Famílias em Icó mantêm a tradição de montar lapinhas de Natal

Nas casas dela o clima natalino está espalhado, cada cantinho tem uma figura.

12/12/2020

A instalação de presépios em casas do Interior simboliza o nascimento do Menino Deus

Em Icó, nesta Região Centro-Sul cearense, famílias mantêm a tradição de montar lapinhas e presépios nesse período de dezembro para celebrar o nascimento de Jesus Cristo.

Na casa da aposentada Nailê Duarte, na Avenida Ilídio Sampaio, no centro histórico da cidade, a lapinha toma conta de parte da sala. A imagem do menino Jesus no presépio, São José, Maria, os três Reis Magos ganham complementos de uma pequena vila camponesa, também com anjos, animais entre outros personagens. As luzes coloridas ajudam a embelezar ainda mais a ornamentação. A lapinha é montada logo no início de dezembro, mantendo a tradição secular da família. “Isso minha mãe dizia que aprendeu com a mãe dela. Essa tradição de montar lapinhas vem de outras gerações da nossa família. A gente sempre gosta quando chega essa época. Infelizmente, sabemos que o momento que estamos vivendo não é de se comemorar com muitas pessoas, por conta dessa pandemia. Mas vamos fazer nosso Natal em família, como sempre fizemos”, destacou dona Nailê.

Na casa dela o clima natalino está espalhado por outros espaços da casa, cada cantinho tem uma figura, outros presépios complementando e alegrando os ambientes. Davi Lucas, neto de Nailê, tem apenas sete anos e ajudou a avó na montagem da lapinha. Devoto de Senhor do Bonfim, o garoto aprendeu com a avô a importância que representa esse período. “A gente montou a mesa com todos os convidados para o nascimento de Jesus Cristo. Vai ser uma grande festa”, contou o pequeno, cobrando à avó a montagem da lapinha na casa dele. “Este ano ele me pediu que fosse montar com ele uma lapinha. Vamos fazer isso para deixá-lo ainda mais feliz”, disse.

As peças são montadas para encher os olhos dos visitantes

Arroz

O gosto em montar decorações natalina parece mesmo que está no gosto da família dos Duartes. A pequena Maria Clara, de cinco anos, também montou uma lapinha do jeitinho dela. Aproveitou a mesinha de plástico de estudos, colocou uma toalha, em volta da imagem do menino Jesus, acrescentou muitos personagens. “Coloquei o cisne que foi da minha bisavó, vó Lila. Coloquei meu cisne de brinquedo, meu cofrinho de Papai Noel e umas velinhas. Ficou bonito. Eu gostei”, disse, enquanto mostrava para nossa reportagem a imagem de menino Jesus na manjedoura.

Outra tradição também que é mantida ainda por poucas pessoas que montam lapinha é plantar arroz em pequenas vasilhas que servirão para ornamentar esses espaços quando germinarem. “É uma tradição que aprendi com minha mãe. A gente planta arroz no dia 08 de dezembro, quando ele germinar, vai ficar bem verdinho, a gente espalha os vasinhos pela lapinha. Fica a coisa mais linda. A gente vai molhando com pouca água para ir mantendo sempre verdinho”, ressaltou a dona de casa Josileide Almeida.

O imóvel passou a ser atração dos moradores que seguem para o Largo do Théberge –

Fachadas históricas

Este ano os prédios históricos foram decorados com tema natalino. Já os antigos sobrados, que viram atração nesse período por conta da pandemia do novo coronavírus, muitos deixaram de receber as ornamentações e luzes coloridas nas fachadas. “A gente vê que tradicionais casarões estão sem brilho este ano. É o momento que vivemos que não proporcionou esse bonito espetáculo. Mas a prefeitura está organizando decorações e ornamentação em alguns pontos estratégicos da cidade, para lembrar que apesar de toda dificuldade que estamos enfrentando não podemos perder a esperança. Pedir a Deus que tudo isso passe e que possamos num futuro breve poder celebrar o nascimento de Jesus Cristo de forma mais segura como a gente vivia antes”, afirmou Cláudio Pereira, coordenador de Cultura de Icó.

Rua do Meio

Outro ponto tradicional de Icó é uma gigante lapinha que é montada na capela do Socorro, que fica atrás da igreja matriz, no largo do Theberge, são milhares de peças, entre camponeses, pastores, animais e réplicas de casarões antigos do Icó, que compõem o cenário que atrai visitantes que passam pelo local para tirar fotos. “Essa lapinha começou bem pequena pelo nosso padrinho e pai de criação Almerio Silva. Com o passar dos tempos, as pessoas passaram a trazer personagens e foi aumentando. Sabemos que são milhares delas, só não temos números exatos. A gente demora 15 dias para concluir a montagem”, contou o comerciário Marciano Tavares, que ao lado do irmão Márcio e do sobrinho Ruan, mantém essa tradição centenária de Icó. O local fica aberto para visitação no horário comercial. Quem passa pela famosa rua do Meio (Coronel Piragibe) tem acesso ao local.

As imagens do Menino Jesus, na manjedoura é o grande símbolo

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