Edvane Matias retornou a Iguatu na noite da terça-feira, 14, da forma mais inesperada. O cortejo liderado pela viatura funerária que conduzia a urna com o corpo do empresário foi direto para o cemitério Senhora Santana. Voltou à cidade que o adotou e ele tanto amava da forma que nunca imaginou. Era pela Avenida Roberto Costa (Perimetral) por onde ele passava, sempre que retornava das viagens de negócios, antes de chegar a casa. Naquela noite fria e fúnebre ele passou ali pela última vez. No trajeto: silêncio e palmas. Um líder nato estava voltando para casa para se despedir. Teve choro, lágrimas, corações angustiados e expressões de surpresa. Era um líder sendo conduzido para última morada, saudado por populares e amigos, ainda atônitos, sem acreditar que era verdade.
Cheio de vida e em plena capacidade produtiva, Edvane Matias partiu aos 55 anos de idade deixando a esposa Edilvânia e as quatro filhas do casal, Karol, Karine, Giovanna e Nicole. O netinho Theo, 04, e o genro Sávio também estão entre os amores dele.
O cortejo entrou pela Avenida Perimetral, cruzou a Rua Alfredo Gondim, Dr. José Holanda Montenegro, Adil Mendonça, Dário Rabelo, até chegar à 07 de setembro, a parada final. No percurso da avenida, pessoas se posicionaram para aplaudir e dar o último adeus a um dos mais expoentes empresários do Nordeste.
Foi sepultado numa cerimônia rápida restrita a poucas pessoas da família. É a norma em tempos de pandemia viral. Tão rápida sua morte e tão inesperada, que ainda ecoa pelas conversas entre pessoas, que atônitas se perguntam se de fato foi ele mesmo e por que, qual causa.
Edvane Matias havia sido internado há cerca de duas semanas, em 01/04, no Hospital São Camilo de Iguatu, com problemas pulmonares. Tinha tosse, dificuldades para respirar e febre. Foi submetido a tratamento, e os exames a que foi submetido revelam infecção no pulmão, o que depois foi testado como coronavírus. Mesmo com todos os cuidados que recebeu, o quadro de saúde dele se agravou vindo a comprometer o funcionamento dos rins. Foi transferido de avião para Fortaleza no dia 06/04 onde foi internado no Hospital Cura Dars São Camilo, vindo a ter morte cerebral confirmada na noite da segunda-feira, 13. Ele foi a 4ª vítima da Covid-19 em Iguatu.
A morte do empresário teve ampla repercussão na imprensa e nas redes sociais. Pessoas ligadas a ele, amigos e colaboradores e lideranças dos segmentos comercial, lojista, construção civil e empresarial lamentaram sua partida, como o presidente da FCDL/CE, Freitas Cordeiro, e do sistema Fecomércio, Maurício Filizola. A direção do Sinduscon/CE-Sindicato da Construção Civil do Ceará, ACIAGI-Associação Comercial Industrial e Agrícola, os dois clubes de Rotary, e da CDL de Iguatu, através do presidente Francisco José Mota Luciano, ‘Dedé Duquesa’ divulgaram nota de pesar. “A federação das CDLs do Ceará manifesta solidariedade à família do senhor Francisco Edvane Matias, um dos maiores empresários da indústria de móveis do Ceará sendo grande responsável por geração de milhares de empregos na região Centro-Sul. Com seu ideal empreendedor, foi grande incentivador do associativismo. Representou de forma excepcional a classe empresarial quando assumiu a presidência da CDL de Iguatu, sendo responsável pela construção da sede da entidade, além de ser, por dois mandatos, vice-presidente da FCDL/CE. Exerceu também mandato de presidente do Rotary Club Iguatuense”, dizia a nota da FCDL/CE.
A nota do sistema Fecomércio assinada pelo presidente Maurício Filizola dizia: “O Sistema Fecomércio se solidariza com a família do empresário e grande parceiro nosso, o senhor Edvane Matias. Recentemente conversei bastante com ele, na busca de soluções para ajudar a todos neste momento de desafios”.
