As primeiras encomendas foram ainda em fevereiro. De lá para cá, só aumentam, é tanto que a costureira Brasilina Ferreira teve que suspender temporariamente os pedidos devido aos trabalhos acontecendo a todo vapor, tudo isso para atender a demanda de grupos juninos.
Diante do volume de encomendas, o trabalho chega a entrar pela madrugada. “A procura começa bem cedo. Já em fevereiro, as pessoas começam a fazer reservas para garantir seus figurinos. São grupos grandes com muitos casais de brincantes, ainda tem casal de noivos, rei, rainha, marcador”, destacou Brasilina, já acostumada com o aumento do trabalho nesse período, uma corrida contra o tempo, para entregar tudo no prazo combinado.
A costureira não perdeu tempo, enquanto conversava com a reportagem, adiantava o serviço. Os primeiros contatos com a máquina de costura foram ainda na infância. “Eu gosto de brincar de costurar na máquina da minha mãe. Para mim, assim, é muito gratificante. Quando chega essa época, a demanda aumenta. A gente tem que colocar mais costureira, tem que ter mais gente de apoio. Mas, apesar da correria, a gente entrega tudo no tempo certo. Sempre dá certo”, contou dona Brasilina, falando sobre a paixão dela pela costura. “Eu sou apaixonada por isso aqui. Gosto de costurar, costuro de dia, de noite. Eu digo assim: se eu não fosse costureira, eu seria cozinheira, que é outra coisa que eu gosto muito. Então, como eu aprendi a costurar, vamos costurar”, disse.
Natural de Várzea da Conceição, em Cedro, há 18 anos mora em Iguatu. Por aqui também conquistou uma grande clientela se tornando uma referência no trabalho de costura, não só pela confecção de figurinos, mas todo tipo de roupa. Nesse período os trabalhos ficam focados para o período junino. “A dedicação nesse período é só para roupas juninas. Isso porque desde fevereiro começam as reservas, gente chegando com material, porque tem a demanda das quadrilhas, são mais ricas em detalhes, exige mais dedicação e tempo. De acordo com o que a gente vai produzindo, a gente vê se ainda pode pegar mais quadrilha. A maior parte da roupa em si é feita na mão, tem mais detalhes. O prazer de você trabalhar, não é só a questão financeira”, ressaltou.
Renda e orgulho
O período junino movimenta o comércio com venda de linhas, tecidos, fitas, calçados. “É bom! Bom para as costureiras, para o comércio. Dá um grande movimento na economia local. Mas, meu maior prazer é porque eu gosto de gostar. Não é só pelo dinheiro. Eu acho bom em fazer e ver a pessoa vestida numa peça que eu fiz. Eu me envaideço essa situação. Eu penso assim: o que vai estar é meu nome. Eu aprendi muito com isso. A gente procura fazer o melhor, além de eu gostar de trabalhar com costura, eu procuro dar o melhor da gente. Esse ano está mais corrido que ano passado. Mesmo corrido, eu como eu digo: a gente desenrola”, complementou, orgulhosa do trabalho que vem sustentando a família dela.
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