No caminho dos empreendedores estão pessoas sonhadoras, que não desistem de encontrar a concretização daquilo que idealizaram para suas vidas pessoais e carreira. É como aquele projeto que alguém guarda com carinho na gaveta e um dia vai buscar enxergando que chegou a oportunidade para realizar. Talvez para esses sonhadores, a pandemia tenha chegado como uma mola propulsora, no momento em que eles, apesar do isolamento social, estavam precisando fincar os pés e dar o salto mais importante da vida e carreira.
Marcos Paulo, um jovem empreendedor que tinha emprego formal, abriu mão para montar uma pequena fábrica de biscoitos. Um empreendimento que gera três empregos formais, além da ocupação do próprio Marcos e da esposa Rivânia Holanda. Uma tradição da família, que tem origens no avô dele, Chico Holanda, de lidar com o segmento de panificação, fez o empreendedor enxergar a oportunidade de produzir biscoitos amanteigados, biscoitos no sabor chocolate e já prospectar novos projetos com a produção de outros tipos de biscoito e pães para hot dog e sanduíches.
Marcos começou com o pequeno negócio no espaço da panificadora do pai dele, Antônio Holanda, no distrito de Suassurana, mas em fevereiro deste ano, mesmo com as ameaças da pandemia, inaugurou a unidade da pequena fábrica na sede de Iguatu, no bairro Lagoa Parque. Atualmente os biscoitos ‘Mãe Dinha’ são distribuídos para pequenos comércios de Iguatu e da região. Marcos Paulo ainda não sabe o tamanho da realização, mas o tamanho do sonho ele tem ideia, sim. Quer chegar mais distante, crescer, ampliar o negócio, gerar mais empregos, fazer de sua marca uma tradição no segmento dos biscoitos no Centro-Sul. Ele é empreendedor, tem disposição para o trabalho e incentivo é o que não falta. A família está junto, o apoio vem dos colaboradores e o melhor de tudo: a boa aceitação dos produtos que ele vem conseguindo colocar no competitivo mercado.
No mesmo caminho do fabricante dos biscoitos ‘Mãe Dinha’ está o pequeno negócio lançado há pouco mais de um mês, pela jovem empreendedora Mayonara Tomaz de Souza, 31. ‘Fulô de Mandacaru’ é a marca dos produtos dela, uma linha completa de sabonetes perfumados, sabonetes líquidos e de barra, essências diversas, que fazem a imaginação virar pelo avesso, quando o sentido do olfato capta o cheiro bom dos aromatizados. May é enfermeira profissional, mas está se reinventando como perfumista. Ela descobriu o nicho de negócio vasculhando pela internet e encontrou, talvez, sua realização pessoal, e porque não dizer profissional também. Ela está amando espalhar amor com seus produtos. Os sabonetes e os outros ‘mimos’ produzidos no ateliê de sua casa, perfeitamente e delicadamente embalados, são como um perfume raro que sai das mãos do alquimista e chega ao consumidor, pronto para proporcionar o prazer do perfume que muda ambiente e faz o bem-estar se instalar.
Assim como os rapazes Yuri e Wesley, que conquistaram o primeiro emprego na fábrica de biscoitos de Marcos Paulo e o ‘mestre biscoiteiro’ Raimundo Nonato da Silva Santana, há dez anos na profissão, que encontrou no projeto, trabalho e ocupação, o desejo de Mayonara é ver seu empreendimento crescer, ao ponto de também gerar oportunidade de trabalho para outros. Está nas metas dela dividir as atividades com um assistente. Também está nos planos fortalecer a marca e se firmar no mercado. A moça de 31 anos que um dia se viu na faculdade buscando formação acadêmica para cuidar da vida e saúde das pessoas, agora se vê num outro patamar, ao construir uma carreira cuidando dos sentidos de ver e sentir, através dos sabonetes produzidos e elaborados, a partir de suas fórmulas e receitas criadas com dedicação e amor.
Os biscoitos da fábrica Mãe Dinha
Enquanto a pandemia continua martelando sem baixar suas estatísticas, as pessoas vão tentando se adaptar ao tempo, espaço, e novo normal, para seguir seus cursos. A cada passo dado, cada decisão tomada, os protagonistas vão vendo e percebendo que era preciso se apegar às mudanças, para enxergar os desfechos na vida pessoal e profissional. Marcos Paulo era dono de seu emprego certo com carteira assinada, salário fixo, FGTS, direito a férias, 13º salário e tudo que um trabalhador formal tem direito. Mas ele resolveu abrir de tudo por um sonho guardado na gaveta: aquele de ser o protagonista de sua própria história.
O jovem empreendedor um dia precisou tomar uma decisão difícil. Embora seja importante ressaltar que ele estava dando um importante passo na conquista de sua independência, ao abdicar do emprego formal para montar seu próprio negócio. E assim nasceu a pequena fábrica de biscoitos Mãe Dinha localizada no bairro Lagoa Parque.