A trajetória de um vencedor
Nascido no sítio Bilinguim, região do distrito de Santo Antônio, Acopiara, Edvane pertencia à 2ª família do senhor Afonso Alves Vieira. Da união com a senhora Francisca Odaíse Matias, além de Edvane, nasceram outros dois filhos, Mônica e Edione Matias. Os outros irmãos do primeiro casamento do pai, José Moreira, Olegário Matias, Evandro Vieira, Afonso Edson, José Arnor (em memória), Valentim Vieira, Perpétua Matias, Maria Doralise, Francisca Alexandrina formam a numerosa família.
Ainda jovem e sonhador com um futuro melhor para ele e sua família veio morar e estudar em Iguatu, até concluir o ensino médio.
Sua história de trabalho e superação virou case de sucesso e tema de inspiração para empresários de vários lugares do Brasil. Foi considerado um dos iguatuenses mais bem-sucedidos. Trabalhou na função de office boy numa revenda de carros, a Icevel, do empresário Zequinha Queiroz, (saudosa memória), mas seu grande sonho era montar seu próprio negócio.
Em 1992, fundou uma pequena fábrica de portões e móveis tubulares com o nome de Metal Móveis. Com a evolução dos negócios, a pequena fábrica foi adquirindo volume e em 1995 passou a ser denominada Grupo TUBFORM, tendo à frente na gerência dos negócios o próprio empresário e o seu irmão Edione Matias. O grupo que presidiu foi composto pela Unidade Fabril Madeform (cozinhas, camas, roupeiros, cômodas, becos) e a Unidade Fabril Tubform (linha de cromo e epox – mesas, cadeiras, conjuntos de terraços entre outros). Além das fábricas, o grupo é também constituído pela fábrica de eletro-portáteis LIZ ELETRIC. Juntas as empresas fundadas por Edvane Matias chegaram a gerar mais de mil postos de trabalho. Ele ainda montou e lançou a rede de lojas de móveis e eletros Mathias chegando a funcionar com 10 unidades no Ceará e na Paraíba. Os produtos fabricados pelas unidades fabris do grupo Tubform começaram a ser distribuídos em outros estados, principalmente nas regiões Nordeste e Norte do país.
Educação e Cultura
Estender a mão para ajudar e criar oportunidades para quem corria atrás de um sonho como ele sempre foram ações implementadas pelo empresário. Foi assim que em 2008 ele criou e lançou a Fundação Edvane Matias com a finalidade de promover a inclusão social através da educação e da cultura, diminuindo dessa forma a vulnerabilidade social, a exclusão e a promoção da cidadania, através de programas e projetos que possibilitem a disseminação de novos conhecimentos. Através da fundação proporcionou oportunidades de qualificação profissional a jovens carentes do nosso município, possibilitando a formação técnica em Informática. Graças a este gesto, atualmente muitos profissionais que estão no mercado de trabalho, atuando nas mais diversas áreas, passaram pelos cursos ofertados pela instituição.
Servir como ideal
O empresário também teve atuação brilhante quando presidiu instituições e entidades de classe de Iguatu. No Rotary Club, a gestão de Edvane promoveu ações históricas, ainda hoje funcionando dentro do parque de exposições, como os ‘restaurantes abertos’ que ele construiu nas duas avenidas de serviços, substituindo as barracas de madeira e palha. Como presidente da CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas realizou a obra física mais importante da entidade, a construção da sede própria, quando incentivou e mobilizou os diretores para a compra do prédio onde funcionava o antigo Cine Alvorada, negócio concretizado junto ao proprietário do imóvel, o senhor Alvanízio Bringel.
