente encantador. Época dos primeiros namoricos e de amizades verdadeiras, muitas que persistem até hoje, 40 anos depois. Corpo docente maravilhoso nos trazia conhecimentos e aprendizados inenarráveis, não somente nas matérias aplicadas mas aprendíamos também outros valores, como respeito, cidadania e ética. Dr. Edson conduzia o colégio a mão de ferro, mas dentro do peito batia um coração enorme e generoso. Ficava na entrada controlando a vestimenta correta, camisa branca com gola marrom, nos fazendo abotoar o último botão da camisa. Impunha respeito e oferecia uma amizade sincera. Colégio era famoso também pelas atividades extraclasse, aguardado nos desfiles de 7 de setembro pela beleza das alegorias, assim como abrilhantava alguns espetáculos com o seu Maculelê, grupo do qual fui pioneiro. E as excursões a Salvador organizada após conclusão do secundário? Participei da viagem de 1976 com amigos queridos, alguns deles inclusive se tornaram professores do próprio colégio Ruy Barbosa. Sempre que voltava a Iguatu, já como ex-aluno, fazia questão de ir visitar Dr. Edson no colégio, agora já no novo prédio, e esse me pegava pelo braço e íamos de sala em sala, onde ele todo orgulhoso me apresentava como um exemplo a ser seguido, devido ao meu sucesso profissional (eu tinha entrado numa empresa de petróleo, ramo que estou até hoje). A notícia do fechamento do colégio me pegou de surpresa acompanhando uma tristeza infinda. Não sei a que se deve o fechamento, se é problema de verba, má gestão ou simplesmente fruto da falta de política na educação do atual governo. Também não sei se isso é reversível, ou se existe alguma outra solução. Mas temos que fazer de tudo para que isso não sei concretize e Iguatu siga contando com esse colégio tão tradicional e tão querido por todos. Zaqueu Leite Araújo, ex-aluno, técnico em mecânica em petróleo.
E de repente você recebe a notícia de que vão apagar parte da sua história: “encerramento das atividades do Centro Educacional Ruy Barbosa/CNEC”. Para quem nunca foi cenecista pode soar como um lamento incompreensível. No entanto, os que partilharam comigo dessa experiência, sabem muito bem do que estou falando. De início gostaria de salientar que não somos somente cenecistas, como muitos em nosso país. Sem querer ser merecedora de destaque, mas tentando fazer com que o leitor tenha uma certa empatia com o que desejo transmitir, digo-lhes que, além de cenecistas, tivemos a honra de ter tido a nossa frente um homem, um Mestre por excelência, que nos deixou um legado incalculável. Exemplo de ética, de fé e de compromisso com o próximo. Dr. Edson, como carinhosamente lhes chamavam, foi um marco na história da CNEC. E para lembrar esse grande Educador, gostaria de relatar o meu grande sonho: Que o povo tenha a pretensão de se equiparar ao Japão no trato com os professores. Para eles, o professor é o único profissional que não precisa se curvar diante do imperador, pois, segundo eles, em uma terra onde não há professores, não há imperadores. Ah… Eu não poderia encerrar essas palavras sem ressaltar que sonhar foi uma lição aprendida em sala de aula. Leila Maria Sales Maia, servidora estatual, ex-aluna.
Em 1976, após o fechamento do colégio Diocesano, ingressei no Ruy Barbosa. Em 1978, a nossa turma, sob a coordenação do colega Odorico Monteiro, implantou com apoio do então diretor, Dr. Édson Gouvêa, o ensino médio. Ajudamos na construção da atual sede. Fizemos história. Quando voltei a Iguatu, formado em Jornalismo pela UFC, fui convidado a ser professor de Redação e de História. Tenho boas lembranças e saudades dessas duas épocas. Penso que após a morte de Dr. Édson, a escola começou também a morrer, de forma lenta, por vários fatores: gestão que não evitou a saída de alunos, demora em adotar mudanças, descompromisso de alguns docentes, abertura de escolas de ensino infantil e fundamental, com preços menores do que o do Ruy, perda de identidade, de qualidade, falta de competividade para o ensino médio – marketing de preparação eficaz para Enem e vestibulares e, claro, erro estratégico e de gestão por parte da CNEC. Quero muito bem ao colégio Ruy Barbosa e lamento o encerramento de suas atividades, mas ele não é o maior e nem o melhor, nem está acima de tudo e de todos, pois cada escola tem sua história, sua contribuição. Não esqueçamos do São José, que funcionou por 70 anos e encerrou atividades em 2009. Há mobilização para salvar o acervo histórico, fotográfico, nada mais justo. Há muitos lamentos e reclamações, mas até ontem nada ou quase fizeram em defesa do colégio, não matricularam seus filhos lá. Minhas duas filhas não estudaram no Ruy, por isso, não reclamo, apenas lamento, mas já esperava essa morte anunciada. – Honório Barbosa, ex aluno, ex-professor e Jornalista.