O empreendimento gera três empregos formais. Raimundo Nonato da Silva Santana, 35, ‘biscoiteiro profissional’ há dez anos, é o mestre. Yuri Jhonata Gomes de Oliveira, 19, e Wesley Freitas Dias, 18, são os dois assistentes. Para Yuri e Wesley, é o primeiro emprego, a primeira oportunidade na vida de trabalhar registrado. Um legado que vai ficar em seus currículos para toda a vida e carreira profissional.
Juntos eles produzem os biscoitos que são comercializados em Iguatu e na região. Sequilho, bola de ouro, biscoito tradicional, bola de ouro com granulado, amanteigado com goiaba e amanteigado com chocolates. É proposta para breve, a produção também de biscoitos Champanhe e pães para empacotamento, tipo ‘hot dog’ e ‘hambúrguer’. Tudo que o empreendedor faz no seu pequeno negócio é planejado, etapa, pós etapa, como ele mesmo afirma: “um passo de cada vez para não tropeçar”.
Vender os produtos é tão importante quanto fabricar, pois é a única forma de manter o negócio funcionando. Marcos Paulo tem múltiplas funções no negócio. É o responsável pelas compras dos insumos, venda e distribuição dos produtos. A esposa Rivânia Holanda cuida da administração e do financeiro.
Marcos Paulo começou a sonhar com o futuro empreendedor, desde criança, época em que ajudava o avô Chico Holanda, tradicional comerciante do distrito de Suassurana. Para manter a tradição dos negócios da família, o pai de Marcos, Holanda, servidor aposentado dos Correios, administra uma panificadora na localidade. Marcos Paulo afirmou que sempre se espelhou nos bons exemplos do pai e do avô. Assim que alcançou a maior idade, foi em busca de trabalho para ter seu primeiro emprego. Mas sempre trabalhou focado em montar sua própria empresa. Quando pediu as contas na empresa onde trabalhava, para iniciar sua carreira como empreendedor, afirmou que a primeira ideia que veio à sua cabeça foi para fabricar biscoitos. As primeiras fornadas do produto, tirou ainda usando a estrutura da panificadora do pai Antônio Holanda, em Suassurana, no ano de 2018. Era o começo de tudo. O jovem empreendedor afirmou que foi emocionante realizar as primeiras vendas de biscoitos e sequilhos em mercadinhos e supermercados da cidade.
Depois Marcos Paulo montou a estrutura atual da fábrica no bairro Lagoa Parque, que foi inaugurada em fevereiro deste ano. Quando instalou a pequena fábrica na cidade, o empreendimento passou também a alcançar clientes em cidades da região.
Marcos Paulo lembra a chegada da pandemia há cerca de seis meses causando uma reviravolta na vida de todos. Segundo ele, por conta disso a produção começou a cair, e quando foi decretado o ‘lockdown’, pelo menos 50% das vendas caíram também. Marcos Paulo lembra um momento triste quando ele e a esposa resolveram fechar a fábrica durante 15 dias por questão de segurança. “Sentimos um pouco o impacto na parte financeira, mas graças a Deus conseguimos superar e estamos aos poucos voltando, e as vendas estão crescendo novamente”, declarou.
A fábrica de biscoitos de Marcos Paulo, além de ser um projeto pessoal, tem também um valor sentimental inestimável, porque homenageia a matriarca da família Holanda Albuquerque, do distrito de Suassurana, a senhora Otília Alves Cabral Albuquerque (saudosa memória), falecida em 2013, aos 85 anos. Dona Diêga, como era conhecida, era a mãe de Antônio Holanda Albuquerque, pai de Marcos Paulo. Para os netos e bisnetos era Mãe Dinha, esposa dedicada e companheira de uma vida toda do senhor Chico Holanda, avô de Marcos Paulo. Era ela quem ajudava nas atividades da padaria, negócio que era uma tradição da família Holanda Albuquerque, em Suassurana, daí a inspiração do filho Holanda em manter a panificadora, lá no distrito, e do neto Marcos Paulo com a fábrica de biscoitos.
Além de ser uma fábrica de sonhos, uma oportunidade de negócios, a concretização do primeiro emprego para alguns, é também uma forma de manter a tradição da família de continuar no segmento de panificação e massas, geração, pós geração.
Serviço
Fábrica Mãe Dinha
WhatsApp: (88) 9.9901-2164
Os sabonetes perfumados da May
Em todo negócio, seja ele de pequeno, médio ou grande porte, há sempre ali a assinatura do seu empreendedor. A forma como o empreendimento foi planejado, as etapas de criação, o tipo de negócio e seu público consumidor. Todas essas características estão presentes na marca lançada no mercado, seja ela de um produto ou de um serviço.
Quando decidiu trabalhar com uma linha de produtos de higiene pessoal, a empreendedora Mayonara Tomaz de Souza, 31, já sabia que tinha dois caminhos pela frente: um de sucesso, outro de fracasso. Ao escolher o caminho do sucesso, ela estava decidindo também pela qualidade dos produtos lançados, a segurança de seus consumidores, pelo uso, e a ousadia em concorrer num mercado bastante competitivo.
