Durante esse período em que a pandemia do novo coronavírus ainda continua contaminando as pessoas, moradores de bairros mais vulneráveis, principalmente de periferias, têm dificuldade em manter as condições mínimas de isolamento social, conforme é recomendado pelas autoridades em saúde. Um dos principais fatores é a falta de espaço nas moradias. Iguatu já ultrapassou mais 2.760 pessoas contaminadas e 75 óbitos para a Covid-19, até ontem, sexta-feira, 11.
Na casa da faxineira Rosimira da Silva, no Bairro Chapadinha, na periferia da cidade, ela, os seis filhos e a neta já cumpriram o período de quarentena. Todos contraíram o coronavírus, sem complicações e nem sintomas mais graves da doença, mas a falta de espaço físico impediu que se afastassem uns dos outros. “Aqui são quatro vãos, sala, dois quartos e cozinha, tudo aberto. Não tinha como a gente se isolar. Primeiro, meu filho mais novo apresentou os sintomas de febre, depois fui eu e outros também. A gente dorme dividido nos dois quartos. Não tinha como um cuidar um dos outros. Eu fiz o exame; testou positivo, não foi nem possível a gente se isolar como é recomendado. Mas ficamos em casa, sem pisar nem na calçada, cumprindo nossa quarentena”, ressaltou.
Os poucos cômodos da casa não permitiram que o marido de Cristiane Moreira, no bairro Areias II, cumprisse isolamento social. Ele sentiu os sintomas, foi feito o exame e testou positivo. Minha casa é pequena, são apenas três vãos, dois quartos, sala e cozinha no mesmo espaço. Não tinha nem como ele se isolar. A medida que tomamos foi usar máscara direto, todo mundo. Principalmente ele. Além da higienização direta com sabão e álcool em gel. Assim, só ele pegou. Graças a Deus, está recuperado”.
Desafio
Esse é o maior desafio para as famílias é manter o isolamento social recomendado. Situação que se repete em outros bairros mais vulneráveis da cidade. “Infelizmente, muitas famílias em Iguatu ainda convivem em locais em que faltam condições adequadas de higiene, de saneamento e o mínimo de conforto. A gente sabe que muitos dividem o mesmo quarto, sala, cozinha e banheiro”, ponderou o biomédico Samuel Bezerra, coordenador da Vigilância Sanitária de Iguatu.
Ainda de acordo com Samuel Bezerra, mesmo com ações de orientação e distribuição de máscaras para moradores, pela Secretaria da Saúde, é muito difícil evitar a propagação do vírus entre as famílias. “Mas recomendamos que medidas preventivas precisam ser redobradas. E caso algum morador sinta algum dos sintomas da doença, principalmente os casos mais graves, precisa ir a uma unidade de saúde”, orientou.
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