Edvane Matias não era apenas o empresário bem-sucedido nos negócios. Tinha espírito solidário e gostava de compartilhar parte do que ganhava. Por inúmeras vezes ajudou com doações em dinheiro e bens várias entidades em Iguatu. Foi um dos grandes colaboradores para a construção da Catedral de São José, doações para a creche do bairro Chapadinha, a realização do Natal para os funcionários do Hospital Regional, doação de brinquedos para crianças carentes, escolinhas de futebol e instituições de caridade.
Ofício de sonhar; meta de realizar
Criativo, ousado, empreendedor, visionário e realizador. Construiu sua própria história numa trajetória de sucesso, bem-sucedido nos negócios. Apaixonado pelo trabalho, amável com a família, os pais, seu Afonso e dona Odaíse, os irmãos, a esposa, Edilvânia, a filhas Karol, Karine, Nicole e Giovanna, e a mais recente paixão de seus dias, o netinho Theo, filho de Karol e o genro Sávio. Sonhar era seu ofício, realizar, suas metas. Nas frases que imortalizou: “Você é do tamanho dos seus sonhos” e “O resultado de um trabalho é do tamanho do esforço feito por ele”, Edvane estava o tempo todo tentando mostrar que não há êxito sem esforço, nem há conquista sem a busca.
“Pai, esse era o senhor: família junta, literalmente, em todos os momentos. Eu escrevo aqui agora chorando e soluçando, pois nem por um minuto ainda consigo parar de pensar em tudo isso. Foram 15 dias tão difíceis, mas meu PAI eu tinha tanta fé que o senhor voltaria para mim. Mas quero, não lamentar aqui, pois eu creio que o senhor está agora ao lado do PAI, experimentando uma paz tão grande, que me sinto egoísta em estar tão devastada. Eu só quero dizer hoje, pai, que eu te amo tanto, e o senhor sempre soube do meu amor por você, da minha admiração, de como eu sempre quis ser como o senhor. O senhor sempre foi luz onde eu chegava, as pessoas ficavam impressionadas com um homem que só tinha o ensino médio, conquistou tanto, entendia de tudo e mais um pouco, o senhor sempre foi VENCEDOR, sempre, nunca duvide disso. Mesmo nas dificuldades sempre VENCEU. Sempre quis ajudar a todos de alguma forma. E fora esse lado empresário, empreendedor, visionário, que a maioria conhecia, era o cara mais família, mas amoroso da vida, sua felicidade era isso, todo mundo junto, misturado. Se pudesse todos nós morávamos na mesma casa (seu sonho). Pai, vou sentir saudade de cada detalhe seu, nunca esquecerei seu cheiro, seu jeito, suas palavras, nada… Você é o meu primeiro e mais verdadeiro amor, e isso nunca mudará. E pai, um último pedido, por favor não me deixa aqui nesse mundo sozinha, nem por um minuto! Vou precisar tanto, mas tanto de você. E sei que do seu jeito você e Deus me guiarão! Você sempre foi e será a lua da minha vida, uma luz tão forte, que mesmo do céu continuará me iluminando. Um beijo, um abraço apertado da filha mais orgulhosa que pode existir no mundo. Eu te amo e não se preocupe que não deixarei você esquecer nem por um segundo”. Karol Matias, filha primogênita
“Eu só tenho a agradecer, ao empresário Edvane Matias, por ter me dado a oportunidade do primeiro emprego de carteira assinada. Além dele ter me ofertado o primeiro emprego, ainda meu deu o incentivo para que eu viesse morar na cidade, porque eu morava no sítio. Naquela época, ele me aconselhou vir morar na cidade, porque aqui eu teria mais oportunidade, e foi o que aconteceu. Eu vim para Iguatu e fui trabalhar na empresa dele, trabalhei do ano de 1995 a 2000, e só tenho palavras de gratidão a ele, por ter acreditado em mim, me dado oportunidade de trabalho e por ter aberto as portas para mim, não só na empresa dele, mas de outras oportunidades que tive, sou imensamente grato”. Francisco Barreto de Lima, ex-colaborador
