No próximo dia 20 de janeiro será comemorado o Dia do Farmacêutico, profissional de extrema relevância no atendimento e assistência à saúde das pessoas, que está na linha de frente da rede de atendimento, principalmente na orientação e controle do uso de medicamentos para a população. Em Iguatu, haverá série de eventos para lembrar a data. Nesta edição, o leitor acompanha entrevista exclusiva com o Coordenador da Assistência Farmacêutica do município, o farmacêutico Francisco Adriano Pereira Saraiva
A Praça – Quando foi instituído o Dia do Farmacêutico?
Adriano – A data foi escolhida em homenagem à fundação da Associação Brasileira de Farmacêuticos que aconteceu em 1916. O objetivo da data comemorativa é de promover a valorização e o estímulo à profissão.
A Praça – Qual a relevância do trabalho deste profissional para a sociedade?
Adriano – A relevância é imensurável. Quando pensamos em uma área de atuação, como os farmacêuticos que atuam em farmácias e drogarias, sendo os últimos profissionais da saúde a manter contato com paciente. O leque de serviços ofertados nesse momento protege a sociedade contra os problemas advindos do uso de medicamentos. Qualquer medicamento, por mais inofensivo que aparenta ser, pode desencadear problemas gravíssimos e reações indesejáveis. As orientações dadas pelo farmacêutico sobre o uso correto, estratégias e cuidados na aplicação do medicamento, garantem a segurança e o resultado positivo para a saúde do paciente.
A Praça – Qual é a área específica de atuação do profissional de farmácia?
Adriano – De acordo com a Resolução do CFF nº 572, de 25 de abril de 2013, as especialidades farmacêuticas são agrupadas 10 linhas de atuação: alimentos; análises clínico-laboratoriais; educação; farmácia; farmácia hospitalar e clínica; farmácia industrial; gestão; práticas integrativas e complementares; saúde pública e toxicologia. Hoje, para efeito de registro de certificados e títulos na carteira profissional, estão previstas 135 especialidades.
A Praça – Aqui na região, a população está bem servida em relação à assistência do profissional de farmácia, ou ainda existe muita carência?
Adriano – Na região Centro-Sul, com a presença de duas instituições de ensino superior que ofertam o curso de farmácia, o número de farmacêutico aumentou significativamente, proporcionando uma maior quantidade de profissional farmacêuticos no mercado.
A Praça – A legislação prevê que as farmácias mantenham um farmacêutico presente no dia a dia do atendimento aos clientes, para orientação sobre o uso de medicamentos e tirar dúvidas. Aqui em nossa região esta norma está sendo cumprida ou ainda estamos muito atrasados?
Adriano – Sim. A Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014, em seu Art. 5º traz que no âmbito da assistência farmacêutica, as farmácias de qualquer natureza requerem, obrigatoriamente, para seu funcionamento, a responsabilidade e a assistência técnica de farmacêutico habilitado na forma da lei. O Conselho Regional de Farmácia é responsável pela fiscalização. Em nossa região avançamos significativamente, em consequência do maior número de profissionais disponíveis.
A Praça – Ainda existe muito abuso em relação à prática da automedicação no meio da população?
Adriano – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) calcula que 18% das mortes por envenenamento no Brasil podem ser atribuídas à automedicação, e 23% dos casos de intoxicação infantil estão ligados a ingestão acidental de medicamentos armazenados em casa de forma incorreta. Portanto, ainda é uma realidade, porém a garantia do acesso da população a profissionais médicos, tendem a contribuir para diminuição da automedicação, bem como uma orientação adequada do farmacêutico.
A Praça – O Conselho Regional de Farmácia tem dados sobre número de profissionais que atuam na região?
Adriano – Sim. É uma exigência legal para atuar como farmacêutico o registro no CRF-CE. Hoje, segundo dados do CRF, já são mais de 567 profissionais.
A Praça – Qual a sua opinião sobre as instituições de ensino superior que chegaram ao município e implantaram os cursos de Farmácia para a formação profissional? Qual o impacto socioeconômico desta ação para o Centro-Sul?
Adriano – Vejo como algo bastante positivo em diversos aspectos. Além de ter oportunizado novas áreas de trabalho para os profissionais farmacêuticos, como educadores, surgiu como uma opção viável para pessoas que não conseguiam ir para outras cidades como Fortaleza e Juazeiro, conseguissem fazer graduação em Iguatu. Hoje temos muitos farmacêuticos proprietários de farmácias o que já tínhamos com os donos de laboratórios de análises clínicas, portanto, ganha a categoria e a população.
A Praça – Como está a assistência farmacêutica hoje no âmbito da rede pública municipal? O número de profissionais é suficiente para a demanda de atendimentos à população? Como é a atuação desses profissionais?
Adriano – A assistência farmacêutica do município é composta por nove profissionais farmacêuticos e mais de quarenta auxiliares de farmácia, comprometidos e capacitados para enfrentar os desafios propostos. Nesses últimos anos temos avançado em questões tecnológicas, como implantação de um sistema informatizado em todos os equipamentos que trabalham com medicamentos. Quanto ao número de farmacêuticos, acreditamos que, ainda, é insuficiente, gostaríamos de contar com um número ainda maior, além de salários melhores que equiparassem aos valores pagos no piso preconizado pelo setor privado. O farmacêutico assume hoje um lugar de suma importância junto a equipe multidisciplinar de saúde no município de Iguatu/CE, pois é uma fonte confiável de conhecimento e aconselhamento, não apenas para pacientes, mas também para outros profissionais de saúde garantindo que o medicamento correto seja fornecido ao paciente certo na dose e formulação mais adequada. Atuando nos vários equipamentos de saúde que compõem a secretaria municipal: Central de Abastecimento Farmacêutico – CAF, Farmácia Municipal, Atenção Básica, Unidade de Pronto-Atendimento – UPA, Hospital Regional de Iguatu – HRI, Centro Microrregional Especializado de Atenção à Saúde Reprodutiva e Sexual – CEMEAR, Centro de Ação Psicossocial – CAPS, Vigilância Sanitária Municipal, respondendo pela dispensação dos medicamentos padronizados em conformidade com os protocolos clínicos e as diretrizes farmacêuticas, educação em saúde, além de executar ações inerentes ao ciclo da assistência farmacêutica.
A Praça – Existem eventos programados para comemoração do Dia do Farmacêutico? Como será?
Adriano – Eu, Dra. Moema e a Dra. Lorena vamos às emissoras de rádio nos dias 17 e 18. No dia 19, no período da tarde, será realizada uma palestra, ministrada pela psicóloga Léticia Jorge de Oliveira com o tema “Coragem para mudar e atendimento humanizado”, na Escola de Saúde Pública de Iguatu, para todos os auxiliares de farmácia e farmacêuticos. Nos dias 20 e 21, será ofertado em parceria com a Faculdade São Francisco do Ceará – FASC, Secretaria Municipal de Saúde e Conselho Regional de Farmácia, o curso de capacitação de aplicação de injetáveis, que será realizado no prédio da FASC.
0 comentários