Estudantes de Direito da URCA-Iguatu denunciam risco de colapso no curso por falta de professores

08/11/2024

Estudantes do curso de Direito da Universidade Regional do Cariri (URCA), no campus de Iguatu, estão enfrentando dificuldades com a falta de professores, o que ameaça comprometer a continuidade das aulas e até a formatura dos alunos.

De acordo com o Secretário Geral do Centro Acadêmico de Direito da URCA (Campus Iguatu), Bruno Vinícius de Carvalho, o quadro atual do curso é preocupante. “O número ideal de professores é de 23, mas atualmente estamos com apenas 17 docentes atuando. Desses, dois são cedidos de outros cursos e apenas sete são efetivos”, explica Carvalho, aluno do oitavo semestre.

O número de estudantes não aumentou, mas sim a oferta de disciplinas, que permanece a mesma conforme o acadêmico. “Atualmente, há 11 disciplinas sem professores, o que afeta quase 400 estudantes”, revela. Ele acrescenta que o décimo semestre, que está prestes a concluir o curso, corre o risco de não colar grau devido à ausência de professores nas disciplinas finais.

Concursados

O Centro Acadêmico de Direito aponta que a raiz do problema está na escassez de professores efetivos, agravada pelo número reduzido de convocados no último concurso público para docentes, marcado por diversas irregularidades. “A insistência em contratar professores temporários, que acabam deixando vagas quando surgem oportunidades melhores em outras universidades, só agrava a situação”, disse Bruno.

A reportagem apurou ainda que nos dois processos seletivos recentes para professores temporários não resultaram contratações efetivas, visto que os aprovados não demonstraram interesse em assumir as vagas.

O problema persiste há pelo menos um ano e meio. Os estudantes temem que o cenário deve piorar com a previsão de encerramento de contrato de pelo menos dois professores em fevereiro de 2025, o que deixará mais seis disciplinas descobertas.

O acadêmico destaca que muitos alunos têm sido obrigados a pagar disciplinas que deveriam ser ofertadas no período noturno, tendo de escolher entre abandonar o curso ou seus empregos.

O Centro Acadêmico tem mantido um canal de diálogo com a coordenação do curso, através do professor Fernando Castelo Branco, mas há entraves burocráticos. “Não há qualquer posicionamento da reitoria em relação à situação”, denuncia o estudante.

Mobilização e resposta

Os alunos do curso de Direito estão se mobilizando para levar a reivindicação a mais pessoas. Estão organizando uma caravana até a Reitoria da URCA e planejando protestos exigindo a convocação de novos professores efetivos.

A reportagem solicitou um posicionamento oficial da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (Secitece) sobre as ações que estão sendo tomadas para resolver o problema, mas até o momento não obteve resposta. A direção do campus e a coordenação do curso também foram procuradas pelo Jornal A Praça, mas não responderam até a publicação desta matéria.

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