O Dia Internacional dos Direitos Animais é celebrado no dia 10 de dezembro desde 1998. A data foi criada pela ONG inglesa Uncaged e visa chamar atenção para a necessidade de inclusão de todos os animais como sujeitos morais, de direito, capazes de sentir e sofrer terem seus direitos garantidos.
No Brasil, recentemente, a partir da luta de defensores, protetores e ativistas, surgiu o ‘Dezembro Verde’, alusivo ao mês do ano que registra a maior quantidade de abandonos de animais domésticos. A campanha surge com esse propósito de incentivar adoção responsável, evitando os maus-tratos e crimes contra os animais. A partir dessa edição, nos próximos dois sábados, o A Praça tem relatos de histórias envolvendo exemplos de luta e superação de animais que foram abandonas e seus protetores. Neste sábado, 11, vamos contar um pouco da presença de duas instituições militares que contam com a presença de animais.
Bombeiros
No quartel do Corpo de Bombeiros de Iguatu, o primeiro animal adotado foi o Francisco, o cachorrinho chegou à corporação em 2018, quando ainda era filhote. “Ele foi trazido por um bombeiro. Logo todo mundo aqui passou a gostar dele. Foi crescendo e tomando espaço, tem livre passagem por todo o quartel. Logo cedo, ele e as outras duas cadelas, Shakira e Marquezine, gostam de ficar pelo campo tomando sol”, conta o auxiliar de serviços gerais Hélio Silva. Já as outras duas cadelinhas chegaram depois. “Marquenize, apelido dado à cadelinha que apareceu pelo quartel na companhia do Francisco, e por lá foi ficando. Já Shakira foi resgatada pelos bombeiros, vítima de um atropelamento, no Distrito de Barro Alto. “Fomos acionados para essa ocorrência, onde esse animal que teria sido atropelada passou a ser cuidada por moradores até o resgate, pois sofreu machucados nas patinhas e estava impossibilitada de andar. Na época foi levada a um veterinário, passou a receber os cuidados e carinho necessários e por aqui depois de recuperada foi ficando. A presença desses animais aqui tem sido muito importante. Passaram a ser boas companhias. Há uma troca de carinho e amizade entre a gente e eles. Pra gente é um privilégio a convivência com esses pets. Tornou nosso trabalho bem mais agradável, mais humanizado”, declara o bombeiro militar cabo Vagner Freire, ressaltando a boa experiência com a presença dos animais na corporação militar.
Polícia Militar
Já no 10º batalhão da Polícia Militar, encontramos Carminha e Jack. A cadela chegou à instituição há dez anos, ainda filhote, trazida por um militar. Nesse tempo, virou um xodó e mascote da corporação. Em 2019, até desfilou no dia 7 de setembro, fardada ao lado dos policiais. Já o Jack foi adotado depois que a cadeia pública foi desativada. “É um prazer pra gente como militar ter esses animais aqui. A gente divide os cuidados, a gente tenta proporcionar uma melhor vida para eles. É uma forma de preservar a questão de incentivar as pessoas que cuidem, não maltratem os animais e até mesmo façam adoção responsável”, pondera a soldado Helaine Cristina, que tem animais adotivos em casa, inclusive até mesmo já participou de ONGs de proteção animal.
Jack primeiro deixou a casa em que morava próximo à antiga cadeia pública, no bairro Paraná, e passou a ser presença permanente no local. Com o tempo, foi adotado pelos agentes penitenciários e policiais militares. Com o fechamento da unidade prisional, foi adotado pelo quartel. “A gente acolheu ele aqui junto com a Carminha. Eles se dão muito bem. A gente divide todos os cuidados nessa adoção compartilhada. O Jack aprendeu, acredito que até vendo na cadeia as revistas nos presos que chegavam lá, ele faz do mesmo jeito. A gente fala: vamos fazer uma busca, Jack. Ele já se encosta na parede e ergue as patinhas”, conta Helaine.
Privilégio para poucos
Esses animais adotados vivem uma realidade bem diferente de dezenas de outros cães e gatos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, no Brasil existem 30 milhões de animais em situação de rua, a maioria vítima de abandono. “Realmente esses animais e outros que sabemos que são adotados por instituições, órgãos públicos e muitos protetores e voluntários são privilegiados, quando a gente sabe que muito mais estão em situação de abandono nas ruas. É importante que as pessoas busquem adotar, ajudar esses animais para que tenham uma vida mais digna e melhor”, concluiu Helaine.
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