Ainda deve ter gente de ressaca da virada do ano, então as felicitações por melhoras e por um 2020 melhor também ainda estão valendo.
O que mais escutei nessas retrospectivas é que esse ano foi pesado. Todo dia um 7 a 1 diferente.
Contando a história pro carroceiro, até o burro chora.
Tirando os digital influencers, o resto da sociedade brasileira juntou muito foi conta e gordura.
De norte a sul, de leste a oeste, uma nação de rapazes e moças latino-americanos lisos e devendo.
E que não vão se aposentar, tem mais essa.
E se depender do governo, é bom que 2020 traga muita saúde, porque estão matando o SUS com requintes de crueldade.
Todo mês é um ataque ao maior sistema de saúde público do mundo.
O presidente conseguiu o feito que a gente achava impossível de piorar a imagem do país no exterior.
A gente sabe que bom mesmo só tá pra quem vende ovo.
Mas quero ser uma voz de esperança, mesmo sabendo que a frase ‘nada está tão ruim que não possa piorar’ é uma das leis do universo que Galileu esqueceu de anotar.
Bom tempo, é o que estou pedindo e desejando, mesmo sem dar nome ao deus que eu peço.
Pedir bom tempo é ir além do pedir a nossa necessidade mais urgente, como a chuva, que nos falta faz 8 anos, como a gente quer.
“Nem tudo é dias de sol, e a chuva, quando falta muito, pede-se”, foi o que disse Alberto Caeiro na voz de Fernando Pessoa.
No pedido de bom tempo se entrega nas mãos de Deus, ou do acaso, se assim preferir chamar deus, a preocupação sobre o que precisamos.
Por isso, para esse novo ciclo, desejo a todos que me lerem (e também aos que não sabem que eu existo), um bom tempo, sem as pancadas de 2019 que deixaram tanta gente marcada.
Feliz Ano Novo para o burro e para o carroceiro!
Que eles, encontrem (e nós também) o caminho da mudança que o mundo precisa.
Jan Messias é radialista, fotógrafo e estudante de direito
0 comentários