“Um adeus a Edvane Matias. Estamos perdendo parte de nossas empresas e empresários. Ontem o meu amigo e do meu pai, Edvane Matias, morreu. Um grande homem de grande coração. Começou ainda criança trabalhando como contínuo numa revenda Chevrolet, do tio do meu pai José Braga. E na labuta diária monta uma das maiores fábricas de móveis de madeira e aço tubulares do Brasil, gerando mais de 4.000 empregos. Levei ele três vezes à China. Andamos por várias cidades comprando vidros e aço chegamos a ir até à Mongólia. Ele saído do Iguatu desbravava a China comigo. E Deus lhe tirou a vida por conta de um vírus que veio da China. Quanta perplexidade. Como a vida é louca. Pai de quatro lindas filhas, que tivemos o prazer de conviver nos Estados Unidos com elas, ele pediu para levar junto com meus filhos, porque ficou cuidando do pai que estava na beira do leito. Percebi o quanto cuidava dos seu pais. Um homem bom. Ajudou o ex-patrão até a sua morte. E o amor que as filhas tinham por ele me deixava muito emocionado. Um pai carinhoso e cuidadoso. É o que me deixa mais triste. Além de um homem que veio da pobreza absoluta, nunca deixou de ter um enorme coração. Que Deus nos seus ensinamentos nos cubra, no manto da humildade, e nos abençoe no seu contexto de sabedorias. Em muitas vezes levar para o céu pessoas que ainda estavam na labuta da vida. Que Deus o receba com as glórias de um guerreiro”. Gervásio Pegado Filho, amigo pessoal
“Edvane Matias deixou um grande vácuo na vida e no comércio de Iguatu e no estado do Ceará. Empreendedor, que começou praticamente como empregado, conseguiu com muita capacidade e grandes ideais erguer a maior fábrica de móveis tubulares do Nordeste. Deixou sua marca em grandes entidades pelas quais passou, entre elas a CDL e Rotary Club de Iguatu, sendo responsável por grandes conquistas para ambas. Visionário, nunca se deixou abater diante das dificuldades, resiliente, foi um homem sempre à frente de seu tempo. Vai fazer enorme falta à economia de nosso município, porque, ao longo de sua trajetória, exerceu com grande influência importante política de geração de empregos. Porém, seu legado ficará para sempre nos anais da nossa história. Vai em paz e fica com Deus, meu amigo!” –Dedé Duquesa, presidente da CDL de Iguatu
“Passando aqui para expressar a minha solidariedade, para o povo iguatuense, como também para a dona Edilvânia, a esposa de Edvane Matias, e dona Odaíse, a senhora sua mãe e todos os seus familiares, que neste dia estão sofrendo, como eu estou sofrendo também, pela sua passagem para a casa do Pai. A sua ausência deixa uma saudade muito grande. Assim sendo, quero também neste dia expressar minha gratidão, pelo que foi esse grande homem de Deus, Edvane Matias. Sempre muito sensível às necessidades dos irmãos, das irmãs, sempre muito sensível diante das necessidades da nossa Diocese aí em Iguatu. Sempre muito generoso, ajudou na obra da Catedral, como também no Centro Diocesano de Pastoral, que passou a ser o Hotel Diocesano, e tantas e tantas outras obras, como também a Casa de Santa Dulce dos Pobres. Realmente um homem de Deus, muito sensível, diante das necessidades dos irmãos e das irmãs. Neste dia de hoje, expresso a minha solidariedade, e gostaria de estar próximo, para também expressar, mais ainda de perto, toda a minha compaixão diante desse momento de dor. Mas, através desse veículo de comunicação, o Jornal A Praça, quero então expressar toda a minha solidariedade. Que o nosso irmão Edvane Matias, pela misericórdia de Deus, descanse em paz! Principalmente nesse ano, nesse momento em que o nosso Brasil e o Mundo inteiro passam essa grande ‘noite escura’. E aqui quero deixar uma mensagem também, uma prece que Santa Tereza D’Ávila fazia. ‘Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa, só Deus não muda. Com a paciência tudo se alcança, quem tem Deus, nada lhe falta, só Deus basta’. Por isso meus irmãos, minhas irmãs, que o nosso irmão Edvane Matias, pela misericórdia de Deus, descanse em paz!” Dom João José Costa, arcebispo de Aracaju/SE
