Dona Nilma continua a vida no campo deixado pelo marido Ednaldo Barros

01/10/2022

Bem cedinho, com o dia ainda escuro, dona Nilma Soares inicia os afazeres de casa, coloca comida para os bichos: uma criação de galinha caipira, e também para os porcos. Faz o café e logo em seguida parte para a roça. A plantação fica pertinho de casa e ocupa uma pequena área no sítio Barreira dos Pinheiros, na zona rural desta cidade, com fruteiras e hortaliças. Antes, a maior produção era de alface. A colheita média era de 2 mil pés por dia. Tudo voltado para abastecer o mercado local.

Todavia, devido ao falecimento do esposo dela, o técnico agrícola Ednaldo Barros, que morreu em decorrência da Covid-19, em 2021, aos 54 anos, fez com que os planos da família mudasse repentinamente. “Além de trabalhar aqui, Ednaldo trabalhava também fora, prestando assistência agrícola, até mesmo em outras cidades. Eu não sabia de nada do campo, quando nos casamos. Ele me ensinou tudo, aprendi tudo. Eu passei a cuidar das hortas, das plantas, dos bichos. E Ednaldo fazia as entregas. Com o falecimento dele, tivemos que acabar com o plantio de alface, que era nossa maior produção. Passei a plantar milho. Tive que continuar com a produção, em honra e memória a ele”, afirmou com palavras firmes a agricultora.

Alimentos saudáveis

A produção continua seguindo os mesmos cuidados que Ednaldo tinha em lidar sem adição de agrotóxicos. “Aqui a gente continua fazendo do mesmo jeito. O que se vê como mato, vira adubo. A gente junta fezes dos animais, coloca para decompor e vira adubo. Fora isso, tem a criação de tilápia num tanque, que a água rica em fósforo é aproveitada. Não se perde nada”, explicou dona Nilma.

Antes a alface era o produto mais procurado, mas com o final da produção, dona Nilma agregou outros produtos. Coco, mamão, maracujá, algumas hortaliças. Tudo é vendido. A produção de milho é voltada para o consumo dos animais. “Às vezes a gente tira um milho verde pra comer, mas o seco a gente dá para os bichos. A gente vende o que consome em casa”, comentou dona Nilma, relembrando do esposo, que juntos construíram uma família com quatro filhos. Tenho orgulho, pois cada um conseguiu se formar e vencer na vida. Eu e Ednaldo fizemos tudo para dar estudo e educação para nossos filhos. Tivemos quatro, três homens e uma mulher. Cada um conseguiu vencer. São independentes, mas estão sempre ao meu lado. Quando preciso, estão na roça. Estamos com nossa propriedade aberta para mostrar como é nossa produção. Vamos continuar por aqui tocando nossa propriedade, de onde a gente consegue tirar alimentos naturais para nossa alimentação e ainda oferecer um pouco para as pessoas que gostam de alimentos saudáveis, produzidos de forma natural. Ednaldo se foi. Infelizmente, mas vamos continuar aqui continuando nossa vida”, ressaltou a agricultora.

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