O retorno das aulas presenciais é um assunto complexo que está sendo debatido em várias frentes por membros da Associação de Escolas Particulares do Centro-Sul (ASESPA), demais representantes das instituições de ensino e técnicos da Educação. Na quinta-feira, 08, a volta das atividades escolares foi discutida em audiência pública.
O encontro ocorreu de forma remota, com a participação de 35 instituições. Entre as discussões tratadas, dominou o assunto do retorno das aulas presenciais, de forma escalonada e seguindo o modelo híbrido de ensino e com as medidas de biossegurança e as perdas sofridas em mais de um ano de escolas fechadas no Ceará, como demissão de funcionários, fechamento de escolas devido ao alto índice de ‘desmatrícula’.
Os representantes apontam prejuízo para além do econômico como o educacional, com as crianças em processo de alfabetização e os que estão em conclusão do ensino médio. “Crianças em processo de alfabetização tiveram um prejuízo enorme. Isso foi percebido na transição delas do primeiro para o segundo ano, no seu processo de aprendizagem. Muitas desenvolveram doenças psicopáticas, mudanças no comportamento, diante da falta do desenvolvimento, e convivência social”, contou Cristianne Cunha, presidente da ASESPA.
Em 26 de janeiro as escolas chegaram a retomar suas atividades em Iguatu, porém foram afetadas pouco tempo depois diante do contexto da segunda onda da pandemia.
A audiência contou com a participação do professor Airton Oliveira, representante do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (SINEPE-CE). “Temos que fazer com que a sociedade perceba que há prejuízo em termos uma escola fechada. Não foram as escolas abertas que aumentaram o número de casos. E os números não diminuíram com elas fechadas. O vírus não está na escola”, disse.
Política
A classe política do município marcou presença por meio do vereador Marconi Filho (PDT). O representante do legislativo municipal apresentou uma pauta na Câmara de Iguatu que torna as atividades educacionais como essenciais e aguarda a sanção do gestor local. No entanto, a proposta tem se ampliado para outras áreas e causado uma discussão sobre o que é ou não essencial entre as atividades em meio à crise. O mais recente debate ocorreu quando o STF teve que intervir na essencialidade das atividades religiosas.
O deputado estadual Marcos Sobreira (PDT) destacou que o tema vem sendo debatido na Assembleia Legislativa estadual. “O tema é amplamente discutido no parlamento. Penso que só através do debate chegaremos a um denominador comum, continuaremos levando as demandas do setor”, afirmou.
O poder público local, apesar de não enviar representantes para audiência, anunciou na semana passada entre as medidas para amenizar o impacto econômico imposto pela pandemia, a isenção de taxas do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) para escolas privadas da cidade.
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