A retomada da economia cearense ainda é incerta. Isso vai depender dos resultados dessa fase de transição e das demais quatro etapas de acordo com Governo do Estado, que vem fazendo um acompanhamento técnico dos segmentos econômicos.
Empresas dos setores do comércio, serviço e indústrias contempladas nessa etapa estão voltando de forma gradual. Momento difícil para uns e de oportunidade para outros. Uma fábrica de peças íntimas, que atua há 17 anos no mercado, está iniciando a retomada dos trabalhos, também de forma gradual.
No setor de costuras, o coração da empresa, uma grande parte das máquinas ainda está sem funcionar. As costureiras agora ficam distante uma das outras e todas usam máscara. Um cenário bem diferente de pouco tempo atrás, quando tudo era cheio de gente trabalhando. “Era uma alegria grande pra gente. A gente conversa, sentava próxima, brincava. O nosso trabalho era bem proveitoso. Mas agora parece coisa de filme. Aqui pra gente tá bem triste, porque temos que ficar mais distantes, conversas de longe. Podemos mais nem dividir o lanche”, disse a costureira Fátima de Oliveira.
A empresa tem 97 funcionários. Atualmente, está trabalhando com apenas 20% da capacidade de produção. Mas para isso, a fábrica teve que se adequar a novas medidas de segurança por causa da pandemia da Covid-19. “Tivemos que nos adequar também. Mas não ficamos parados. O pessoal do grupo de risco foi afastado, as costureiras e funcionários que ficaram, nós adequamos aos trabalhos. Desde março, paramos a linha de produção. Estamos retomando, mas não ficamos parados. Fabricamos aqui cerca de 30 mil máscaras que foram distribuídas gratuitamente no município para várias entidades sociais, a prefeitura repassou matéria-prima e nossa mão de obra participou todo desse trabalho”, pontuou o empresário Carlos Fernandes.
Nenhuma demissão
Aproveitando o momento de incerteza econômica, a empresa de Fernandes além se adequar a essa nova realidade para evitar a propagação do coronavírus, também está sendo reformulada. O empresário está reorganizando os setores da empresa. Um novo galpão foi construído onde irá funcionar o setor de corte. Confiante, ele espera retomar 100% a produção fabril. “No momento que ficamos parados, nosso estoque de peças foi comercializado todo pela internet e delivery. Agora, nessa retomada, estamos aproveitando para nos reorganizar. Otimizar espaços, agilizar produção e investir também em tecnologia e também mão de obra. Nesse período de crise, não demitimos ninguém, nem temos previsão pra isso. Pelo contrário, esperamos tudo isso passar para retomar nosso crescimento. Sabemos que houve retração, haverá retração, mas não podemos desanimar. Tudo no tempo de Deus”, finalizou, mostrando-se confiante.
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