Estudante egresso da escola Amélia Figueiredo aprovado em Medicina

13/04/2019

Pedro Henrique Silva Ribeiro, 18, estudante de escola pública de Iguatu, foi aprovado para o curso de Medicina e vai conseguir realizar o sonho dele e de milhares de outros estudantes carentes que desejam a tão sonhada vaga num dos cursos mais concorridos do país. Ele 18 está de malas prontas e viaja no próximo dia 21 para seu novo endereço na Universidade Federal Rural do Semiárido-UFERSA, na cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte, onde deverá permanecer pelos próximos seis anos se graduando em Medicina.

Filho natural do município de Quixelô, Pedro Ribeiro reside atualmente com a família na comunidade de Gaspar, zona rural daquele município. Toda sua vida estudantil foi em escolas da rede pública. A última foi a escola Amélia Figueiredo de Lavor, onde cursou Informática. Ele estudou da educação infantil até a metade do 9º ano do fundamental II, na escola Antônio Alves Ribeiro, no sítio Gaspar. De lá saiu para concluir o fundamental no colégio Adahil Barreto, em Iguatu, de onde saiu para a escola Amélia Figueiredo. Por coincidência, são essas duas unidades de onde ele guarda a maior gratidão, pelo aprendizado que armazenou e a atenção que recebeu. “Os professores dessas duas escolas são cativantes e ajudam a despertar no aluno a vontade de vencer a partir dos estudos”, ressaltou.

Salvar vidas, cuidar das pessoas

Como todo jovem, Pedro também ficou em dúvidas sobre qual curso buscar para a carreira profissional. Ele declarou que somente no último ano do curso de Informática decidiu que queria fazer Medicina. A vaga conseguiu entrando na lista de espera do SISU-Sistema Unificado. Indagado sobre a escolha, foi enfático: “o fato de salvar vidas, cuidar das pessoas”.

O estudante, que é filho de pais agricultores, admite que vai sentir saudades de casa e do aconchego da família, mas está convicto do que quer para sua vida profissional. Mais do que a graduação em Medicina, Pedro Ribeiro quer se especializar em Neurocirurgia. O jovem tímido e de hábitos simples já sabe também que terá uma longa jornada pela frente, com muitos desafios, mas não abre mão de trilhar seu caminho para realizar o sonho de ser médico e mudar a realidade socioeconômica sua e de sua família. Os pais José Clodoaldo Alves Ribeiro e Josefa Vanuza Alves Ribeiro são unânimes em dizer que o filho sempre o orgulharam e agora mais ainda com a conquista da vaga de Medicina, o sonho também de muitos pais e mães.

Morar em outra cidade, conviver com pessoas com as quais ele nunca viu, nova rotina de estudos, aulas teóricas, dúvidas, a ética médica, o universo da Medicina e seus percalços, a carreira acadêmica fora de casa, a solidão dos dias longe dos amigos, o mergulho no desconhecido e a mudança total de vida. Nada disso assusta o estudante: “estou pronto para tudo isso”, declarou.

Pedro afirma que não foi nada fácil e relata as dificuldades enfrentadas. Além disso, o fato de as pessoas não acreditarem no potencial do estudante que é egresso de escola pública. Segundo ele, pelo fato de ser aluno de escola pública e oriundo de família de baixa renda, sempre ouviu frases prontas, tipo: “Medicina é pra filho de rico”, “mas você tem certeza que consegue?”, porém, nunca o desestimularam. “Pelo contrário, só me fez acreditar mais ainda no meu potencial e que, sim, eu era capaz de realizar esse sonho”, disse.

Inspiração

Quando indagado sobre qual estratégia usou para estudar e galgar a vaga, afirmou que além dos estudos já necessários da escola de tempo integral, ainda dava um jeito de resolver outros exercícios e revisar temas de estudo, tudo por conta própria, pois não tinha condições de fazer cursinhos. Quando o assunto é quem é sua fonte de inspiração, o estudante é enfático: “minha mãe, sem dúvidas, porque ela era sempre minha base de partida quando eu me via cansado, ela sempre estava trabalhando e isso renovava minhas forças, visto que ela, sem dúvidas, estava mais cansada que eu, mas não desistia”, ressaltou.

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