O 19 de março, próximo sábado, é dia de louvar a São José, padroeiro do Ceará e também da Diocese de Iguatu. Nesta cidade, a festa religiosa acontece na Catedral, dedicada ao santo, pai adotivo de Jesus Cristo. O novenário acontece toda as noites a partir das 19h. Mesmo em tempo de pandemia da Covid-19, o templo registra considerável presença de devotos e fiéis.
Moradores de vários bairros e comunidades rurais participam da festa religiosa. “Para mim, é uma alegria vir participar dos novenários de São José, nosso padroeiro. É uma festa bonita. Depois de 2 anos sem poder estar aqui na nossa igreja, este ano está mais animado ainda porque estamos com um bom inverno. Já viu o tanto de chuva que tem caído? Isso são graças, bênção de Deus pra gente. Eu sou devota de São José. Ele intercede junto a Jesus”, contou a aposentada Francisca Alves Santana, 60, que pretende participar todas as noites do novenário.
São muitos os relatos de fé e devoção a um dos santos mais populares da igreja Católica. “Estamos vivendo a 22ª festa. Começamos a festa com abertura na quarta-feira, 09, com missa e hasteamento da bandeira e bênção dos veículos. Nesse período até o dia 18, seguiremos com nossa novena, sempre às 19h. Desde ontem, até o dia 18, seguiremos também com as caminhadas pela madrugada. Saindo às 5h30 da Catedral em direção a um dos setores da nossa paroquia onde é celebrada a Santa Missa. Retornamos com prevenção e cuidados. As quermesses acontecem todas as noites, mas no formato drive-thru e presencial. A pessoa pode comprar e levar para casa ou comer no pátio que é bem amplo, seguindo o distanciamento”, ressaltou o pároco da Sé Catedral, padre José Wallace, cura da Diocese.
Dom Edson
Um dos pontos mais alto do novenário acontece no dia 19, próximo sábado. Quando acontece o encerramento da festa. Quando serão celebradas missas 8h, 10h, 12h, 17h e as 19h. “Meio dia será missa presidida pelo nosso administrador diocesano, e as 19h contaremos com a presença especial do nosso bispo emérito dom Edson de Castro Homem. Toda ajuda, toda generosidade do povo em prol do trabalho da nossa catedral. Depois de 2 anos de festa on-line, sem a presença dos fiéis, este ano a catedral se alegra com a presença do povo, dos devotos, dos paroquianos que vêm a sua igreja celebrar como família de fé a festa de São José, que começa com bom inverno, boa chuva, com as graças de Deus”, comemorou o pároco, convidando as pessoas a participarem desse momento importante para a festa religiosa na cidade.
Peregrinação
Dentro das celebrações, o novenário acontece também de forma descentralizada. Imagens peregrinas de São José foram divididas por setores e estão visitando todos os dias durante o novenário as casas das famílias em vários bairros da cidade. “É um momento sem igual poder receber a imagem de São José em nossa casa. Recebi na minha, rezei, celebrei e principalmente agradeci a São José, por sempre interceder por nós. É também nosso pai. Um exemplo de homem, de pai e esposo dedicado a Maria. Apesar de todos os cuidados e dificuldades que enfrentamos com essa pandemia, não podemos desistir. Temos que agradecer”, comemorou a devota Luzia Félix.
São José do Baú
Em Iguatu, a mais antiga festa religiosa que celebra São José acontece no distrito do Baú. Este ano é comemorado 126 anos de devoção ao santo também querido pelo homem do campo. O período da quadra chuvosa este ano tem sido animadora diante das boas chuvas caídas neste mês de março. “Toda chuva que tem caído aqui a gente celebra, vive com muita alegria. Tem pasto, tem água, o milho e feijão estão crescendo”, ressaltou o morador da localidade, João Rodrigues, que depois da lida na roça espera a noite cair para se juntar outros moradores e celebrar o novenário, que na comunidade é celebrado durante todo o mês.
A devoção no Baú começou depois que o morador José Alves de Oliveira construiu uma capela em homenagem ao santo por uma graça alcançada, em 1896, pelo nascimento de um filho. Em todo esse tempo, a devoção e a tradição familiar marcam os festejos. “A nossa acontece este ano em um novo espaço. Nesses dois anos, conseguimos construir esse espaço de convivência, para abrigar a missa que antes era celebrada debaixo do pé de ficus. A sombra já não comportava todo mundo. Agora com esse local vai abrigar todo mundo com conforto e segurança, ao lado da centenária capela. São 300 metros quadrados. Se Deus quiser, sábado, 19, vamos ter a missa”, afirmou o médico veterinário Mauro Nogueira, bisneto do fundador, devoto de São José e herdeiro desse legado, deixado também pela matriarca Zenalda Nogueira, (in memoriam). Nesse tempo os descendentes continuam a tradição que os homens ocupam as primeiras fileiras e cantam os hinos, enquanto as mulheres respondem em benditos.
A crença em São José é reforçada, porque o homem do campo acredita na intercessão do santo e reza também pedindo por um bom inverno.
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