A produção ainda acontece de forma tímida, mas tem conquistado quem aprecia iguarias nobres ou mesmo que não pode consumir outros tipos de leite, entre esses o de vaca, por exemplo. Foi pensando em aproveitar a boa quantidade de leite de seu rebanho de caprinos, além da dificuldade em vender o produto, que Breno Teixeira resolveu apostar no beneficiamento do leite, produzindo queijos e outros derivados.
A produção acontece no rancho da família, no Distrito de José de Alencar, na zona rural desta cidade. “É uma atividade nova na região, cultura nova que estamos tentando implantar. Estou otimista e muito satisfeito com os resultados”, comentou o produtor que deixou o ramo do comércio agropecuário para se dedicar mais à vida no campo. “Viemos buscar uma vida com mais tranquilidade. A vida da gente é tão corrida. Aqui a gente se sente feliz fazendo o que gosta. Estamos nessa atividade há quase dez anos”.
Na propriedade, são mais de 50 animais, das raças Saanen e Pardo Alpina, animais com grande aptidão na produção de leite. “A gente resolveu agregar valor a esse produto que é o leite, tentando produzir, futuramente, uma queijeira com toda uma infraestrutura. Estamos produzindo três tipos de queijo, dois tipos de requeijão, de maneira artesanal”, destacou, afirmando que a partir desse beneficiamento com o crescimento da produção vai colocar os produtos no comércio e fomentar a atividade no município. “Vamos mostrar que a caprinocultura tem como crescer, as famílias têm como sobreviver dessa atividade. Aqui no Alencar, onde estamos inseridos, passamos a incentivar novas pessoas a entrar para atividade. Isso fortalece essa cadeia do leite de cabra”, ponderou.
Dificuldades e expectativas
Mas nem tudo é fácil. Colocar a produção em prática requer investimentos, mão de obra e disposição para trabalhar. As dificuldades enfrentadas com a venda do leite, através de um programa governamental que adquire o produto, foi o principal motivo para Teixeira apostar no próprio beneficiamento do produto. “Vamos tentar provar isso. Os governantes precisam ver que a caprinocultura é viável, que através desse trabalho, as famílias de agricultores poderão ter renda e trabalho dentro de suas propriedades. As pessoas podem trabalhar dignamente”, explicou.
A atividade conta com 50 cabras, desse número 15 em estão em fase de lactação com uma média diária produtiva de 30 litros de leite/dia. “Estamos fazendo uma média, esse leite está sendo beneficiado. Por enquanto estamos começando com três tipos de queijos: ao vinho, defumado e meia cura, e dois tipos de requeijão: temperado e comum. Mas nossa intenção é que se tudo caminhar como está acontecendo, vamos partir para a produção de achocolatado e iogurtes. Quem sabe em breve estaremos colocando esses nossos produtos no mercado, na merenda escolar”, prevê com boa expectativa, pela aceitação de pessoas que estão se tornando clientes.
Pela iniciativa, o beneficiamento do leite vem gerando emprego e renda. “Estamos fazendo parcerias com criadores. Contamos com o apoio de tratador, mas o beneficiamento envolve o trabalho da família, esposa, filhos, acabam se envolvendo no negócio. Cada um faz uma coisa. Futuramente teremos que ter mais mão de obra, com o crescimento da cadeia, iremos pegar leite dos nossos vizinhos e isso vai movimentar a nossa região do distrito de Alencar”, destacou.
Suporte e parceria
Em Iguatu, a Secretaria do Desenvolvimento Agrário disponibiliza o programa Leite Saudável Caprino. Por meio dessa iniciativa, caprinocultores do município passaram a contar com suporte técnico. O programa conta com a parceria também do Sebrae, que garante capacitações, missões técnicas que ajudam no desenvolvimento da caprinocultura em Iguatu. “Por causa disso, os produtores se sentem estimulados a produzir. Umas das grandes dificuldades que existem na cadeia produtiva é a questão da comercialização, não diferente de outras culturas. O leite de cabra é um produto nobre que hoje temos a oportunidade através da iniciativa privada, como o Breno Teixeira, estar iniciando o beneficiamento deste produto. Vejo como uma boa alternativa de comércio para essa atividade, que hoje depende de programas sociais dos governos para poder comercializar os produtos. Então, essa oportunidade vai se iniciando a comercialização do leite através do processamento de queijo, requeijão e outros produtos derivados. É uma satisfação ver isso em nosso município”, ressaltou Venâncio Vieira, secretário do Desenvolvimento Agrário como uma oportunidade de alavancar cada vez mais esse programa.
Em parceria com a Associação de Criadores de Caprinos de Iguatu, a intenção é instalar um tanque de leite da associação. “Estamos adquirindo esse tanque e com isso incentivar criadores a produzir. Já disponibilizamos a palma forrageira, assistência, orientação técnica para que os criadores possam avançar cada vez mais nessa atividade. Agora com o investimento do produto através desse beneficiamento com certeza vai agregar mais valor e garantir mais mercado para esses produtores que trabalham na caprinocultura em nosso município”, complementou Vieira.
Para conhecer mais sobre os produtos beneficiados com leite de cabra, basta acessar os perfis @ranchoreidosertao, nas redes sociais.
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