Há quarenta anos a Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, nossa querida FECLI, vem prestando relevantes serviços a pelo menos 20 cidades do interior do estado. É incalculável, pois, o que representa isso em termos de formação de profissionais especializados em diferentes áreas de atuação, direta ou indiretamente ligadas à educação institucional propriamente dita, e, sobretudo, em elevação dos parâmetros intelectuais, de comportamento social, político e, o que é ainda mais significativo, de participação efetiva nas mais diversas questões de interesse dos municípios servidos por essa respeitável Instituição Estadual de Ensino.
Fiz parte de uma geração a quem coube implantar, organizar e desenvolver a FECLI; participei de cada momento, enfrentei com os companheiros dessa geração dificuldades inimagináveis, das limitações de recursos materiais e humanos para tocar o dia a dia da Instituição aos enfrentamentos físicos para ter de volta a sede do bairro Areias, quando, por razões compreensíveis, a construtora responsável por obras de sua primeira reforma significativa impedia-nos de reocupar seus espaços físicos; estive envolvido com as campanhas de aquisição de títulos para a sua biblioteca; dei minha contribuição nas ações que tinham por objetivo assegurar o reconhecimento de seus cursos; assim como atuei como professor de pelo menos cinco ou seis disciplinas curriculares nos cursos de Educação e Letras.
As afirmações acima, quero evidenciar, não refletem qualquer intenção que não a de legitimar o fato que me deixa hoje realizado como ex-professor, como intelectual, como cidadão iguatuense – e que faço questão de destacar com todas as letras: “Faço parte dessa história! Vi a FECLI nascer, crescer e se tornar a instituição respeitável que é ao longo desses muitos anos!”
Mas é hora de reconhecer a importância de todos que contribuíram para esta realidade, mesmo aqueles estranhos aos vínculos empregatícios juntos à Instituição, a exemplo dos que já nos deixaram e que faço questão de citar aqui: Carlos Roberto Costa, João Elmo Moreno, Aluísio Moreira, João Gualberto Filho, Raimundo Felipe, Elze Montenegro e, integrantes do seu quadro de professores, José Ériton Barros Costa e Edson Luiz Gouvêia.
No momento em que a universidade brasileira é escolhida como alvo de agressões inomináveis, numa prática escancarada do ideário neofascista que ataca perversamente a democracia no país, festejemos o quadragésimo aniversário da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, e que esta festa corporifique simbolicamente a resistência dos iguatuenses às forças do atraso, do imaginário conservador nacional, das políticas economicistas, autoritárias, racistas, homofóbicas e misóginas que ameaçam o Brasil.
Álder Teixeira é Mestre em literatura Brasileira e Doutor em Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais
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