Nos canteiros de obras espalhados em vários bairros em Iguatu, o trabalho de serventes, pedreiros, engenheiros e demais profissionais iniciou de forma adaptada. A máscara se tornou mais um equipamento de proteção obrigatório. Além de álcool em gel, o que muitos usam mesmo para higienização é sabão e água. O distanciamento também está sendo adotado. “Passamos a fazer essas orientações desde quando foram retomados os trabalhos. É bem difícil, mas temos que nos acostumar. Têm uns que às vezes esquecem, mas estamos em fase de adaptação a essa nova realidade”, disse Eliângelo Silva, construtor e presidente da Associação de Construtores do Centro Sul do Ceará.
A retomada econômica, mesmo que de forma gradual, é vista com boa expectativa por parte de serviços tidos não essenciais contemplados nessa primeira fase, tanto do setor do comércio, quanto do serviço.
Conforme divulgado pelo Governo do Ceará, 17 atividades econômicas retornam gradualmente nessa fase de transição, que encerra amanhã, domingo, 07. O plano de flexibilização do governo cearense foi dividido em cinco fases. As etapas deverão obedecer a um prazo de 14 dias cada. Entidades ligadas ao setor da construção civil acreditam que abertura de forma gradativa vai ajudar a reaquecer a economia local. “Acredito que fomos um setor menos atingido. O Governo Federal está incentivando a compra de casa, com carência para pagamento da primeira prestação de seis meses. Isso ajuda. Porque é o tempo que podemos retomar as atividades normalmente”, disse Eliângelo Silva, apontando que a cadeia produtiva da construção civil em Iguatu gera milhares de empregos diretos e indiretos.
Nos comércios que vendem materiais de construção, a movimento de clientes começa aumentar. “Aqui passamos a organizar a filas de fora. As pessoas ficam distantes, com local marcado no chão. Instalamos uma pia com sabão para usar antes e depois que entrar na loja. Além disso também tem álcool em gel em cada mesa dos vendedores e em outros pontos da loja. Só permitidos a entrada de cinco pessoas, isso para cada vendedor, que passou atender os clientes depois das áreas demarcadas. A livre circulação das pessoas na loja, apesar de ser espaço grande, também estra restrita. Está difícil, mas essa é nossa realidade. Todavia, é melhor do que comércio fechado”, apontou o vendedor José Carlos Albuquerque, confiante numa retomada do crescimento das vendas.
No centro da cidade, comércios e serviços contemplados nessa fase de transição abriram parcialmente. Na Galeria Gustavo Correia Lima, que concentra consultórios odontológicos e muitas papelarias, os consumidores tiveram que fazer as compras fora dos estabelecimentos. De acordo com Tiago Alves, dono de uma papelaria, a retomada de forma gradual tem sido uma boa opção, mas, segundo ele, vai depender muito do comportamento das pessoas diante dessa nova realidade. “Não adianta as empresas tomar medidas, adotar normas. É preciso também que as pessoas se conscientizem, mantenham distanciamento social, façam higienização sempre e só saiam de casa para vir à rua se realmente for necessário. Esse momento está difícil para o comércio, mas vejo que ainda não é momento de as pessoas virem pra rua atoa. Para isso temos serviços de entrega em casa. Uma nova realidade para os vários tipos de comércios que, creio, deve continuar ainda por mais tempo”, disse.
Segundo o governador Camilo Santana, para passar de uma fase para outra, serão avaliados o comportamento em relação aos números de contaminação e ocupação de leitos hospitalares apresentados.
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