Feliz Ano Novo pro burro e pro carroceiro

04/01/2020

Ainda deve ter gente de ressaca da virada do ano, então as felicitações por melhoras e por um 2020 melhor também ainda estão valendo.

O que mais escutei nessas retrospectivas é que esse ano foi pesado. Todo dia um 7 a 1 diferente.

Contando a história pro carroceiro, até o burro chora.

Tirando os digital influencers, o resto da sociedade brasileira juntou muito foi conta e gordura.

De norte a sul, de leste a oeste, uma nação de rapazes e moças latino-americanos lisos e devendo.

E que não vão se aposentar, tem mais essa.

E se depender do governo, é bom que 2020 traga muita saúde, porque estão matando o SUS com requintes de crueldade.

Todo mês é um ataque ao maior sistema de saúde público do mundo.

O presidente conseguiu o feito que a gente achava impossível de piorar a imagem do país no exterior.

A gente sabe que bom mesmo só tá pra quem vende ovo.

Mas quero ser uma voz de esperança, mesmo sabendo que a frase ‘nada está tão ruim que não possa piorar’ é uma das leis do universo que Galileu esqueceu de anotar.

Bom tempo, é o que estou pedindo e desejando, mesmo sem dar nome ao deus que eu peço.

Pedir bom tempo é ir além do pedir a nossa necessidade mais urgente, como a chuva, que nos falta faz 8 anos, como a gente quer.

“Nem tudo é dias de sol, e a chuva, quando falta muito, pede-se”, foi o que disse Alberto Caeiro na voz de Fernando Pessoa.

No pedido de bom tempo se entrega nas mãos de Deus, ou do acaso, se assim preferir chamar deus, a preocupação sobre o que precisamos.

Por isso, para esse novo ciclo, desejo a todos que me lerem (e também aos que não sabem que eu existo), um bom tempo, sem as pancadas de 2019 que deixaram tanta gente marcada.

Feliz Ano Novo para o burro e para o carroceiro!

Que eles, encontrem (e nós também) o caminho da mudança que o mundo precisa.

Jan Messias é radialista, fotógrafo e estudante de direito

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