Neste sábado, 22 de maio, é comemorado o Dia do Apicultor. A data é festejada em alusão ao dia de Santa Rita de Cássia, considerada padroeira dos apicultores. A profissão é uma das mais antigas da humanidade. Conforme os registros dos historiadores, no Egito antigo já se criavam abelhas, há mais de 4.000 anos. Naquela época, o mel produzido pelos apicultores era usado, não só na alimentação, mas muito utilizado pelos sacerdotes, tanto nos rituais e cerimônias como para alimentar animais sagrados. Durante séculos, o mel foi o adoçante principal em todo o mundo. Relevos egípcios em túmulos do século III a.C. mostram trabalhadores recolhendo mel de colmeias.
Apicultura, como atividade econômica, consegue gerar importantes benefícios socioeconômicos para dezenas de famílias da região, muitas delas que viviam da agricultura de sequeiro; cultivo de milho e feijão, mas que enxergaram a apicultura como oportunidade de negócio e sobrevivência, e estão conseguindo melhorar seus perfis econômicos. Muitos trabalhadores que eram agricultores, agora querem ser reconhecidos como ‘apicultores’.
Por natureza o apicultor é o profissional que cria, cuida e preserva as abelhas com ferrão, obtendo destas os seus diversos produtos. Aqueles que criam abelhas sem ferrão, ou as abelhas nativas, são chamados de ‘meliponicultores’.
Prazerosa e dura rotina
De acordo com o apicultor Francisco Luiz Dondi Neto, que descobriu a atividade há 18 anos, “o dia-a-dia do apicultor é uma prazerosa e dura rotina. Ao vestir sua indumentária ou equipamento de proteção individual-EPI, o apicultor vai para o apiário (local de criação das abelhas), geralmente dentro da vegetação, e com muita dedicação faz o manejo das abelhas nas colônias, que estão dentro das colmeias.
Dondi explica que usando a fumaça e munido de muito conhecimento, o apicultor consegue obter de suas abelhas o delicioso mel, apreciado e presente nas mesas e na culinária de todo o mundo. Além do mel, as abelhas também produzem para o consumo humano a própolis, a cera, o pólen, a geleia real e até o veneno, com uma imensa possibilidade de utilização para todos estes produtos apícolas. “Os apicultores são na verdade grandes preservadores da natureza, pois utilizam as matas nativas para criar as abelhas e ao ter cuidado com elas, estão protegendo a perpetuação das espécies vegetais, pois as abelhas são os principais polinizadores da natureza”, lembrou.
Risco de extinção
Francisco Dondi contou que o apicultor tem muito amor pelo que faz. Segundo ele, quem cria abelhas se apaixona por esses insetos sociáveis e extremamente organizados, e todos os dias os apicultores trabalham cuidando das abelhas na luta contra o risco de extinção. “Com tristeza vemos o desmatamento crescente, a aplicação de produtos químicos nas lavouras, e o próprio impacto do ser humano, que tem provocado a redução dos insetos polinizadores em todo o mundo, principalmente das abelhas, e a falta destes insetos pode causar a fome em escala mundial, haja vista grande parte dos alimentos vegetais consumidos pelo ser humano e animais necessitam da polinização para produção de frutos e perpetuação da espécie”, ressaltou.
Quando indagado o porquê de tanto fascínio pela apicultura, Dondi lembrou a importância do ‘apicultor’ para a família, o meio ambiente e as próprias abelhas. “A apicultura é uma atividade ambientalmente correta, pois preserva o meio ambiente. É associativa, pois os apicultores trabalham sempre com apoio de parceiros. E lucrativa, pois o retorno financeiro se dá em curto prazo, bem como o baixo custo do manejo da atividade, que proporciona ótimos resultados”, encerrou.
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