Ah, criatura admirável…
Pergunta-me o que é a vida?
A vida é um caminho com longas curvas em níveis mais elevados, outros menos, e ainda com muitas surpresas, algumas boas e outras tantas ruins. Ela engendra mistérios. Está sempre em movimento, vita in motu, e não nos permite parar, porque parar seria o começo da morte.
A vida é uma viagem com muitos embarques e desembarques. São muitos os bilhetes que compramos e muitos os que jogamos fora. Se nos arrependemos? Quase sempre. Se tivéssemos a chance de voltar atrás e viver diferente… certamente faríamos outras tentativas, talvez mais intensas. E de tantas tentativas, a vida pode ficar por um fio, ser cortada pela tesoura das Parcas ou pode ir se apagando como se um fogo fosse… Fio e fogo entranhados na vida.
Sabe aquele pulsar forte do coração, do sangue nas veias, do movimento do corpo, é a vida. Nela há doação de um tempo que não se mede, mas se sente. O tempo da vida é quando não há mais tempo porque a vida tornou-se grande e urgente. Ela nos quer por completo para experienciar a liberdade, a alegria e o amor.
Há tantos aperreios e anseios na vida que nem sabemos ao certo como viver. E a roda gira e nela estamos. Mas eu gosto mesmo é quando fico fora da roda, quando insulto as regras, quando provoco o medo. Medo só serve mesmo para a gente brincar. Eu brinco com meus medos, talvez por isso tenha sobrevivido até aqui. Mas não quero apenas sobreviver.
A vida pede ação, iniciativas, prorrogações no primeiro, no segundo, no terceiro e em quantos tempos forem necessários. Um dia você acorda e percebe que a vida está passando e quer mais tempo… Só que o tempo, às vezes, não responde. E para amenizar, um pouco de humor. A vida pede riso. E o tempo, o velho sisudo, vai acabar rindo para você. Então, sinta que o tempo foi prorrogado.
A vida nos veste de longos e coloridos tecidos. Eu já sei com que cor a vida me veste. E você sabe a sua? Viver é quando a gente sente que está respirando. E isso, para mim, basta.
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