“A gente vive com dificuldades. Se fosse pra gente comer, igual ao que a gente come aqui na cozinha, não dava. Não dava pra comprar outras coisas, pagar as contas. Tem água, energia, medicação, e outras coisas por aí. Tudo tá muito caro, um absurdo! A gente faz umas comprinhas, com muita dificuldade, bem diferente de antes. Lá em casa, a gente prioriza a janta. Graças a Deus que tem essa cozinha, onde a gente almoça todo dia. As meninas fazem uma comida muito boa e saudável. Ajuda muito a gente que é pobre”, disse a aposentada Francisca Lopes, 70, que mora no Bairro João Paulo II, e divide a casa com um irmão. A renda que eles têm é um salário mínimo (R$ 1.212,00).
Essa situação é bem parecida com a de outras dezenas de famílias que também são usuárias do equipamento. Todos os dias, por volta das 10h30, o aposentado Gerônimo Silva, 71, também vai até a Cozinha Comunitária Dulce Ricarte, equipamento da Secretaria de Assistência Social, que funciona no bairro Areias. “É uma bênção essa cozinha. Ajuda mesmo muita gente que vive até mesmo passando fome. Tem uns que a alimentação mais reforçada que faz no dia é essa daqui”, disse.
Diariamente, cerca de 100 refeições são oferecidas para pessoas cadastradas pelos Centros de Referência e Assistência Social – CRAS. “A demanda já foi bem maior, no momento mais crítico da pandemia da Covid-19, a cozinha chegou a distribuir mais de 150 quentinhas diariamente. Agora, retornamos a receber nossos usuários internamente com 100 refeições todos os dias. Existe uma demanda bem maior, sempre tem gente que quer, mas atendemos de acordo com os cadastros encaminhados pelos CRAS. Não depende da gente colocar ou não as pessoas na lista”, explicou Eunice Carvalho, coordenadora do equipamento, afirmando que o programa visa a promover a melhoria das condições de segurança alimentar das pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Cardápio e público
A preparação do cardápio tem o acompanhamento da nutricionista Taianne Souza, que conta com uma equipe de cozinheiras e auxiliares responsáveis pelo preparo dos pratos diários. O cardápio é variado e balanceado. “É planejado mensalmente, mas diariamente o cardápio é diversificado. Servimos um tipo de salada, um tipo de guarnição e um tipo de proteína por dia. A gente trabalha com proteínas, suíno, bovino e aves. Oferecemos mais frango, por exemplo, por ser uma proteína mais saudável”, contou Taianne.
A cozinha funciona de segunda-feira a sexta-feira, servindo refeições entre 11h ao meio-dia. Grande parte dos produtos utilizados na preparação dos alimentos é oriunda da agricultura familiar por meio do Programa de Aquisição de Alimentos, produção comprada de agricultores local. A maioria dos usuários que se alimenta na cozinha é formada por catadores de materiais recicláveis, lavadeiras, carroceiros, donas de casa, estudantes e aposentados.
Serviço
Cozinha Comunitária Dulce Ricarte
Rua José Caieiras de Araújo, S/N
Bairro Areias
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