“Foi com muita tristeza que recebemos a notícia do falecimento do ex-presidente do Rotary Club de Iguatu, Francisco Edvane Matias. Além de ter sido um grande rotariano, onde foi o 53º presidente do clube no ano rotário 2003-2004, realizando inúmeras ações sociais no nosso município. Teve participação importante na reforma e modernização do parque de exposições. Foi um rotariano na essência, com um grande espírito humanitário, além de ter sido um grande companheiro e amigo de todos os rotarianos. Também deixou um legado como grande empresário, visionário e empreendedor nato, e levou a ultrapassar as barreiras do nosso Estado, atingindo renome nacional no ramo da indústria de móveis. Fica aqui nossa solidariedade aos familiares, companheiros rotarianos e amigos”. Fernando Araújo de Souza, Presidente do Rotary Club de Iguatu
“Edvane Matias surpreendeu a comunidade iguatuense desde jovem, com inteligência privilegiada e espírito empreendedor, fundou a Tubform, indústria do ramo moveleiro. Como homem visionário e compromissado com o labor, contribuiu substancialmente para o setor produtivo do município, além de fomentar o emprego e renda promovendo o desenvolvimento da região. Foi presidente de várias entidades de Iguatu, Rotary, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL, sempre atuou com dinamismo, característica que lhe era peculiar. Como dirigente da CDL buscou atender as demandas focando na ampliação e potencialização dos negócios, a fim de que gerassem competitividade frente ao cenário socioeconômico. Edvane deixou um grande legado para Iguatu, não só no aspecto econômico, mas sobretudo, porque era um homem de reputação ilibada e sensível aos problemas sociais de nosso município. Lamentamos profundamente a morte do ilustre colega Edvane Matias, ocorrida no último dia 13 de abril, em Fortaleza. É uma perda irreparável para toda sociedade iguatuense. Um motivo de pesar que marca um encerramento de uma brilhante trajetória de vida. Nesse momento de dor prestamos nossas condolências a seus familiares”. João Alves de Oliveira, presidente ACIAGI
“Corretíssimo nas suas posições e verdadeiro me dava muitos conselhos e me contava muito sobre a sua vida pessoal, passamos um ano indo pra Juazeiro pra fazer um MBA, nesse tempo passei a conhecê-lo melhor, muitos falavam mal dele e passei a vê-lo de uma outra forma, cara super bacana, um pai exemplar, um esposo leal, um filho amado. Cara, vai ser duro viu enfrentar essa perda!” Júnior Sobreira, empresário e amigo
“Edvane Matias nos deixou de forma precoce e inesperada. Uma grande perda para Iguatu e região. Foi um empresário de destaque, de grandes ideias, um entusiasta do empreendedorismo, de forte influência para o nosso município e a região, gerando empregos, renda e com forte atuação na área social. Por onde passou Edvane deixou sua marca, de empresário de larga visão, com determinação, criatividade e muito trabalho, além de grande ser humano que era. Tive a oportunidades de conviver muito com ele em várias frentes, como presidente do Rotary, na CDL e em muitos outros momentos. Edvane marcou para sempre a economia de Iguatu e região. Nesse momento ficamos órfãos, de uma das mentes mais criativas da nossa geração. Que Deus o receba e conforte sua família. A CDL de Iguatu tem uma dívida eterna com esse grande ser humano.” Ariosto Bezerra Vale, médico oftalmologista e amigo
“Meu irmão foi a pessoa mais determinada que conheci. Durante quase vinte anos tivemos uma convivência profissional sem precedente, e isso pra mim foi o maior aprendizado que pude ter. Meu sentimento hoje, além da dor da perda, é somente de gratidão pela grande lição de vida que ele deixou. Sempre tive a certeza que jamais nos separaríamos e realmente nunca nos separamos. Nossos laços serão eternos. Obrigado por tudo, meu irmão. Fica em paz, e com a consciência do seu dever cumprido!” Edione Matias, irmão
