Estudante registra cometa Neowise no céu do Centro-Sul

25/07/2020

O cometa Neowise, descoberto pela Nasa no final do mês de março, encanta o céu do Hemisfério Norte desde o início de julho. Contudo, agora chegou a vez de o Hemisfério Sul aproveitar esse espetáculo astronômico: nesta semana, o cometa pode ser observado em diversos estados do Brasil. Na quarta-feira, 22, ele foi visto nos municípios de Cariús, e registrado em foto por um estudante de Física, Emanuel Hericlys, 23. O flagrante foi feito na Vila Caipu.

Portais e jornais como G1 da Globo, Diário do Nordeste, e nos telejornais do CE TV e no Meio Dia Paraná repercutiram a imagem. “Nunca imaginei essa repercussão. Foi muito bom. Fico feliz”, contou Hericlys.

Para fazer o flagrante, o jovem estudante da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu (FECLI), unidade da Universidade Estadual do Ceará (UECE), utilizou uma máquina Canon T5 e a lente básica, uma 18-55mm, juntamente com o auxílio de um tripé. “Esse foi o meu segundo flagrante. O primeiro foi o cometa 46P/Wirtanen. Mas com essa qualidade, o Neowise foi o único. Há certo tempo venho fazendo diversos registros do céu noturno”, contou.

O registro do Neowise, nas lentes do estaduante tem um período orbital de quase 7000 anos – Foto – Emanuel Hericlys

Não há um calendário para as passagens de cometas, pois a maioria tem período orbital longo, ou seja, demoraram muitos anos para passar novamente em nosso sistema solar. Um exemplo é o cometa Halley, que passa a cada 76 anos. O período do Halley é pequeno se comparado ao F3 Neowise, que tem um período orbital de quase 7000 anos. Mas Hericlys pretende fazer mais flagrantes. “Tenho vários objetos do céu profundo que desejo fotografar, mas no momento estou limitado pelo equipamento. Até o final do mês planejo fotografar a Galáxia de Andrômeda, visível esta época do ano na constelação que leva o mesmo nome e também a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães, que são duas galáxias satélite da nossa, a Via Láctea. Tanto Andrômeda quanto as Nuvens de Magalhães são visíveis a olho nu em condições específicas, longe da poluição luminosa, em um céu livre de nuvens”, explicou.

Hericlys está em seu último semestre do curso de física e já planeja mais registros – FOTO Divulgação

Zênite

Hericlys está no último semestre do curso de Física. Ele faz parte de outros 15 acadêmicos do Grupo de Estudos em Astronomia Zênite. “A participação dos integrantes do Grupo de Estudos em Astronomia Zênite (GEAZ), do curso de Física da UECE/FECLI, no registro e divulgação da passagem do cometa C/2020 F3 Neowise é de fundamental importância. Primeiramente, os registros de objetos celestes feitos por astrônomos amadores desempenham um papel relevante para a Astronomia. Provas disto são as várias descobertas feitas por astrônomos amadores, por exemplo: a descoberta do cometa Shoemaker-Levy 9, por David H. Levy. Por isso, o destaque para o registro realizado por um dos membros do GEAZ, Emanuel Hericlys, visto que muitos cometas foram descobertos assim e certamente há, em algum lugar do espaço, vários outros objetos incríveis esperando para serem descobertos. Além disso, vale destacar, que o Neowise motivou ainda mais os estudantes do GEAZ a estudarem fenômenos que nos ajudem entender o Universo, em especial os cometas. Desta forma, os discentes do grupo realizam a divulgação científica através das mídias sociais do grupo. Contribuindo para atenuar e reverter os prejuízos causados pelo analfabetismo científico”, avaliou Leonardo Tavares, coordenador do grupo e professor.

Saiba mais

Descoberto no fim de março pelo satélite Neowise da agência espacial americana (Nasa), o cometa ficou visível a olho nu em 3 de julho quando atingiu seu periélio, ponto de sua órbita mais próximo do Sol. Os cometas são corpos formados por gelo, rochas e materiais orgânicos, e vêm dos confins do sistema solar: o cinturão de Kuiper, ou talvez ainda mais longe, da nuvem de Oort, que são ambas concentrações de pequenos corpos celestes.

O Neowise é um dos poucos cometas do século XXI que podem ser vistos a olho nu, segundo a Nasa.

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