Nas últimas semanas cresceu de forma vertiginosa os serviços de delivery em Iguatu. Por causa do distanciamento social e da quarentena que colocou as pessoas em casa, as lojas estão implantando os serviços de entrega em domicílio, visando atender as necessidades dos clientes, uma forma também de manter os negócios funcionando, apesar da série de restrições.
Crise para uns, oportunidade para outros. Os serviços multiplicados de entrega em casa estão abrindo vagas para iguatuenses que estavam sem trabalho e agora, mediante a crise do coronavírus, estão voltando ao mercado, trabalhando como autônomos, prestando serviços de entrega. Eles precisam de uma motocicleta, ser habilitado, maior de idade e ter disponibilidade. Conhecer a cidade, suas rotas, ruas, bairros, atalhos é importante também. O resto é máscara individual, álcool em gel, água e sabão.
Todas as necessidades
Simplesmente olhando a rotina da cidade é fácil observar a movimentação deles. Isso já é uma realidade: os trabalhadores do delivery estão por toda parte. Valdemir Rodrigues da Silva, 43, trabalhava como técnico em segurança do trabalho. Desempregado há 8 meses, percebeu na lacuna das lojas fechadas a oportunidade de trabalhar fazendo entregas. “Distribuí meu cartão com os números de telefone e estou disponível. Quem ligar, dando certo, vou lá e faço a entrega”. Valdemir é o perfil do entregador que atende a todas as necessidades, desde as lojas de produtos diversos, mercantis, vestuário, até alimentos.
Pelo WhatsApp
Caio de Lavor, 19, é outro profissional que aderiu ao novo formato de trabalho. Ele presta serviços para duas lojas, atende as chamadas pelo WhatsApp e afirmou que consegue atender a todas as chamadas ocupando praticamente o dia todo. Caio usa uma motocicleta e a tradicional ‘caixa térmica’, espécie de suporte que o entregador carrega nas costas presa ao corpo para transportar os produtos das entregas, a maioria alimentos. O serviço cresceu tanto que às vezes a carência supera a demanda. A cidade não dispõe de nenhuma plataforma on-line, ou algum tipo de mídia em que haja disponibilidade de contato dos profissionais aptos a trabalhar para entregadores. Trabalhadores e serviços se completam, mas eles ainda estão em lados opostos. O melhor jeito mesmo é usar as redes sociais para divulgação dos contatos para que os interessados possam requisitar.
Sushi
Há dois anos o jovem Rondineli Costa mudou de profissão. Saiu do ramo de garçom e começou a trabalhar como cozinheiro num quiosque na Praça da Matriz. Aprendeu a preparar sushi, prato da culinária asiática, feito com arroz, peixe, algas hoje uma especialidade para ele, que admite: “Ainda tenho muito o que aprender”. No pequeno espaço do quiosque, Rondinelli trabalha atendendo a clientela, que agora faz encomendas via telefone. Com a evidência do coronavírus, os pedidos triplicaram. São dois entregadores, e há momentos em que o próprio cozinheiro pega as bolsas térmicas e vai entregar também. Segundo Rondinelli, a loja tinha apenas um entregador, mas com o aumento de pedidos para delivery, foi necessário ampliar o número profissionais.
Salva pátria
Arlete Guedes, 26, também trabalhava numa loja que serve alimentos. Era garçonete, atuava no turno da noite. Agora ela se desdobra durante o dia operando como entregadora para uma loja de milk shake. As ferramentas que ela carrega: mala térmica acoplada às costas, motocicleta, máscara individual e álcool gel. Ao ser indagada se se sentia inserida neste novo grupo de trabalhadores, os entregadores, surgido por ocasião do coronavírus, ela disse que sim. “Me sinto envolvida e é o que tá salvando minha pátria, porque como todo brasileiro, tenho meus compromissos, né?”, finalizou.
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