“Ainda estou sem acreditar que Edvane se foi. Cada vez que lembro é como se fosse um pesadelo que não acaba. Ninguém imaginava, tanta coisa acontecendo nesse mundo e as pessoas que a gente gosta, nossos amigos, partindo assim. E o mais triste foi nem poder ir no velório, nem no sepultamento dele, nem pudemos ir dizer adeus a ele. Edvane, para mim, era um irmão. Começamos juntos nos negócios, cada um na sua empresa, um cara amigo e cheio de garra. Cada vez que eu encontrava com ele era uma festa, uma alegria só. Eu tenho grande respeito e admiração. Isso não vai acabar. Tenho grande respeito por ele e a família dele. Quero dizer à esposa dele, às filhas, que todos nós estamos profundamente tristes e estamos rezando que Edvane, nosso irmão e amigo, encontre o melhor lugar, perto do nosso Pai, maior, Deus, porque ele era um homem de bom coração, um irmão, e merece, agora, no descanso, um lugar especial. Em meu nome, em nome da minha família, e todos os nossos colaboradores, nosso abraço à família de Edvane Matias”. José Alves de Oliveira, ‘Zenir’, empresário e amigo
“Momento triste para a história de Iguatu, uma grande perda, um empresário como Edvane Matias. Tive a honra de conhecer Edvane ainda quando ele trabalhava na Icevel, como office boy. Naquela época eu já frequentava a casa deles na Rua Bevenuto Mendonça, onde residiam seus pais, pela amizade que tinha com seu irmão Edione. Por coincidência, Edvane e Valmir, da VP, foram as pessoas que me apresentaram a Zenir. Eu conheci Zenir através deles. E tive também o prazer de sucedê-lo como presidente da CDL de Iguatu. E foi através dele, indicação dele, que eu cheguei até a CDL, essa entidade pela qual eu tenho tanto amor e dedicação. Ele, sem dúvidas, era uma das pessoas que eu considerava ter inteligência acima da média normal. Ele era aquele empresário capaz de antecipar acontecimentos. Sua maneira de enxergar as coisas era longa. Quando montou sua primeira fábrica de tubulares, ele já enxergava que que aquele segmento industrial chegaria ao limite e já abriu outra fábrica do setor moveleiro de madeira, uma das indústrias mais modernas do Brasil. Para mim, ele foi um visionário, um homem de garra, de muito trabalho, responsável pela geração de muitos empregos, ajudou no desenvolvimento socioeconômico do município e da região, e para nós, a partida dele é a perda grande de um amigo, e não só isso, um grande empreendedor. Iguatu está de luto em perder um homem como Edvane Matias. A toda família dele, de quem somos amigos, nosso fraterno abraço e nossos sentimentos de profundo pesar, que o nosso querido Edvane descanse em paz”. Francisco Bento de Souza, amigo
“Edvane era um amigo, por quem eu tinha profunda admiração. Nossa amizade nasceu ainda nos tempos de colégio. Para quem não sabe, nós estudamos juntos, morávamos no mesmo bairro e compartilhamos sonhos e muitas expectativas. A partida inesperada dele, para nós, está sendo muito chocante e afirmo que a perda para Iguatu é algo que não dá para calcular. Foi muito grande a sua contribuição como empresário, e como ser humano que ele era. Era um homem de um grande coração, generoso, solidário e gostava muito de prestar ajuda. Sua contribuição também nas entidades e instituições, como Rotary, CDL, nas instituições religiosas, como a construção da Igreja de São José, enfim, nosso sentimento é de tristeza e perda, por ele, que nós sabemos, pela sua maneira de trabalhar tinha muito ainda para realizar. Por incrível que pareça, no dia que ele deu entrada no hospital para internação, eu conversei muito com ele, ficamos mais de 30 minutos conversando. Ele estava muito bem, estava saudável, nós conversamos bastante, e para a nossa surpresa, à noite, ele foi internado e infelizmente o perdemos da maneira como foi. A toda família do Edvane, que para nós era muito mais que um empreendedor, um empresário, mas principalmente um amigo, nossos sentimentos de profundo pesar e que Deus o acolha em bom lugar.” Carlos Tadeu Rodrigues Rolim, amigo, presidente Sindilojas
Para Edvane Matias
Paulo de Tarso Bezerra
“Paulão, sei como você se sente. A chegada de um novo projeto é como o nascimento de um filho”. Era 31 de março de 2001, data de fundação do A Praça. O interlocutor era Edvane Matias.
