Faltando exatamente sete dias para o Carnaval, que acontece entre 10 a 13 deste mês, o folião que pensa em brincar com a turma de forma personalizada tem que correr contra o tempo para garantir o abadá, vestimenta típica, camisetas bem coloridas, com nomes e desenhos de blocos, que normalmente remetem a alegria comum a essa folia. Algumas empresas também costumam personalizar o fardamento mais alegres, nesse período.

Nossa reportagem visitou uma dessas empresas, especializadas em fardamentos, mas que também é referência na confecção de abadás. A correria agora é para concluir os muitos pedidos e já fechando novas remessas solicitadas por clientes. O prazo agora fica mais curto, já que os trabalhos seguem até o dia 9 de fevereiro. O uso da tecnologia facilita e agiliza os trabalhos. “É bem diferente quando comecei. Lembro que para se fazer uma abadá eram várias camadas de tinta numa única peça, imagine isso em dezenas delas. Ficava um abadá pesado. Agora com o uso da tecnologia, pela sublimação, a gente projeta a vestimenta no computador, depois de aprovada pelo cliente vai para linha de produção. Através da sublimação, a camiseta sai perfeita, leve, depois do corte e costura, é embalada e pronta para o folião cair na folia”, explicou o empresário do setor Iata Anderson Holanda.

Ainda de acordo com o Iata Anderson, a procura por abadás já foi bem maior. Em anos anteriores, tinha pedidos de mais de mil peças, mas alguns fatores, entre eles a diminuição das festas carnavalescas, contribuíram para a redução desse tipo de serviço. “Se a gente comparar o momento atual, com um passado bem mais recente, acredito que a redução pela busca da confecção de abadás caiu em torno de 70%. Iguatu não tem mais Carnaval, Acopiara também não tem mais aquelas grandes festas, Orós também, entre outras cidades. As pessoas costumavam fazer blocos para curtir essa folia. Mas, apesar de tudo, ainda temos uma boa demanda. Quando tem muitos pedidos, a gente prioriza essas demandas”, pontuou o empresário.

Cadeia produtiva

Fora isso também o mercado se tornou bem mais competitivo, pois surgiram novas empresas serigráficas em Iguatu, em cidades vizinhas também. Além da qualidade, a empresa prima pela agilidade. “Temos prazos para as entregas, agilidade e qualidade são fundamentais. Não é só questão de preço. A oferta tem que ser completa. Começamos pequenos, de certa forma tornamos referência, por manter nosso compromisso com os clientes. A gente entrega às vezes antes do previsto, porque, por exemplo, os abadás, as pessoas gostam de customizar. Pra gente não importa se seja um pedido pequeno ou grande, atendemos do mesmo jeito”, concluiu Iata Anderson, esperando que os eventos voltem a acontecer para aquecer ainda mais a economia da cidade. “Não melhora só pra gente, a loja de calçados vai vender mais tênis, sandálias, tem também os acessórios que as pessoas costumam usar. O Carnaval é uma cadeia produtiva, que vai além da folia. Movimenta a economia sim”, destacou.