Em tempos de crise na economia e o consequente desemprego, é comum os profissionais se descobrir capazes, reinventar-se, e criar oportunidades de trabalho para sobreviver mediante os percalços surgidos. No bairro Prado, uma mulher que sempre trabalhou como costureira descobriu a oportunidade de confeccionar máscaras de tecido e atender dezenas de encomendas que estão surgindo.
Maria Celeste Nascimento, 58, mora na Rua Engenheiro Wilton Correia Lima, 662 (antiga 21 de abril), no bairro Prado. Na profissão de costureira, desde a adolescência, sempre atendeu os pedidos da clientela, mas devido à pandemia do coronavírus, a mulher viu seu público sumir em poucas semanas. Ela trabalha no Senac, como Instrutora de Moda, porém a atividade está suspensa temporariamente, por causa do risco de aglomerações, e pelo fato também de ela integrar o grupo de risco, com quase 60 anos.
Padrão MS e OMS
Com a ajuda da filha, a psicóloga Adalgiza Silva Nascimento, dona Celeste começou a reinventar sua atividade passando a confeccionar em casa, usando sua inseparável máquina de costura. No começo Celeste produziu algumas peças para doação. As máscaras foram parar nas redes sociais e os pedidos começaram a chegar. Foi também pelo boca-a-boca que muitas pessoas descobriram o trabalho dela e passaram a encomendar também. Atualmente ela confecciona cerca de 50 máscaras por dia. Por cada peça a mulher cobra o equivalente a R$ 5,00, dinheiro suficiente para cobrir os custos da matéria-prima e da mão-de-obra.
Para começar a produzir as máscaras, a costureira buscou se atualizar sobre os tipos de material (elástico, linha e tecido) e o tamanho padrão, conforme as recomendações do Ministério da Saúde e da OMS-Organização Mundial da Saúde. Celeste enfatizou que muitas máscaras usadas pelas pessoas estão fora dos padrões e não protegem contra os inimigos invisíveis. “Se você for ao centro da cidade e observar as máscaras que estão sendo usadas, é perceptível que a maioria não atende às exigências da OMS. Percebe-se máscaras feitas de material inadequado e com apenas uma camada de tecido. Mesmo dando mais trabalho, prefiro seguir as normas da OMS, pensando principalmente nas pessoas que vão usar”, disse.
Ela usa os tecidos popeline, prim e tricoline, que são 100% algodão, proporcionando, além da proteção e higiene, mais conforto e bem-estar. Ela explicou que a prioridade é pelo tecido branco, para manter o padrão das máscaras hospitalares e cada peça é produzida em dupla face para proteger ainda mais de contágio pelo vírus.
Orgulho
A filha Adalgiza Nascimento, que recentemente concluiu Residência em Saúde Mental pela Escola de Saúde Pública, está em isolamento social por causa da pandemia e se tornou o braço direito da costureira auxiliando na produção e divulgação. Adagilza é só elogios à mãezona querida e dispara: “Tenho muito orgulho de minha mãe, ela é um exemplo para mim e a família, além de uma pessoa maravilhosa é uma excelente profissional”.
Serviço:
Encomendas de máscaras pelo WhatsApp (88) 9.9639-1001 (Celeste)
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