Conheci Edvane alguns anos antes, em 1996, quando ele inaugurava a sua primeira grande fábrica, a TubForm. Fui levado até ele para ser médico dos seus funcionários todos, com consultório montado nas dependências da empresa, na sala ao lado da diretoria. “Meu pessoal vai ter médico todos os dias. Você pode assumir?”. Nascia ali o que seria uma relação de amizade das mais inspiradoras que alguém pode ter, nesse mundo.
Pude conhecer Edvane como poucos amigos o fizeram, pois tinha tempo de convivência diária com ele. Não foram poucas as boas conversas, os conselhos, os planos, as confidências, as lautadas risadas, os sonhos.
Sim. Edvane era um homem que acalentava e nutria sonhos, como jamais pude conhecer. E ele acreditava tanto nos próprios sonhos, que anotava em um pequeno caderno, de caneta mesmo, e vaticinava: “Paulão, vamos chegar aqui, nisso e naquilo. Não tem como não dá certo!”. E, geralmente, dava. Aquilo me alimentava como um néctar. Era embevecedor conviver com alguém tão certo de que não existia o impossível, que sonhava tão grande e que, acreditando, tudo se tornava real. Ele praticava ‘o segredo’, muito antes da grande maioria. Sabia o que queria e onde iria chegar.
Tornei-me seu médico e de toda a sua família e as nossas famílias também se tornaram amigas. Em férias, fomos juntos, as duas famílias inteiras, aos Estados Unidos. Apesar de muito reservado, Edvane era otimista, agradável, afável e atencioso. Uma companhia das mais prazeirosas. Ele foi meu fiador, quando comprei o primeiro aparelho de endoscopia: “Esse é o seu primeiro passo; nunca vai parar”. Tive a honra de ser padrinho de casamento da sua primeira filha. Com ele, aprendi a acreditar nas pessoas e no melhor que elas podem trazer consigo. Foi a Edvane Matias que levei a primeira ideia sobre construir um hospital. Ele me deu uma aula sobre risco e retorno que jamais vi igual. Mostrou-me o caminho das pedras. Coisa de quase irmão. Agradeci textualmente a ele, por ocasião do discurso de inauguração do Hospital São Camilo. A ele devo essa luz.
A liderança de Edvane Matias era fabulosa. Conseguia, facilmente, engajar todos os que contagiava com a sua verve e as suas metas, sempre desafiadoras. Foi assim na CDL, no Rotary e no crescimento das suas empresas. Um filantropo na essência, foi um contumaz doador, transformou vidas, deu oportunidades, acreditou em gente.
Quando passava por dificuldades de toda a sorte – e não foram poucas, para alguém de origem tão diferente -, eu estava entre os poucos que acreditavam no seu soerguimento, pois sabia sobre quem estavam falando, conhecia a sua coragem. Atento, assisti a muitos episódios sobre os seus dias e os resultados sempre vinham. Ele demonstrou, diversas vezes, que era capaz de ressurgir das cinzas, como Fênix.
Edvane foi um dos mais determinados homens que pude conhecer. E um dos mais leais amigos que alguém pode ter tido.
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