Corpo de Bombeiros alerta perigo de incêndios florestais com ‘broca’

21/01/2023

 

 

O alto índice de incêndios são sintomas de práticas agrícolas nocivas ao meio ambiente, como os ‘aceiros’ ou ‘brocadas’. O Corpo de Bombeiros de Iguatu se mostra preocupado com esse manejo que pode colocar em risco a vida de quem pratica.

No último final de semana, um idoso morreu queimado na zona rural de Quixelô durante essa atividade comum entre os homens e mulheres do campo que preparam suas terras visando o plantio no início do ano.

O alerta em forma de orientações foi ressaltado pelo comandante do corpo de bombeiros do 4ª Grupamento de Iguatu, tenente-coronel Mendes Júnior. “A dinâmica relacionada aos incêndios florestais e queimadas não autorizadas é extremamente complexa e está relacionada ao desmatamento e ao uso do fogo sem controle pelas comunidades. Os incêndios florestais são em sua maioria em decorrência da ação humana, mas nem todos em decorrência da atividade agrícola. Devemos, sim, orientar que exista mais cuidado com essa prática”, ressaltou o militar.

Conforme dados do comando local que abrange 14 cidades, entre setembro e novembro, nos meses mais quentes do ano, a corporação tem uma média de nove chamados por dia para combate a incêndios. “De forma geral o Corpo de Bombeiros orienta a população que, ao obter autorização para o uso do fogo na área rural, observe várias orientações, como informar aos vizinhos, com antecedência sobre data e hora da queima”, disse Mendes.

É orientado ainda que os aceiros devam ser feitos com largura mínima de três metros em volta do perímetro queimado, o enfileiramento dos resíduos de vegetação para limitar a ação do fogo e, ainda, não realizar queimadas às margens de estradas. “Ressaltamos que queimadas não autorizadas se constituem em crime ambiental, passíveis de multas assim como queimadas de entulhos ou lixo na área urbana é crime também”, finalizou.

Relembre

Na sexta-feira, 13, Francisco Edmar Gomes, conhecido como ‘Seu Edmar’, morreu carbonizado quando participava de um ‘fogo de broca’, na zona rural do município. Ele foi atingido pelas labaredas e não conseguiu sair.

A broca, que consiste no corte das árvores para a formação das ‘coivaras’ (amontoado de galhos e raízes) para secar e queimar, visa a preparar o terreno para o plantio. Apesar da ‘queima’ ser uma prática não recomendada por órgãos ambientais, ainda por razões culturais e de tradição, muitos agricultores recorrem ao fogo na etapa final de preparo do solo.

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