Ana Clara Fernandes Vieira (Estudante)
As redes sociais são, no terceiro milênio, o principal meio de interação e comunicação das pessoas. Nesse sentido, o uso cada vez maior dessa ferramenta gera várias consequências. Uma delas é a cultura do cancelamento. Tal questão configura-se como uma prática de empoderamento de minorias. Entretanto, entre os “canceladores” há pessoas com intuito de apenas prejudicar os “cancelados”.
Inicialmente, é importante destacar que a cultura do cancelamento surgiu a partir do objetivo dos internautas de punir falas e comportamentos considerados incorretos ou preconceituosos. Dessa forma, grupos que não tinham voz na sociedade passam a ganhar espaço e visibilidade na luta pelos seus direitos. Por exemplo, pretos e homossexuais, tidos como minoria, deparam-se com comentários constrangedores na internet sobre suas características e usam esse canal para punir os emissores através de comentários e postagens contra eles, como também do ato de parar de segui-los.
Ademais, vale ressaltar que o crescente costume de “cancelar” pessoas no meio virtual requer responsabilidade na análise da real intenção da ação delas. No entanto, parte dos usuários das redes sociais se precipitam ao acusar famosos, principalmente. Nessa perspectiva, o caso da atriz Alessandra Negrini vestida de índia no Carnaval de 2019 é um exemplo. Ela foi acusada de apropriação cultural, porém, seu objetivo foi apoiar a luta indígena. Mesmo assim, a atriz recebeu muitas críticas negativas e perdeu seguidores.
Portanto, faz-se necessário que o Ministério da Justiça e a mídia promovam campanhas de estímulo às denúncias por parte das vítimas do cancelamento que sofrem crimes contra sua honra. Tal ação deve circular nas redes sociais, a fim de limitar o impacto do cancelamento.
Texto produzido na Oficina de Redação do Professor José Roberto Duarte
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