Após mais de um ano de afastamento, o prefeito Ednaldo Lavor (PSD) e o vice-prefeito Franklin Bezerra (PSDB) retornaram ao comando da cidade de Iguatu, em decisão concedida na quarta-feira, 3, pelo Ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O período de interinidade foi liderado por Ronald Bezerra (Republicanos), presidente da Câmara Municipal de Iguatu, que rompeu laços políticos com o grupo de Ednaldo durante sua gestão temporária.
Ao reassumir o cargo, Ednaldo expressou sua vontade em prosseguir com o plano de obras do programa ‘Avança Iguatu’ e reiterou ter se sentido traído pelo antigo aliado. O prefeito também refutou as recentes acusações de desvio de recursos e abuso do poder público.
Nas redes sociais, além de ‘memes’ satíricos, incluindo o prefeito utilizando álcool para “limpar” a cadeira do gabinete do executivo, que foi ocupada pelo gestor interino, foram divulgados momentos de intensa emoção, discursos efusivos em emissoras de rádio e desabafos sobre os desafios enfrentados.
Câmara
O retorno de Ednaldo ao poder está reconfigurando as bases na Câmara Municipal. Nos primeiros dias após seu retorno, o prefeito já se aliou a sete vereadores, em contraste com os dois representantes anteriores. Enquanto isso, o grupo do ex-prefeito e deputado Agenor Neto (MDB) mantém-se com quatro vereadores.
Ronald, por sua vez, utilizou suas redes sociais para anunciar sua volta à Câmara Municipal. No dia seguinte à decisão, ele tomou posse no parlamento e se reuniu com correligionários, confirmando seu interesse em se lançar como pré-candidato nas próximas eleições. Acompanhado por seis parlamentares, afirmou: “Estive à frente da gestão de forma interina e assim a justiça determinou. Volto à Câmara com o mesmo compromisso: o bem-estar do povo de Iguatu”, disse.
Com a cena política efervescida, a retomada de Ednaldo e Franklin à Prefeitura de Iguatu traz consigo não apenas promessas e desafios, mas uma nova configuração do cenário político local, sinalizando uma agitada corrida eleitoral à vista.
Saiba mais
A base para essa decisão foi a suspensão da realização de novas eleições até o julgamento final do Recurso Especial Eleitoral pelo TSE, deferida em 27 de dezembro de 2022. A situação delicada do município, com atrasos salariais dos servidores e crise nos serviços públicos básicos, foi destacada como um dos motivos que levaram à concessão da tutela provisória de urgência cautelar.
Os gestores eleitos foram condenados por abuso de autoridade no desvirtuamento de propaganda institucional, mas alegam que a decisão do Tribunal Regional Eleitoral se baseou em fatos não mencionados em uma das ações movidas, o que levanta questionamentos sobre a legitimidade do julgamento.
O ministro Alexandre de Moraes enfatizou a importância de assegurar a segurança jurídica e a estabilidade institucional enquanto o TSE analisa o recurso interposto, evitando mudanças no comando do Executivo local por eleições já convocadas pelo TRE.
A decisão parcial concedida pelo presidente do TSE é sujeita a análises posteriores à medida que o processo avança.
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