Eliseu Marroque, mestre na arte de fazer e vender algodão doce

03/08/2024

Vender ‘algodão doce’ não é tarefa para qualquer um. Eliseu Marroque de Melo, 65, natural de Iguatu, é um mestre na arte de produzir e vender algodão doce. Há 40 anos faz isso diariamente para complementar a renda de casa. Começa a produção por volta das 14h30, para conseguir vender no final de tarde e começo de noite. Além de atender nos bairros, Eliseu Marroque também atende aos públicos de aniversários, sob encomenda. A pessoa faz o pedido, marca dia e hora e retira a quantidade de algodão doce no endereço dele.

Eliseu produz e vende por dia em média 40 sacos de algodão doce. A produção consome 4 quilos de açúcar, uma média de 10 sacos por cada quilo. Os demais ingredientes são o corante para proporcionar a cor e o NA, um líquido de essência que dá sabor de fruta ao produto. Se produzir algodão doce por um mês, de segunda à sexta gera um consumo de 80 quilos de açúcar, mais as embalagens, essências e cores.

Para vender a produção, o mestre Eliseu percorre os bairros Fomento, Penha, Cardoso, Gadelha, Barro Alto, Areias, João Paulo e vai até a cidade de Quixelô. Ele afirma que o lucro é pequeno, o trabalho é árduo, mas o mais importante são as pedaladas em sua bicicleta Caloi, ano 1973, amiga companheira de todos os dias em suas andanças para vender algodão doce.

Mora com a esposa Maria Eunice de Almeida, no bairro João Paulo II. É pai-herói de quatro filhos. Conseguiu criá-los e educá-los com muito sacrifício. Seu maior orgulho é dizer que dos quatro, dois são formados, um deles é sargento do Exército e uma filha é enfermeira. Antes de se firmar aqui em solo cearense seu estado natal Eliseu viveu em São Paulo. Foi quando trabalhou em outros segmentos do comércio.

Atividade física e fonte de renda

Vender seu algodão doce todo fim de tarde já é um costume para este senhor aposentado, que gosta de pedalar sua bicicleta praticando seus exercícios e ganhando uns trocados. É uma atividade que ele já realiza há 40 anos e afirma que não se sente cansado. O lucro do produto é pequeno, mas o que ele ganha mesmo é vigor, entusiasmo, motivação, e sente-se bem em levar alegria para as pessoas, principalmente as crianças. Para avisar aos clientes que está chegando, Eliseu usa uma gaita. Quando ele passa nas ruas, as pessoas dentro de suas casas logo escutam sua gaita. O fazedor de algodão doce tem dias fixos para percorrer todos os bairros. Ele segue um cronograma, as crianças e adultos já ficam ansiosos esperando por suas guloseimas.

Em Iguatu ele faz as rotas do algodão doce, a cada dia visitando um bairro diferente. Há dias também que vai atender a clientela de Quixelô.

Quando indagado sobre o fato de já estar aposentado e continuar trabalhando, ele se defende dizendo que sair de bicicleta vendendo o algodão é uma atividade física que gosta muito e não consegue parar. “Gosto do que faço e ainda posso ganhar uns trocados”.

Registro

Quando soube que a reportagem com ele seria publicada no jornal A Praça, o mais veterano da cidade, ele abriu um sorrisão de felicidade e não hesitou em perguntar: “É sério? Minha história vai ser contada no jornal? Mas eu sou apenas um vendedor de algodão doce”. Ficou sabendo pelo repórter que mesmo sendo um simples vendedor de doces é um exemplo de homem que tem força, garra, determinação e coragem, até mais do que muitos jovens, basta contabilizar as distâncias que percorre por dia pedalando sua bicicleta. Outra característica de Eliseu do Algodão Doce é que sempre que recebe o dinheiro da venda, responde para as pessoas “Deus abençoe grandemente vocês”.

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