May se atirou para as incertezas e ousou acreditar e criar sua própria carteira de clientes proporcionando a esta classe de consumidores produtos com essência de perfume, que não apenas higienizam corpo e ambiente, mas também, ao exalarem cheiro e se propagarem pelo ar remetem a boas lembranças, bons pensamentos, boas vibrações, bons fluídos e boas energias. É como colocar o perfume no pós-banho, ou na roupa recém passada. Sentir o cheiro bom da essência que entra pelas narinas e faz encher os olhos de esperança e vida. Os produtos que saem das mãos habilidosas da enfermeira são como gotas perfumadas que vão preenchendo com amor o dia a dia das pessoas. É como diz o próprio slogan que ela usa na marca dos produtos: ‘Fulô é cheiro, lembrança, cuidado e afeto’.
Foi num momento de muita lucidez e perseverança que ela vislumbrou um negócio capaz de se firmar no mercado e gerar resultados socioeconômicos a curto prazo. Então, no mês de maio, em plena crise sanitária, mergulhou de vez na pesquisa para a produção de sabonetes perfumados, líquidos aromatizados e não perdeu tempo indo se aprofundar no tema e procurar cursos ‘on-line’ para aprender o manejo. E assim ela criou e lançou a marca ‘Fulô de Mandacaru’ de sabonetes líquidos e em barra, perfumes, aromatizadores de ambiente, home spray, perfumes para papel, espuma de limpeza facial e lembrancinhas em geral. A mulher empreendedora ficou tão motivada com os resultados que pretende ampliar o negócio, patentear a marca e aumentar seu raio de alcance no mercado.
Ela que já havia tentado emplacar outros produtos, como vestuário e alimentos doces, enxergou na produção dos higiênicos uma oportunidade de negócio que poderia dar certo e se surpreendeu com a aceitação dos produtos pelos consumidores.
Começou com o valor mínimo de investimento, mas sem perder o foco na qualidade dos produtos, pois sabia que só ganhando a confiança dos consumidores seria possível adquirir a fidelização das pessoas em levar para seus lares um produto o qual elas não conheciam. “Comecei sozinha, praticamente sem dinheiro para investir, mas nunca perdi a fé em Deus e nunca abri mão de trabalhar com responsabilidade e buscando conhecimentos, para sempre oferecer o melhor”, ressaltou.
Mayonara é enfermeira profissional. Ela estava ministrando aulas como Orientadora de Estágio num curso de Técnico de Enfermagem na Escola Profissionalizante de Acopiara, quando a pandemia do coronavírus se instalou e a afastou da atividade. Como toda mulher batalhadora que luta pela sua independência, May também acalentava seus sonhos e suas conquistas pessoais. O que era sonho virou realidade. Há menos de dois meses quando ainda estava dando os primeiros passos no novo negócio, Mayonara tinha um sonho: adquirir sua casa própria. Com o dinheiro que ganhava antes ela sabia que era difícil realizar, mas o novo empreendimento já lhe rendeu a concretização deste sonho, que ela não imaginava acontecer em tão curto espaço de tempo.
O nome ‘Fulô de Mandacaru’ tem um propósito lógico, segundo afirma Mayonara: na visão dela, a marca simboliza o que diz o nome mandacaru, planta típica do sertão resistente às intempéries climáticas, que May associa às mulheres com sua capacidade de se adaptar às diversas situações e se reinventar no momento certo. “Costumo comparar nós mulheres a cactos”. Os cactos também são plantas típicas do semiárido resistentes à seca, que a exemplo do mandacaru, também se adaptam com facilidade à terra seca e com pouca chuva, mas que conseguem se refazer das forças e sobreviver com charme e a beleza de sua natureza. “Nós mulheres sempre buscamos outras saídas para os problemas, outras ‘versões’, digamos; estou amando minha versão de perfumista; a cada cliente satisfeito, cada elogio, a cada foto postada, me sinto motivada ainda mais para investir no meu trabalho”, disse.
Com dois meses de produção, Mayonara já fidelizou clientes, estabilizou vendas e já enxergou novos horizontes se abrindo à sua frente. Isto acontece porque ela é daquelas visionárias que acredita que o sucesso é para todos aqueles que o buscam.
May usa um ateliê montado em sua própria residência, no bairro Cajueiro, onde fabrica os produtos. As vendas são feitas todas on-line, através das redes sociais. Ela usa dois perfis, no Instagram e Facebook para postar as imagens dos produtos e interagir com a clientela. Um contato do aplicativo de WhatsApp é o canal que os clientes usam para fazer os pedidos.
May trabalha sozinha, mas planeja registrar a marca, contratar uma assistente e formalizar o negócio. “Tenho muitos planos para o empreendimento Fulô de Mandacaru”, afirmou.
Serviço
Fulô de Mandacaru
Instagram: @mandacaru_fulo
Facebook: Fulô de Mandacaru Saboaria
Whatsapp: (88) 9.9688-5438
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