Rafaele Lucena Melo (Estudante)
Na obra “ Utopia”, do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade prefeita, na qual o corpo padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que autor prega, vez que o saneamento básico apresenta barreiras, as quais dificultam a concretização dos seus planos. Esse cenário antagônico é fruto tanto da negligência estatal, quanto da passividade da sociedade civil.
Em primeiro plano, cabe pontuar que a ineficiência da atuação estatal é uma das responsáveis pelo desenvolvimento dessa situação conflituosa. Tal fato ocorre, pois, consoante a tese Marxista, o Estado prioriza os interesses da classe dominante, menosprezando as necessidades das minorias. Por esse motivo, os investimentos financeiros nas obras de saneamento básico, como tratamento de esgoto e disponibilidade de água tratada, são, principalmente nas periferias, menosprezados, já que a população economicamente abastada já possui acesso a tais serviços. Destarte, grande parte dos brasileiros, devido às precárias condições sanitárias, torna-se propícia a adquirir doenças, como a cólera e hepatite A.
Outrossim, o comportamento passivo da sociedade civil colabora para a precarização do saneamento básico brasileiro. Essa problemática acontece, porque grande parte populacional, em função da instrução recebida, possui baixa conhecimento acerca da importância dos serviços básicos de saneamento para saúde pública e para o bem-estar.
Nessa perspectiva, como a sociedade tende a incorporar as estruturas sociais de sua época, conforme dito sociólogo Pierre Bourdieu, as pessoas menosprezam a necessidade do saneamento básico, não exigindo dos representantes políticos e efetivação dos seus direitos básicos. Desse modo, há a proliferação da população dos corpos hídricos e do 24 aumento da vulnerabilidade ao desenvolvimento de patologias.
Portanto, é necessário que o legislativo desenvolva o sistema de saneamento básico do Brasil, por meio da potencialização dos investimentos financeiros, principalmente nas áreas periféricas nas obras de tratamento de água e esgoto, com o intuito de fornecer melhor qualidade de vida para a população. Ademais, cabe à mídia, em parceria com ONGs, estimular a mobilização social por intermédio de propaganda, para que a sociedade civil passe a pressionar os órgãos estatais em prol do direito saneamento básicos.
* Texto produzido na Oficina de Redação do Professor José Roberto Duarte
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