Diferente do período de pré-estação chuvosa, dezembro e janeiro, o primeiro mês da quadra chuvosa no Ceará começou ‘desanimadora’, com o registro de poucas chuvas. Em Iguatu, o acumulado nestes primeiros 11 dias do mês chega a 26 mm. A maior precipitação na cidade, de acordo com registro da Funceme, foi na quarta-feira, 09, com 20mm. De acordo com registro do órgão, no dia 04 choveu 6mm na sede, e 3mm no Distrito do Baú. Dia 05 a precipitação de 17mm foi registrada no Barro Alto. No município, o maior registro de chuvas foi dia 08 no Riacho Vermelho com 30mm, seguido por chuva de 28mm no Açude do Governo. Neste mesmo dia a Funceme registrou chuva de 12,8 mm no Barro Alto. A última precipitação na sede, foi dia 09, 20 mm e 15 mm no Baú.
“Em janeiro a Funceme divulgou um prognóstico climático tratando da previsão para o trimestre de fevereiro março e abril deste ano. A previsão indicou 20% de probabilidade, ou seja, de que o volume acumulado nos três meses fique abaixo da normal climatológica. 40% de probabilidade de que fique em torno da normal e 40% de probabilidade que acima da normal climatológica. Vamos lembrar que o prognóstico climático não fala das chuvas do dia a dia. E também não trata das chuvas em cada um dos meses desse trimestre em questão. Lembrando também que é em relação às chuvas no Ceará de um modo geral. Isso fica bastante claro nesses dias que a gente está percebendo, é muito irregular, tanto no espaço quanto no tempo”, explica Meiry Sakamoto, gerente de meteorologia da Funceme, apontando ainda que a distribuição irregular da chuva ela é muito característica do semiárido nordestino.
“Nessa época de fevereiro a maio, o principal sistema indutor de chuvas é a Zona de Convergência do Atlântico Sul. Ela depende bastante das condições do Oceano Atlântico. A Zona de Convergência Intertropical, ela gosta das condições de água um pouco mais aquecida no Atlântico Tropical Sul, isso faz que o posicionamento dela fique próximo ou sob a região Nordeste. Isso não está acontecendo nesses primeiros dias de fevereiro. Por isso as chuvas não estão sendo tão abundantes, e mesmo as precipitações que estão ocorrendo não estão acontecendo em todo o estado como a gente gostaria”, disse a especialista, afirmando ainda que do ponto de vista climatológico, a Zona de Convergência Intertropical quando observando o histórico de dados costuma ser mais presente a partir da segunda quinzena de fevereiro. “O que a gente pede é que as pessoas acompanhem as previsões e também o monitoramento dessas condições do Oceano Atlântico no site”, explicou a diminuição de chuvas e distribuição no Ceará agora nesse início de fevereiro.
Confiança
De acordo com a Funceme, a média normal climatológica para o trimestre no Estado é de 510,1 milímetros. Já o acumulado acima da média é a partir de 587,1 milímetros. E o acumulado de chuvas abaixo da média é inferior a 433 milímetros.
Mesmo com fevereiro ainda com poucas chuvas, a expectativa e a espera de quem depende de chuva para produção são melhores. No campo o agricultor espera muita água escorrer pelas roças, ajudando na produção dos grãos de sequeiro, enchendo reservatórios e ajudando no aporte hídrico dos mananciais. “O período de inverno aqui pra gente é o tempo mais esperado. A nossa vida muda, o campo fica verde, produtivo, os animais se alegram, as cisternas recebem água pra gente beber. Os açudes ficam cheios. Esperava que fevereiro fosse bom, igual foi janeiro. Mas estamos apenas começando o inverno. Deus vai mandar água pra gente. Vamos ver nosso açude Trussu com muita água. Se Deus quiser, muito milho, feijão, fava e fartura nas roças”, mostra-se confiante a agricultora Gorete Freire.
Açude Trussu
O açude Dr. Carlos Roberto Costa, o Trussu, está com 24, 41% da capacidade de armazenamento, do volume de mais de 278 milhões de metros cúbicos. O manancial segue mantendo o aporte hídrico conseguido ainda no período de pré-estação, como explica Isaac Dias, gerente regional da Cogerh. “Os aportes do Trussu se concentraram a partir da última semana de dezembro até o final da primeira quinzena de janeiro, reflexo das boas chuvas nesse período. Desde então o Trussu vem praticamente mantendo seu volume, como mostra o comparativo do início do ano, no dia 01 de janeiro, até sexta-feira, 11. Conforme dados da Cogerh, no dia 01 de janeiro a cota era de 243,76, com volume de 64,45 milhões de m³ e percentual de 23,98%, já dados de ontem, sexta-feira, a cota era de 243,88, volume de 65,62 milhões de m³ e percentual de 24,41%. Isso mostra uma diferença positiva na cota de 0,12 m a mais, volume de 1,17 milhões de m3 a mais e percentual de 0,43% a mais”, explicou.
Ainda neste mês, será divulgado o prognóstico climático para o Ceará abrangendo o trimestre março, abril e maio, pela Funceme.
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