Ainda hoje muito triste com a notícia que recebi na noite do dia 23/10/2019, por volta das 21h, que relata o fechamento de uma das maiores Instituições Educacionais do nosso Iguatu, Ceará, e porque não dizer, do Brasil. Como todos conhecem o Colégio de Dr. Edson, o Ruy Barbosa de Dr. Edson, desde o início de sua trajetória, com o início de sua construção até os dias atuais, não vou relatar fatos passados que são do conhecimento de todos, no tocante à sua construção, pela sociedade iguatuense (alunos, ex-alunos, pais e toda comunidade em geral), com uma luta incansável o nosso inesquecível Dr. Edson que deixou um grande patrimônio para uma Instituição Filantrópica, que por durante 60 anos do Colégio, muito pouco contribuiu financeiramente para com a construção de sua sede própria. Hoje digo com muita propriedade que suas instalações são umas das melhores e que a CNEC – Campanha Nacional de Escolas da Comunidade, instituição mantenedora do Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa fecha as portas como se estivesse fechando uma caixa de sapato, por falta de uma administração a distância dos superiores em Brasília que têm pensamento forte de ano a ano fechar escolas e automaticamente vender o patrimônio recebido. Hoje com 57 anos de idade, passei 42 anos fazendo parte da Instituição, como aluno, 7 anos e como colaborador, 35 anos, com uma trajetória de Professor, Vice-diretor, Diretor Pedagógico e com o falecimento de nosso ícone educacional Dr. Edson, fui nomeado Diretor Administrativo em março de 2007. Exercendo o cargo até 11/08/2017, dia este onde senti que brevemente iríamos passar por dissabores como vivenciamos agora. Nesta data (11/08/2017) recebíamos em nosso Colégio uma representação da CNEC de Brasília para uma visita técnica para traçarmos metas de crescimento, mas fomos enganados, ao verem uma instalação de grande porte e crescendo os olhos, iniciam o fechamento com uma demissão em massa do quadro Administrativo e Docente que ao final de 2017 atingiu 90%. No período em que assumi o cargo de Diretor Administrativo (2007 a 2017) e com a centralização de aspectos pedagógicos e financeiros para a Mantenedora (CNEC Brasília), tirando assim a autonomia de nós, Diretores de Unidades, ficamos totalmente subordinados e às vezes e às vezes humilhados pela mantenedora, fato que muito contribuiu para o afastamento dos nossos alunos com lançamentos de percentuais de aumento abusivos, assunto que muito lutei em reuniões de Diretores com a CNEC em João Pessoa e Brasília a cada ano, ficando impossível a permanência do aluno no Colégio, que pediam transferência para outra Escola quando não atendíamos os pedidos de descontos pelos pais ou responsáveis. Durante o período de gestão e com um quadro capacitado (Administrativo, Docente e um corpo Discente ideal), conseguimos sobreviver durante grandes turbulências geradas pela Mantenedora que com pouca visão de educação e sem conhecimento do dia a dia nas Escolas, nos tirando o direito de administrar, partiram para a ordem de fechamento. Para o conhecimento de todos da sociedade a CNEC ano a ano fecha Escolas em todo o Brasil, este ano com uma perspectiva de fechar 13, só para conhecimento de todos, no ano de 1982 quando ingressei na Rede CNEC como colaborador do Colégio, no Ceará existiam quase 100 Unidades, hoje sobrevivem apenas 7, só na capital tinham 5 e hoje, nenhuma, e em quase todas as cidades cearenses existia uma Unidade Escolar da CNEC. Finalizo de coração partido e sangrando porque é lamentável o fechamento de uma Escola e, em se tratando do nosso Ruy Barbosa, de uma história bela, se torna muito difícil acreditar. Digo sempre que Escola não se fecha, e sim, se abre. – Lúcio Chaves Gondim ex-aluno, ex-professor e ex-diretor.
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