Você já deve ter se deparado com pessoas passeando com cães nas ruas de Iguatu. Não estamos falando dos donos dos animais, mas de ‘passeador de cães’, que encontraram oportunidade de trabalho. A demanda existe e tende ser ampliada porque os donos alegam falta de tempo ou não querem percorrer calçadas e vias da cidade com os seus bichos de estimação.
Na manhã da sexta-feira, 24, Víctor Carmo de Lima, 18, caminhava no bairro Esplanada com dois cães de pequeno porte da raça ‘Lulu da Pomerânia’. Após terminar o ensino médio no fim de 2019 e não conseguir emprego, recebeu a dica do amigo Rony Couras, 37, (pioneiro na atividade em Iguatu) e decidiu ser ‘passeador de cães’, em inglês ‘dog walker’.
“Comecei no início do ano passado com um cachorro e hoje tenho 14 clientes”, contou Víctor Lima. “Estava desempregado na pandemia”. O jovem disse gostar do trabalho. “Eu acho importante, dá prazer, adoro, sempre gostei de animais, fui apegado, e é uma forma de ganhar dinheiro”.
O sonho de Víctor Lima é cursar a faculdade de Direito. Até lá quer continuar prestando o serviço aos donos dos animais. Neste mês de dezembro, ele vai faturar R$ 1.400. O valor cobrado varia de acordo com os dias de passeios. Cinco dias por semana custa por mês R$ 200,00; e três dias, R$150,00.
Para os cachorros de pequeno porte, o passeio dura em média 30 minutos e para os de grande porte, 40 minutos. Estima-se que cerca de 150 pessoas contratem o serviço aqui em Iguatu.
Pioneiro
O meio pet está a cada ano se expandindo e os donos tratam os seus animais de estimação como se fossem ‘verdadeiros filhos’ investindo em cuidados de saúde, alimentação, banhos especializados. É um mercado que permanece em expansão. Rony Couras, 37, é pioneiro em Iguatu na atividade. Começou em 2002. “Foi um amigo que me disse que conhecia donos de cachorros que reclamavam que não tinham tempo para passear com os cães”, recordou. “Então tive a ideia, vi a precisão”.
Rony Couras apostou na ideia e hoje atende cerca de 20 clientes por mês e fatura em torno de R$ 1.600,00. A mulher dele ficou desempregada neste mês de dezembro e a partir de janeiro vai também investir na atividade. “Na verdade, ela já está passeando com três cachorrinhos”, observou.
A odontóloga Julyane Ferreira contratou o serviço de um passeador de cães. “Não tenho tempo de diariamente caminhar com os dois cachorros”, disse. “É um serviço prático, que me ajuda muito”. Essa é a justificativa da maioria dos donos de cães: a escassez de tempo livre no cotidiano profissional de cada um.
Especialista
O veterinário Igor Lavor observa que a atividade de passear com os cães é necessária para o bem-estar animal e se transformou em uma profissão. “Eles precisam dissipar energia porque o cão dentro de casa vai acumular energia e ficar agressivo, destruir utensílios e objetos e causar prejuízo aos donos”, pontuou. “A tendência desse trabalho é crescer porque muitos proprietários trabalham o dia todo e à noite estão cansados, daí terceirizam esse serviço”.
Igor Lavor chama a atenção para que o trabalho seja feito por pessoas preparadas, que gostem de cães, tratem bem os bichos e observem o tempo de passeio segundo a idade, além de fazer o serviço nos horários de temperatura mais amena – pela manhã e fim de tarde, e respeitam o período de alimentação.
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