O governador Camilo Santana determinou a suspensão das aulas presenciais nas escolas, universidades públicas e privadas do Ceará até o dia 28 de fevereiro, sendo permitido apenas o ensino remoto. A medida foi anunciada na noite da quarta-feira, 17, por meio de uma transmissão ao vivo nas redes sociais, desencadeando uma mobilização de representantes do Associação de Escolas Particulares do Centro-Sul (ASESPA), na tarde desta sexta-feira, 18, que reivindicou a continuidade das aulas presenciais em Iguatu.
O ato, que ocorreu na Praça da Matriz e Praça da Caixa Econômica Federal, contou com a participação de cerca de 50 pessoas, segundo os organizadores. Diretores, professores e proprietários de instituições de ensino da região mobilizaram o movimento com uso de cartazes, palavras de ordem e panelaço. “A maioria das escolas da nossa região é composta por instituições de médio e pequeno porte, diretamente afetadas com a perda de recursos. Tivemos colaboradores desligados e também o prejuízo educacional com a suspensão das aulas há quase nove meses”, destacou Cristianne Cunha, diretora da ASESPA.
Professores da rede privada de ensino apoiaram o protesto e defenderam o retorno das aulas presenciais. Desde o início da pandemia, todo o conteúdo é repassado aos alunos com o auxílio da tecnologia. “Ensaiamos esse retorno por meses e preparamos os nossos protocolos de retorno às aulas presenciais de forma híbrida, seguindo todo protocolo da OMS e da vigilância de saúde, mas agora somos surpreendidos com esse recuo”, lamentou Cristianne.
Ensino híbrido
O semestre dos alunos já havia iniciado no modelo híbrido, ou seja, com presença de alunos alternando na semana entre presencial e remotamente. “Nos sentimos afetados. E acredito que todos que tem filhos estão no processo de alfabetização. Matriculei meu filho, comprei material escolar, e fardamento. Fizemos um investimento. E agora somos surpreendidos com tal decisão. Queríamos que aulas presenciais ocorressem, pois esse modelo de ensino é que acreditamos como o mais ideal”, afirmou Vagner Santos, pai do Lucas de 08 anos.
O recuo da decisão ocorreu em decorrência do número de mortes por Covid-19 voltou a crescer no Ceará desde dezembro de 2020, e acelerou em janeiro deste ano. Os casos da doença também aumentaram e a maior parte dos leitos de UTI está ocupada com pacientes com a doença. Em Iguatu, a ocupação dos leitos chega a 70%.
Saiba mais
A ASESPA é composta por 12 instituições. Diversas delas foram afetadas economicamente com a pandemia. O desligamento e a inadimplência são fatores que afetam principalmente a educação infantil. Algumas unidades de ensino registraram a saída média de 60% dos alunos.
A instituição tenta uma audiência com os gestores dos municípios no objetivo de discutir o impasse. “Trazendo essa realidade para a nossa cidade, neste período de um mês em que as escolas abriram, o índice de infectados não registrou aumento. E a nível de estado não há nenhum estudo relacionando o aumento de casos com a abertura das unidades de ensino. Não há relatos de surtos dentro desses locais”, finalizou Cristianne.
0 comentários